Não tenho certeza de nada,
por que é assim que deve ser e devemos viver, sem certezas.
Certezas empobrecem nosso intelecto,
desativam todas as nossas possibilidades de criatividade.



Todas as noites quando estou na minha casa, abro a janela de meu quarto para namorar com a lua, abraçar as estrelas e tomar banho de vento. Então me pergunto o que faz as pessoas terem tanto medo da solidão e agarrarem-se a pequenas coisas, a sentimentos mesquinhos, a sentirem dor em feridas antigas, que nunca cicatrizam.

Tenho meus momentos de melancolia, mas estes, servem para adubar o crescimento das minhas alegrias, das minhas poucas e inseguras certezas.

Pela manhã quando posso, dou uma lida em todos os blogs que tenho registrado em meu laptop e em especial as postagens de Edson Marques que particularmente tenho apreço pelo que escreve e então me deparei com esta frase causadora de polêmica interna, que nos faz parar por alguns segundos que seja e pensar na metodologia que utilizamos para nossas verdades. Verdades que achamos muitas vezes serem imutáveis, intransponíveis, perenes, maiores que nós mesmos pelo peso que a atribuímos.
Que
são falhas e muitas vezes geradoras de preconceitos, angustias, dor:

"Temos que ser infiéis às nossas convicções.
Ou não mudaremos nunca".


Presente delicado


Quando assisti este vídeo, na casa de uma amiga, percebi a delicadeza de sua mensagem.
Resolvi então posta-la por aqui.

Noite dessas, descobri o como estava necessitado de coisas que não mais me lembrava de suas existências. Faltavam-me tantas perguntas e repostas intimas e que foram sendo respondidas sob o vento discreto e temperado que entrava pela janela do meu quarto. Sob brindes, sob copos de vinho tinto que se renovavam. Sob olhares curiosos, atenção, gestos e expressão de carinho, de delicadeza.

Esta noite após ler algumas paginas do livro: Um olhar Sobre a Cultura Brasileira, de Francisco Welffort e Marcio Souza, emprestado por uma prestimosa amiga, dormi abraçado em mim mesmo como há muito tempo não fazia. Curioso, feliz. Sinto que a os poucos reato alguma relação de amor comigo mesmo. Tenho esperança neste namoro por enquanto incondicional, silencioso, necessário!

Sentado nesta praça, fico olhando todo este mar verde na minha frente. Embora tenha sol, o vento hoje é de um abril diferente e distante, de um setembro sem chuvas, de um outubro de folhas que não cairam... Lembrei então de minha avó, mulher simples, que mal sabia escrever seu nome, porem hábitos refinados e personalidade forte. Um grande coração.Teve três maridos em sua vida e viuvou de todos. Conheci apenas o ultimo. Longos anos de minha vida convivi com ela, recebendo sua atenção, seu carinho peculiar, suas idéias de como via a vida. Quando partiu aos 66 anos, pensei viver um pesadelo. Uma cratera abriu-se em baixo de meus pés e engoliu-me por inteiro. Lembro-me que chorei por mais de uma semana, inconsolado, escondido, culpado. Hoje, depois de 32 anos, voltei a chorar de saudades.

Todas as noites quando me acomodo na cama, deito bem no meio dela. Abro meus braços e minhas pernas tentando ocupar todo a dimensão que ali disponho. Esta sensação de liberdade física faz-me sentir bem. Depois vou me movimentando e me enrolando nas cobertas de modo a encontrar todas as posições. Algumas vezes coloco os pés na cabeceira ou me atravesso na transversal, na diagonal, na perpendicular em busca da melhor forma de me acomodar em angulos possiveis. Porém acordo-me pela manhã, com o rosto virado para a janela onde entra a luz e normalmente vejo-me encolhido como se sentisse frio e a cama tivesse diminuído sem que eu percebesse.

Hoje pela manhã quando acordei e abri meu hotmail, encontrei uma declaração de amor. A partir disto, meu dia teve outra cor, outra luz, outro destino.
Dizia apenas:
Ti amu!
Depois se repetia no meu celular:
Pai, ti amu!
Postei estas fotos de Saudek que encontrei na internet e que acho de uma beleza impar.
Jan Saudek nasceu em Praga em 1935. Quando jovem, ele e um irmão estiveram presos num campo de concentração nazista onde conseguiram escapar por sorte. Saudek usa sua fotografia como forma de expressão, foi um dos primeiros fotógrafos tchecos á ser conhecido no ocidente. Suas fotografias expressam a sexualidade, as relações interpessoais, o movimento do tempo, a velhice, a nudez ilícita. 
Você pode esconder a verdade ou acreditar na mentira, mas certamente algo que se sobrepõe a tudo isto um dia:


A separação inicia seu processo de forma lenta. Os desgastes e os desencantos vão sendo inoculados no cotidiano de um casal, ocupando gradativamente os espaços, que antes em algum tempo, era ocupado pela magia e pelo encantamento. Em um momento já distanciado da lembrança, o espelho de cristal partiu-se. Emendar espelho é impossível. A imagem refletida é uma imagem partida, dividida e cheia de desfigurações e distorções. A crise conjugal!

Li em algum lugar na internet que a separação inicia seu processo de forma lenta. Os desgastes e os desencantos vão sendo inoculados no cotidiano de um casal, ocupando gradativamente os espaços, que antes em algum tempo, era ocupado pela magia e pelo encantamento. Em um momento já distanciado da lembrança, o espelho de cristal partiu-se. Emendar espelho é impossível. A imagem refletida é uma imagem partida, dividida e cheia de desfigurações e distorções. A crise conjugal!
O importante é que se tenha em mente que nem tudo está perdido. Que a vida é feita de surpresas com sobressaltos. Que temos o direito de ser felizes não importa quantas chances pudermos nos dar.
Enfim, quando uma relação termina é importante:


Blues da Piedade.

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça

Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Cazuza

Postei a letra da musica de Cazuza, em meu blog, para mim mesmo. Para que de vez em quando eu leia e lembre de não fixar-me em coisas menores, em sentimentos que não levam a lugar algum, que serve apenas para aumentar angustias.


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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...