Abraços e apertos de mão

Gosto de apertos de mão cuja a pegada se revela firme e impõe presença de carater, de abraços afetuosos que transferem o calor humano do corpo e a sinceridade da alma, dos beijos doces  que traduzem verdadeiros sentimentos.
Algumas mãos me parecem artificiais e faltando dedos, alguns abraços são tímidos como se não existissem corpos. Hoje fui surpreendido por pessoas que sabiam a importância destas diferenças.

Neve sobre os telhados de Paris

Sonhei que me acordava num quarto de hotel em Paris. A manhã estava ainda pouco iluminada e caia uma neve fina sobre os telhados exóticos das casas antigas numa rua estreita, acumulando-se nos passeios e esquinas ainda pouco movimentadas pelo cedo da hora.
Corri até a calçada vestindo-me apressado e pensei não estar tão feliz por estar em Paris.., mas por constatar singular beleza na neve, que encantava meus olhos atentos e enfeitiçados.


Poderia ser qualquer lugar, o que importava era a  magia da neve que caia. Então posei para uma foto com amigos que se aproximavam na calçada branca, em contraste com nossas roupas escuras de inverno. A  luz do flash se acendeu e nos eternizamos na típica pose de abraço, até eu me acordar de fato e pensar que os sonhos contem genuínas emoções que a realidade às vezes não alcança. 

Melancolia essencial

Amanheceu com uma chuva fina e uma brisa agradável entrando pela minha janela. Eu esperava à varias  semanas que este clima substituisse o extremo calor que estava fazendo na cidade. Gosto de dias às vezes cinza como o que nasceu hoje, por que me causam uma conhecida melancolia essencial que parece estimular-me a momentos mais contemplativos e intimista. Si é qui mi intendi?..
Hoje cedo, assisti pela milionésima vez o filme "Another Woman" de 1988 e fiquei pensando no como este filme antigo do Woody Allen  me instiga a refletir e a bater em minhas essências pessoais, em como é necessário desconstruir crenças, desfazer relações viciadas com o mundo, com as pessoas, nos divorciar-mos de nós mesmos a procura de novas referencias de amor; e quando falo de amor, refiro-me ao fraternal, ao que nos compõe e nos torna igualitários no aspecto de respeitar as  sutis diferenças pessoais, as impossibilidades, as fragilidades, os medos, fazendo disto uma nova releitura de nossas convivências.

QUANDO GESTOS SIMPLES DERRUBAM LEÕES

No dia em que viajei para Buenos Aires, foram feitas as apresentações dentro do ônibus como é de praxe: Cada pessoa revelava seu nome, o que fazia e também comentava sobre seus objetivos e expectativas com a viagem e assim procedeu-se. 
Eu entendi que aquilo era uma forma de facilitar a integração entre as pessoas até então meros desconhecidos. Mas o diferencial se fez quando um dos jovens que compunha o grupo, levantou-se a o ser chamado e olhando à todos na altura dos olhos, com a expressão muita tranquila, disse que era a sua primeira viagem para Buenos Aires ao lado do namorado e que a intenção era divertirem-se muito na cidade.
Aquela atitude corajosa, se espalhou entre o silencio dos expectadores e provou que os dias em que vivemos está evoluindo para melhor e isto, através de condutas sinceras e verdadeiras como a deste jovem, que surpreendeu a todos.
Óbvio que não houveram manifestações inadequadas, murmúrios duvidosos ou outras coisas do gênero, no resto do grupo, afinal vivemos numa sociedade "moderna", cujo os valores evoluem a todo o momento em direção a uma plataforma de liberdade e respeito individual e qualquer manifestação imprópria, seria como assinar a própria sentença publicamente.
Mas o que me chamou a atenção e à partir daí postar este comentário aqui no blog, foi realmente o silencio estabelecido entre as pessoas e que considerei um divisor de pensamentos marcado por possíveis questionamentos morais entre as verdades de cada um ali sentados. Existe no silencio uma perspectiva de reflexão, mesmo que camuflado de outras intenções e isto é um passo para a construção de novas ideias, possibilitando à todos tornarem-se mais flexíveis diante das diversidades assumidas com muita naturalidade e dignidade.
Isto me fez lembrar de uma frase dita por um amigo: _Gestos simples derrubam leões!.
E é uma verdade.

Palavras e atitudes

Acho que palavras, não descrevem a verdade de nossos sentimentos, apenas ensaia o que acreditamos ser a verdade, já que precisamos de algum suporte de orientação quando tudo parece estar confuso, mas ainda com um certo controle. 
O que quero dizer é que por vezes tentamos materializar nossos sentimentos confusos em palavras que facilitem a nossa própria compreensão dos fatos e assim criar  justificativas aceitáveis que expliquem nossas condutas viciadas e não as coloquem em situações reprovadoras diante de nós mesmos e dos outros.
Buenos Aires me fez ver isto e ter certeza de que palavras são voláteis diante de certas atitudes que  por vezes se contrapõe.

Surpresa com uma morte anunciada

Na Segunda-Feira quando retornei de Buenos Aires, uma das primeiras coisas que fiz foi ligar o celular que deixei em casa e então fiquei sabendo do falecimento de um colega de trabalho, através de uma mensagem a mim enviada e que  me surpreendeu  ao lê-la no visor do aparelho. Isto me fez pensar mais do que normalmente já penso sobre a morte e a surpresa que nos causa cada vez que tomamos conhecimento dela. Parece que surpresa e a palavra chave de uma morte anunciada.
Este colega já havia se submetido a inúmeros cateterismos e pontes de safena e embora fosse sempre orientado pelos médicos a ter uma vida mais regrada e saudável, não dava muita atenção a estes conselhos; Não acreditava em liberdade e felicidade pessoal baseada em limitações impostas que suprimissem seus prazeres. De tanto ir e retornar de hospitais parecia se assegurar no fator sorte que por vezes causa a sensação de onipotencia e que sempre é possível mais uma chance e mais uma, de sobreviver, sem limites estabelecidos pelo tempo e imposto por suas proprias regras pessoais.  Cada um de nós tem um pouco disto!..
O pior da morte não e a certeza de que ela virá, mas a surpresa de não estarmos preparados  para recebe-la e acho que quase sempre não estamos. A pergunta que me faço é se teríamos uma outra atitude se soubéssemos antecipamente a proximidade de sua chegada.
Há momentos em que o corpo parece mandar mais do que nossas prévias certezas de imortalidade, nos arrastando quem sabe para algo melhor. Acho que foi mais ou menos isto que aconteceu com ele.

Sorte no Bicho

Meu vizinho chegou pela manhã na padaria onde eu tomava meu café da manhã. Já disse que algo estava errado comigo, pois além de beber coca-cola no bico, normalmente não tomo café fora de casa, ainda mais sentado numa cadeira na calçada olhando pra grande avenida movimentada. Ele chegou com um papel na mão e uma expressão mesclada de ansiedade e alegria, anunciando ter ganho R$ 3.600,00 no segundo premio, numa centena no jogo do bicho. Eu não entendo nada deste jogo, mas disse que sonhou com o seu primeiro emprego e então olhou o endereço na carteira de trabalho, jogando o numero do estabelecimento e repetindo o primeiro numero, 4+483. Algumas coisas justificam a atitude, mas não explica o resultado como ter sonhado com o numero, jogado e ter acertado, outras nem se justificam como a de repetir o primeiro numero. Nem ele soube explicar a razão, é apenas sorte.

Sinais

Hoje não levantei bem e isso é reflexo da noite mal dormida de ontem. Me debati na cama com insônia e excesso de calor, pensamentos um tanto confusos e distantes, também  uma certa irritabilidade. aos nascidos sob o signo de Touro. Percebi claramente esta irritabilidade logo que abri a geladeira pela manhã e bebi a coca-cola no bico. Alguns sinais incomuns me comprovavam o óbvio. Acho que todos em algum momento, percebem seus próprios sinais.

CIDADE DE TIGRE - ARGENTINA

Cidade de Tigre fica localizada a mais ou menos 30 quilômetros, na área metropolitana da capital Buenos Aires e pode-se chegar até lá de ônibus, (mais ou menos 1 h 30 min.), ou de trem na estação do Retiro numa viagem muito divertida que leva pouco mais de 40 minutos por 2 pesos.




Eu digo divertida por que durante o trajeto alguns vendedores ambulantes invadem o trem, oferecendo produtos como CDs piratas, alfajores, bijuterias, canetas esferográficas, tudo que se pode imaginar.

A cidade é muito charmosa e com uma excelente infra estrutura de lazer, muitos bares, restaurantes, cafés,  shoppings e lojas de artesanato espalhadas por suas calçadas limpas e  alguns prédios de arquitetura antiga que serviram de moradia e retiro de lazer à aristocracia no século passado. Tigre é um balneário, margeada pelo rio Sarmiento que disponibiliza passeios de barco para diversas ilhas formadas por rios que formam o delta do Parana. O  nome da cidade se deve a presença do felino (tigre americano) que vivia no lugar antes da ocupação humana.

Os passeios de barco saem da Estação Fluvial de Tigre com construção em estilo inglês, situada na Avenida Mitre -30. Os preços variam de acordo com o tipo de embarcação (que podem ser em  barcos simples, catamarãs de luxo) e numero de passageiros, variando de 300 à 15 pesos por pessoa. As ilhas são ricas em flora - fauna com inúmeras casas e mansões construídas à beira dos rios, lembrando um pouco o nosso Guaíba e o Delta do Jacuí.


As ilhas possuem infra estrutura desde restaurantes a pequenas lancherias que oferecem almoço ou lanches rápidos para os visitantes, alem de pousadas para pernoites.



Ainda no perímetro urbano da cidade pode-se visitar:

PORTO DE FRUTAS:
Local onde há numerosos postos de venda que oferecem produtos de primeira necessidade  e  regionais como pães, cucas, doces, embutidos, comercializados pelos habitantes das ilhas.

FEIRA ARTESANAL DELTA:
Produtos de artesanatos em vime, bambu, madeira, e  outros adornos e acessórios decorativos. 

MUSEU SARMIENTO:
Localiza-se na margem do rio Sarmiento, foi a casa que o ex-presidente da República Argentina Domingo Faustino Sarmiento usava em sua estadia no Delta. Sua antiga casa de madeira foi restaurada e protegida por um vidro transparente para impedir a sua deterioração. Transformada em museu em 1997, abriga em seu interior uma biblioteca e objetos pessoais que foram utilizados pelo presidente. Foi declarado Monumento histórico Nacional. 

CASSINO TRILENIUM: 
Construído num prédio de 20.000 metros e considerado  o maior cassino da América do Sul. Ainda pode ser um excelente programa, caminhar pelas ruas da cidade, observando suas construções do século passado ainda preservadas, praças e ruas arborizadas, que dão um encanto todo especial à cidade.





COMO CHEGAR A O TIGRE:
De ônibus: Linha- 60. É importante lembrar que os ônibus de Buenos Aires e tem máquinas automáticas de bilhete que só funcionam com moedas).
De automóvel: Da Cidade de Buenos Aires seguir pela auto-estrada Del Sol. Depois seguir pelo Acceso Norte e Ramal Tigre.
De Trem: Bartolomé Mitre – ramal Retiro/ Tigre
Tren de la Costa. – ramal Maipú/ Delta.

Até a próxima viagem!



A Terra é realmente redonda!

Quando divido o memso espaço com algumas pessoas que não simpatizo, eu fico me perguntando se não estou  sendo implicante demais, agarrando-me a pequenas coisas vagas e isto sendo alimentado  por algum preconceito, gerado por algumas impressões mal elaboradas a partir de gestos e  atitudes observadas e não aceitas por mim. Fico lutando contra esta má impressão e me esforçando para que meu sentimento mude com relação a algumas intolerâncias que produzo, o que nem sempre é possível. Mais tarde vem aquela sensação de que  lutei em vão, pois todo o meu corpo me dizia que a terra era somente eu não acreditei.

Reveillon 2011 em Buenos Aires




Dia 27 de Dez. de 2010 saí de Porto Alegra para Buenos Aires, com a finalidade de passar o reveillon na capital portenha. Eu estava com uma grande expectativa pelo fato de encontrar amigos que fiz em excursões anteriores, além de rever a cidade que já havia conhecido em Fevereiro de 2010 por ocasião do Carnaval com uma infinidade de atividades de lazer e diversões que firmaram em mim uma opinião muita positiva com relação a cidade. 
Para minha grande surpresa, a cidade parecia outra; Preços muito acima do esperado ou iguais aos aplicados no Brasil, alem de uma certa deficiência para receber os turistas e que não se restringiam somente aos problemas econômicos ou de diferenças culturais, mas de educação, simpatia e interesse de conquistar os que levavam dinheiro pra dentro do país de economia tão fragilizada. Alguns vendedores pareciam demonstrar desprezo pelos clientes brasileiros, isto era visível. Buenos Aires estava vazia de argentinos que se deslocaram para as praias do Uruguai e com um grande numero de brasileiros que resolveram pasar o reveillon por lá. Desta forma Buenos Aires sem argentinos, não se parecia com Buenos Aires e os poucos que ficaram pareciam frustrados com esta condição.
Vou dar dois exemplos ocorridos nestes dias:
Uma amiga da excursão disse que pediu um almoço que acompanhava puré de batatas. Já nas primeiras garfadas encontrou um longo fio de cabelo que a fez chamar a garçonete para que tomasse providencias a respeito. A mulher recolheu o prato e apos coloca-lo sobre o balcão começou a remexer na comida com a ponta de um garfo a procura do cabelo, que mesmo estando visível fingia não enxergar. Quando mostrado o enorme fio com ajuda da própria cliente que foi até o balcão, a mulher lhe lançou um olhar de desprezo e disse rispidamente que era só oque tinha para oferecer e que pagasse apenas o refrigerante.


Outro excursionista contou-me que pediu uma cerveja num bar, cujo o preço fixado era de 10 pesos. Quando perguntado pelo garçom, se queria que abrisse a tampa da garrafa, o que é obvio porque eu pelo menos não conheço outra forma de beber o conteúdo de uma garrafa sem que esta esteja aberta, informou-lhe que o preço era 16 pesos. Ao pedir explicações sobre a rápida inflação sobre o preço da bebida, o garçom respondeu-lhe de cara feia, que era assim que funcionava o serviço. Estes foram apenas dois exemplos entre tantas incidências ocorridas. Claro que seria inoportuno generalizar, mas que havia uma certa hostilidade e total desinteresse de se parecerem simpáticos com brasileiros, isto havia de fato.
Bom, existe uma regra universal que diz o seguinte: Cliente bem tratado dá referencias positiva e retorna, cliente mal tratado dá referencias negativas e não volta! Isto de certa forma serviu para que eu percebesse, que nem tudo são flores. Um dia você pode ser recebido com educação e receptividade e noutro com desinteresse e mal educação. É possível uma cidade estar de mal humor?


Nos dias 29 e 30 saímos as compras que foram absolutamente tímidas por causa dos preços absurdamente inflacionados, as ruas lotadas de gente, o transito caótico, ladrões e batedores de carteiras por todos os lados, alem do calor infernal (nada diferente daqui do Brasil nos dias que antecedem grandes datas). 
No entardecer do dia 31 a cidade começou a ficar vazia e não se encontrava táxis e não por demanda no serviço, mas por que simplesmente não havia nenhum circulando. O comercio praticamente fechou suas portas, sendo substituidos por vendedores ambulantes, na maioria peruanos e paraguaios expondo seus produtos no passeio da Avenida Florida. Os poucos bares e restaurantes que ficaram abertos, prestavam serviços deficientes e caros, muitos eram longe do circuito central da cidade, dificultando ainda mais os deslocamentos. Para se ter uma ideia alguns taxistas cobravam de um bairro para outro a tarifa fixa de 180 pesos, quando em dias comuns não passavam de 20 pesos. O taxi é um dos meios de transporte baratos na capital portenha, mas há de se tomar cuidados com alguns taxistas que ao perceberem se tratar de turistas, esquecem de ligar o taximetro, ou fazem voltas pela cidade tentando arrancar tarifas mais altas.


Outra coisa que chamou a atenção de todos, foi a sujeira em que se encontrava a cidade desde o dia 28 de Dezembro quando chegamos, até o dia 02 de Janeiro quando nos preparávamos para voltar a o Brasil. Alem das lixeiras abarrotadas e fétidas de matérias em decomposição, as ruas e avenidas pareciam cobertas por um tapete de papeis picados, lançados das janelas dos edifícios comercias. Dizem que isto é uma tradição por lá e a coleta de lixo não parecia um serviço essencial nestes dias.
Pela deficiência de locomoção em táxis na noite de 31, resolvemos jantar no Hostel e depois assistir a queima de fogos de artifícios em Puerto Madeiro que dava para ir á pé. Numa das plataformas do porto, três jovens de Itajaí, fizeram o diferencial com a apresentação de chorinhos brasileiros, deixando a noite mais agradável entre as explosões coloridas de fogos de artifícios. Não havia quem não parasse para apreciar a boa musica. Ficamos ate as 3 horas da manhã e depois retornamos para o hostel com planos de conhecer outros lugares fora das imediações do centro de Buenos Aires, o que merecerá outro post aqui no blog.
Na foto à cima: Eu de vermelho. Da esquerda para a direita, Guilherme, Junior, Araci, Ton, Barbara e Andrei.

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