Mascara de Paz e paciência

Meu colega de trabalho andou me achando um tanto ansioso nestes poucos dias que trabalhamos juntos, depois de seu retorno das férias, inclusive não me permitia usar com frequência o rádio de comunicação, somente quando era extremamente necessário. Disse-me que eu ficava muito estressado e tornava-me agressivo pôr motivos às vezes desnecessários. Fazia brincadeiras provocando meu senso de humor. Eu bem que me esforçava para melhorar e evitar que alguns enguiços funcionais e pessoais me atingissem , mas em alguns momentos era difícil impedir que me afetassem de maneira a sentir muita raiva e me deixasse angustiado e insatisfeito com tudo. Então me mostrava mais calado e ausente, transformado em alguém que não sou e que os outros desconhecem, usando mascaras que simulavam paz. Mas alguns dias depois, fiz um atendimento que surpreendentemente salvou minha (auto-estima), então pude me livrar dos enguiços e retirar minhas mascaras de vez...

Fuso-horários

Algumas pessoas parecem viverem num fuso-horário diferente da gente, mesmo vivendo no mesmo país, na mesma cidade e com isto provocando desencontros absurdos que te fazem surtar se não estivesse embuido de paciência e esperança cristã. No momento em que tu precisas fazer um contato, não atendem ao telefone pôr que estão dormindo, se tu ligas mais tarde estão no banho e liga de novo o telefone está ocupado e liga mais uma vez saiu para o supermercado, o celular desligado, até tu desistires de vez e entregar este encontro, a sorte, ao acaso, a coincidência de tropeçarem na mesma calçada exclamando com surpresa:
_Meu Deus, tu pôr aqui, precisava demais falar contigo hoje, mas tu não me liga!
Daí tu tentas explicar que tentou mas não consegue por que recebe uma avalanche de explicações misturadas com problemas simples mas inaceitáveis.
_Precisamos conversar, mas agora estou com presa, minha vida está uma loucura, nem te conto. Vê-se me liga, estou sempre em casa! Tu não me ligas!..
Tic-tac, tic-tac, este é o ruído de um relógio, ou de uma bomba pronta para explodir e acabar com tudo, inclusive com uma amizade! Brincadeira, não quero ser demasiado irônico, ou digamos venenoso neste comentário! Mas estive pensando que algumas situações na nossa vida se sobrepõe ao nosso entendimento, mesmo sendo simples, humanamente simples de se compreender como atrasos, mal entendidos, desencontros, o difícil é as duas partes se entenderem neste rebuliço de que provocamos.

Chico Maravilha nós estamos por aqui...

Hoje acordei pensando no Chico. Engraçado, devo ter sonhado com ele, pois quando levantei da cama tudo parecia mais iluminado e diferente, como se eu não acordasse agora, em Junho de 2009, mas num dia ensolarado em 1970 e via ele caminhar na minha volta ou então ter falado com ele a poucos minutos. Chico foi um amigo que tive na juventude e que se diferenciava dos outros pela sua alegria de viver e energia com que encarava as coisas e de um espirito transformador. Lembro-me que com ele assisti meu primeiro filme nacional na tela grande do cinema Miramar e que mais tarde virou ícone, "Toda a Nudez Será Castigada- do Jabor." Em 72 ele resolveu criar um jornalzinho quinzenal de rua e que sobreviveu não mais de três meses, era financiado por comerciantes locais da rua onde morávamos e destinava-se alem de propagandas, falar de futebol e fazer fofócas de vizinhos. Organizou também um time de voleibol entre jovens da nossa rua para competir com outros jovens de outros bairros. Soube mais tarde que Chico casou-se, teve filhos, mudou-se para um bairro distante e antes de completar cinquenta anos, morreu de um câncer ósseo. Tocava violão e era fã de Jorge Ben Jor, brincava algumas vezes que as musicas "Fio Maravilha" e "Taj Mahal" tinham sido feitas para ele.

Opiniões inesperadas

Hoje enquanto trabalhava, lembrei-me de um cara que conheci numa festa e que mais tarde veio a ser meu amigo no Orkut. Enquanto conversávamos e trocávamos informações, disse-lhe que trabalhava com socorro nas ruas, numa ambulância, o que ele surpreso, me respondeu prontamente:
_Eu não sirvo para isto, não daria certo eu ficar juntando gente quebrada no meio da rua, até por que eu não sinto pena delas!..
Eu fiquei na ocasião quieto e pensando a respeito de sua afirmação inesperadamente honesta e sem rodeios e perdi a oportunidade de dizer-lhe que também com raras exeções, sentia pena das vítimas que ainda hoje atendo.
Acho que por puro preconceito, fiquei envergonhado de lhe dizer isto.

Eu e a loura de Klimt

Fiquei na cama até bem próximo do meio dia enrolado em cobertores de lã quente e entregue à preguiça. Liguei a TV e virei o rosto para o lado oposto, ouvindo somente o som e sentindo os reflexos das imagens nas paredes brancas do quarto, nos frisos da persiana cinza. Sobre a minha cabeça, lembrei da gravura da mulher loura de Gustavo klimt, também enrolada em cobertas coloridas e em silencio como eu.

Palavras soltas

As vezes me vem a cabeça palavras soltas ou frases que me parecem sem sentido quando tento ouvir oque estou pensando e fica aquela sensação de idéias vagas, descoladas da lógica, descompromissadas de razão e vai fermentando outras novas idéias fugazes. No final encontro alguma lógica ou recaio em desculpas temperadas por motivos naturalmente óbvios, desculpáveis!

Do Começo ao Fim

Quem acha que existem temas na vida que são por demais dificeis de serem abordados publicamente, que passe longe das salas de cinema em meados de Agosto, mes previsto para estréia do Filme "Do começo ao fim", do diretor Aluizio Abranches.
A julgar pelas imagens, ja divulgadas pela internet, a nova obra de Abranches mostra a delicada e incomum relação entre dois irmãos desde meninos até a adultez, os jovens Thomás (Rafeael Cardoso) e Francisco (João Gabriel Vasconcelos).
O filme que aborda indiscutivelmente a homossexualidade e incestuosidade, promete fugir dos padrões e estereótipos e apresenta-se de forma leve mas não superficial um tema de difícil discussão nos dias de hoje.
O jeito é esperar para ver e torcer para que o filme traga elementos e discussões que ultrapassem os limites do óbvio.
Elenco:
Julia Lemmertz, Fabio Assunção, Louise Cardoso, Jean-Pierre Noher, João Gabriel Vasconcelos, Rafael Cardoso, Lucas Cotrin e Gabriel Kaufmann.



Oque é que as baianas tem

Ivete convidou Bethânia para participar de seu DVD "Pode Entrar", com a musica "Muito Obrigado Axé" de autoria de Carlinhos Brow em sua casa em Salvador:


Lembra de mim

O casal de namorados sairam abraçados do bar na Joaquim Nabuco, pensei que só faltava esta musica do Ivan, (que postei ai embaixo), para completar o clima de paixão que eu assistí como anônimo espectador naquela noite fria de sábado:
Lembra de mim
Dos beijos que escrevi nos muros a giz
Os mais bonitos continuam por la
Documentando que alguem foi feliz

Lembra de mim
Nos dois nas ruas provocando os casais
Amando mais do que o amor e capaz
Perto daqui, ah! tempos atras

Lembra de mim
A gente sempre se casava ao luar
Depois jogava nossos corpos no mar
Tão naufragados e exaustos de amar

Lembra de mim
Se existe um pouco de prazer em sofrer
Querer te ver talvez eu fosse capaz
Perto daqui, ou, tarde demais

Lembra de mim...


VELHO VAN GOGH DE GUERRA


Quando atendi o telefone ontem à noite, o convite veio rápido e sem que eu pensasse muito no dia talvez impróprio na semana, frio, cansaço, pouca disposição, etc.: 
_Estamos aqui no Van Gogh, numa mesa onde o violão é quem comanda o espetáculo, vem, pega um casaco e vem! Então, me arrisquei com coragem! O Van Gogh me pareceu o mesmo de alguns anos atrás, com a mesma arquitetura e decoração de antes, mesas e cadeiras de madeira escura com algumas gravuras antigas penduradas na parede e garçons com roupas preta e camisa branca parecendo pinguins. 

O diferencial ficou por conta de seus frequentadores que não são mais os mesmo que circulavam como nos velhos tempos entre os bares da Republica e João Alfredo e que no final da noite iam a procura de um lugar mais tranquilo para a famosa saideira com uma sopinha de capelétti de frango para aquecerem a alma. Quero dizer que tudo continua o mesmo, apenas os frequentadores mudaram. A casa não estava cheia, e na mesa onde me acomodei com alguns amigos, já havia resquícios da conhecida sopa servida. Três músicos sentados à mesa, (violão, tamborim e chocalho) dividiam espaço entre si para tocarem musicas de compositores gaúchos como: Lupicínio Rodrigues, Hermes Aquino, Nelson Coelho de Castro e outros
Bom, o Van Gogh continua sendo aquele velho bar de passagem, do final do agito nas noites Porto-alegrense, com aquele mesmo aspecto descompromissado com as decorações modernas, mas que continua atraindo seus antigos e novos frequentadores por conta da sua velha historia  e roupagem, como um diferencial, simples e sem modismos, apenas o velho Van Gogh de guerra!

Pés de sonho

No quintal por trás de casa
Tem um pé de sonho
Que não para de florar
Florar a noite inteira
Cada sonho seu
Me faz sorrir e até cantar

Rua do Ouro, uma rua
Senhora nada adorada
Não é uma rua
É uma estrada
Cheia de casa do lado
Deixa eu falar desta rua
Que ninguém pode entender
Deixa eu dizer que ela é cheia
De ouro mas ninguém vê

Maria, Mariazinha, que outro dia se foi
Saiu cantando na estrada
Voltou chorando depois
Hoje ela canta sozinha
Chamando pelo luar
Hoje ela chora baixinho
Que é pra ninguém escutar

Que olhar escondes o viço
Dos teus olhos já sem cor
Também só tenho dois braços
Posso colher uma flor
Posso plantar uma rua
Na estrada que vês agora
Posso seguir pela estrada
Quando for chegada a hora.

Petrucio Maia & Brandão.

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