Chance para o Novo

Sônia e Luiz em férias de trinta dias neste mês de Março foram a o nordeste de carro, passear. Depois voltarão mais leves, sem o compromisso da pressa e alheios ao stress dos dia e do trabalho que deixaram por aqui. Afinarão seus olhos ao que é belo na vida e ao novo como conhecer lugares, pessoas diferentes, hábitos, culturas. Farão desta viagem uma retomada em seus valores. Pretendem construir um marco para transformações em suas vidas. Rezo por eles e acho que são merecedores desta chance sabiamente escolhida! Lamentei de não ter podido aceitar o convite de acompanha-los, pois nossas férias não se coincidiram.

A Festa de Babete

Marco ligou-me dizendo que as taquaras para construção do galinheiro estão "quase na mão!". Pensei na sociedade que faremos na criação de galinhas e quem sabe na venda também de ovos "tipo colonial". Marco gosta de pensar numa produção em alta escala e em grandes numeros e eu em galinha à caipira com molho, assim como em ovos cozidos mólinhos como comia na infância. Talvés quando nosso Negócio estiver de vento em pompa, eu gaste toda a minha parte num grande jantar para amigos, como a festa de Babete.

Familia Rigon e o Vale das Araucarias

Não me canço de ir para São Chico e sempre que retorno para casa tenho a sensação de que deixei alguma coisa por lá ainda por resolver. Fica algo reticente de monta pessoal, talvés espiritual que não sei ao certo oque é. Os vales cobertos de pés de Xaxins e Araucarias, o cheiro de terra úmida, o vento que sopra entre os morros e cachoeiras que escorrem entre as colinas são como o paraíso do qual sonhei viver e me trazem uma paz e serenidade que nunca encontrei por aqui. Nunca descartei a idéia de um dia morar por lá. Mas a cidade não é somente beleza natural... Já tive o previlégio em setembro do ano passado, de participar de um encontro Xamãnico na cidade e agora, de conhecer neste domingo a familia Rigon, proprietários de uma pousada belíssima chamada 'Vale das Araucarias' e que tem o objetivo de realizar no local um projeto social para pessoas que se envolveram com drogas e precisam ser norteadas novamente ao convívio social e produtivo, através de palestras, cursos e encaminhamento propriamente dito. O projeto inclui a participação de psicólogos, psiquiatras, professores de culinária, de teatro, artesões e tudo que puder ser agregado no objetivo de reintegrar o ex- drogadito a o convívio social. Rejane Rigon, que me pareceu ser a idealizadora deste bonito projeto, é uma mulher de garra e com grande conciência social. Enquanto conversávamos, senti em seu olhar o brilho e a sensibilidade de quem quer contribuir e modificar este panorama ainda tão obscuro em nosso meio.

All Star


Não me surpreendo de ter como referencia o All Star com a tua personalidade, teu jeito de se vestir as vezes estravagante, de movimentar-se pelas ruas e até por que não dizer, o desenho da tua boca defendendo idéias polêmicas. Um dia tive um All Star vermelho que não tirava dos pés e que quanto mais sujo estivesse mais eu gostava de usar. O tempo passa, mas não é capaz de apagar as lembranças, de desfazer paixões. O tênis All Star ainda sobrevive em nossos dias e vai muito bem, obrigado com novos modelos e desenhos cada vez mais atrativos e sofisticados! Foi criado em 1917 e popularizado pelo jogador de basquete Chuck Taylor em 1923. Apesar de estar associado a pessoas que gostam do estilo musical Rock, o tênis foi criado para a pratica do basquete, que não existiam calçados para este esporte na época. Popularizou-se ainda mais entre os roqueiros a partir da sua utilização por pessoas públicas como o vocalista do Nirvana e do Engenheiros do Hawai. Mais do que moda o tênis passou a ser um divisor cultural.

Diferenças

Estou caminhando atrás de tantas coisas, que por horas me perco tomando novas direções eu sei! Talvez tente buscar em ti estas descobertas que nunca as tive com certeza. Quanto tempo me foi dado para conquista-las, usufrui-las, quanto tempo? Somos tão iguais, tão divergentes e insistentes na busca destas conquistas de objetivos tão semelhantes, mas de métodos que se opõe pelas diferenças. Talvez não saibamos acessar o caminho em nós mesmos, talvez não saibamos de absolutamente nada mas continuaremos, quem sabe, incansavelmente a procurar.

Piaf


Penso que poucas coisas são capazes de me causarem reações pelas quais não posso definir, ao menos nas primeiras horas, nos primeiros dias, deixando-me silencioso e pensativo, depois é que começo assimilar as emoções, diagnosticar e entender os detalhes que fizeram a minha boca ficar seca, os olhos avermelharem-se e a garganta arder como se um choro preso fosse explodir a qualquer momento e sem controle. Ontem me aconteceu isto enquanto estava deitado em minha cama assistindo o filme Piaf- um Hino ao Amor- do diretor Olivier Dahan, que conta a trajetória artística e de vida da cantora francesa Édith Giovanna Gassion (Edth Piaf). 

Interpretada pela atriz Marion Cotillard. Cotillard, de 32 anos, transfigura-se para encarnar a cantora da juventude à morte precoce, aos 47 anos, como resultado de uma vida marcada por tragédias e pelo abuso de álcool e drogas.
O filme pode ter deixado de detalhar algumas passagens da vida da cantora, como sua posição e postura politica na época, como descrevem alguns críticos, mas sem duvidas não deixou de ser uma bela e sensível declaração de amor a sua vida tão polêmica e recortada de sofrimentos.


Non
, Je Ne Regrette Rien:

Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado! (2)

Com minhas lembranças
Acendi o fogo (3)
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus "tremolos" (4)
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

Pôr- do- Sol

No final da tarde o sol se punha alaranjado sobre as águas do Guaíba, enquanto eu e Alba atravessávamos a multidão em frente ao anfiteatro Pôr- do- Sol, para ver o Show de Nando Reis e Ana Cãnas que deu inicio as comemorações dos 237 anos de Porto Alegre. A plateia formada por um público de diferentes idades, cantou e dançou as musicas conhecidas de seu repertório como: Segundo sol, All Star, No recreio e outras também já interpretadas por Cássia Eller. Fiquei impressionado de ver aquele homem franzino no palco interagir simpaticamente com a multidão e em alguns momentos fiquei saudoso de não ter a voz rouca, poderosa e competente de Cássia lhe acompanhando.

Seriguela?

Alguém sabe oque é Seriguela? Pois bem, lá vai: A seriguela é uma fruta pequena e de formato oval que lembra bastante o cajá. Típica das Américas do Sul e Central (México, Caribe). É eficaz contra anemia, inapetência e a diminuição dos glóbulos brancos. De sabor original e muito cremosa, a polpa de siriguela mantém as propriedades nutricionais da fruta que é rica em Carboidratos, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A, B, C, possui gosto bastante adocicado e ao amadurecer assume uma cor laranja-avermelhado ou amarelo. Pode ser encontrada mais facilmente no nordeste. Além do consumo in-natura, a fruta pode ser usada em sucos , sorvetes, geléias e fica muito bem com vódka e gelo, a famosa Sirigueloska. Como propriedades medicinais é diurética e energizante, além de ser indicada para o alívio de espasmos, diarréia, febre, gases e limpeza de feridas. Experimentei-a em Marataizes no Espirito Santo e sucumbi ao seu sabor.

Ponte Rio-Niterói


Não gosto de cruzar pontes e hoje posso dizer com tranquilidade que apenas não gosto. Houve um tempo em que sentia verdadeiro pânico, como se fosse cair lá de cima em meu carro e só pararia de afundar quando chegasse a o fundo. Sentia até o frio na barriga quando imaginava a queda e o estouro do carro batendo na água depois afundando rapidamente sem que eu pudesse me soltar do cinto. Era em qualquer ponte que eu passasse e visse água em baixo. Um dia, assistindo uma reportagem do Jornal Hoje da Rede Globo sobre um temporal que abalava a cidade do Rio e mostrava a ponte Rio- Niterói em movimentos ondulatórios por causa dos fortes ventos. Sentado no sofá da minha casa perdi o fôlego. Era indescritível a cena do movimento da ponte e a sensação que eu sentia naquele momento. Há uns vinte dias atrás, quando estive no Rio e fui para a Região dos Lagos, tive de cruza-la de carro, graças a Deus não era eu quem dirigia, mas lembrei da cena do tele jornal e de toda a paranóia que eu já tinha sofrido com relação a pontes. A Ponte Presidente Costa e Silva ou Rio-Niterói possui 22,12Km de extensão sendo 8,83Km sobre a água e seu ponto mais alto, 72 metros de altura. Lembro-me que a o chegar do outro lado a tensão foi se desfazendo, paramos num posto de combustível para abastecer o carro e depois seguir viagem . Ao passar-mos por São Gonçalo, imediatamente lembrei-me do refrão da musica de Seu Jorge da qual fez desaparecer por completo a desagradavel sensação de aflição e pensar que afinal ela não é um nenhum bicho de seta cabeças mas apenas uma ponte, uma bela ponte:


...Morando em São Gonçalo você sabe como é
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a pé...

Violências

Inacreditável!... Mas muito mais louco do que os pesadelos que algumas vezes tenho e me fazem acordar assustado e sem entender e que posto neste blog como registro de minha vida, são as loucuras da qual me deparo no dia a dia deixando-me boquiaberto e sem entender de fato. Violências com mortes, assaltos, pobreza, sequestros, parecem ser já coisas corriqueiras quando abro o jornal ou ligo a televisão e tem aquele aspecto de irreal, de ficção, mas quando me deparo frente a frente com elas, com suas vitimas ou quando sou a própria vítima, a coisa toda muda de figura me causando desconforto e revolta por não entender os "por ques" de tudo isto. Mas a violência tem muitos braços, muitas faces e se bobear muda de nome, altera conceitos, explana justificativas plausíveis aos ouvidos de uma sociedade dita politicamente correta. A violência muitas vezes vem fantasia de agressões menores, omissão, desqualificação e tantos outros disfarces.
Ontem recebi a missão de atender um homem em seu domicilio, com dificuldade respiratória, inconsciente e com um histórico de ser portador do vírus HIV. Quando chegamos em sua moradia, que era literalmente um deposito de lixo, pois havia sujeira por todo o lugar que se olhasse inclusive o sofá do qual fazia de leito, me surpreendi com seu estado de degradação. Estava urinado, emagrecido, com uma respiração que passava dos vinte e seis movimentos por minuto, taquicardico, com batimentos cardíacos acima de 150, com a pressão baixissima 80/40, uma concentração de oxigênio no sangue em torno de 58%, quando o nível de normalidade começa a partir de 94, 95% e para finalizar: Inconsciente. Quero deixar claro que inconsciência em nosso trabalho é motivo para se chamar o médico no local afim de dar um suporte profissional maior a quem precisa e foi que fiz. Como resposta recebi a orientação de instalar oxigênio e solução fisiológica e deslocar para o hospital onde o paciente fazia acompanhamento médico a uns quarenta quilômetros de onde estávamos. As orientações foram cumpridas a risca e mesmo assim, o paciente ainda respirava mal e com uma concentração de oxigênio em níveis baixissimos, 82,83%, taquicardico e inconsciente, informação que repassei via rádio sem nenhuma resposta. No caminho do hospital, mais um desconforto, a ambulância apresentou problemas e não andava além de 40 km por hora, avisamos via radio e a resposta do médico foi que se ela parasse então mandariam uma outra. Quanto a o desfecho de tudo isto, o paciente chegou vivo sim em seu destino, embora corresse o risco de ser diferente. Fiquei pensando enquanto retornava para uma nova missão sobre tudo que havia acontecido. Contar a história pessoal deste paciente, com 28 anos, papeleiro, usuário de craque, pai de dois filhos também drogados, portador do vírus HIV e uma esposa que me confidenciou também estar contaminada e vivendo em total miséria é tornar-me repetitivo. É contar uma história já muitas vezes ouvida e talvez ninguém mais tenha saco para isto. A surpresa de tudo isto que estou contando e que me deixou revoltado, foi a falta de compromisso profissional e desrespeito com que este médico tratou a mim e conduziu o paciente, ignorando meu pedido de apoio necessário no local. Desrespeitando a vida do paciente e a mim que estou habilitado a avaliar um situação de risco e solicitar sua presença quando for necessário. Senti que a sua vaidade o impedia de fazer o que eu estava solicitando em prol de uma vida. Que seu preconceito com relação aos profissionais que atuam na linha de frente é maior que o compromisso óbvio que assumiu como médico e que sua arrogância é geradora de uma violência que talvez nem ele próprio tenha consciência. Que talvez seja vítima de si mesmo e que suas atitudes desrespeitosos o torna menos respeitado por nós ínfimos lutadores da linha de frente. Sua conduta é merecedora de aplausos, obviamente dele para si mesmo.

A Visita

A menina me vigiava do corredor na expectativa de entrar em meu quarto assim que eu fechasse os olhos e que enfim dormisse!.. Não sabia oque ela queria ou oque pensava, pois tinha olhar enigmático, silenciosa e tinha os cabelos que encostavam nos ombros, vestido branco que descia além de seus joelhos magros. Fiquei deitado, quieto, esperando alguma atitude, qualquer movimento que não acontecia. Me perguntava como podia estar dentro da minha casa e por onde tinha entrado. Depois sumiu no meu piscar de olhos, mágica, da mesma forma com que apareceu. Não era sonho, pois lembro estar acordado, talvés fruto de minha imaginação!

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...