RUÍNAS DA GRANJA CAROLA - CHARQUEADAS.

Um passeio nesta segunda feira 28/09/2015, com amigos, me proporcionou conhecer as ruínas da Granja Carola, localizada na Rodovia RS-401, km 19.5 - s/n em Charqueadas. Pouco se sabe sobre a granja carola, que é muito antiga e que um dia foi abandonada por seus proprietários.
Mas sua identidade remete-nos a o período das charqueadas, onde o rio Jacuí tinha sua importância no transporte do charque para Porto Alegre. No alto de uma colina, encontra-se uma antiga capela, que possivelmente foi construída estrategicamente, para proteger o lugar dos frequentes danos causados pela cheias do rio.
Estavam comigo neste passeio: Rosane Fonte, Ida Romano e Carlos Patrício que já conhecia este lugar, quando morou nesta região.


































  



TASHI LING EM TRÊS COROAS.

Neste Domingo chuvoso, eu e Rosane subimos até Três Coroas, para mostrarmos para um casal de amigos (Ida Romano e Carlos Patrício), um dos atrativos mais visitados da cidade, que é o Templo Budista Chagdud Gonpa, localizado sobre um morro, na Estrada Linha Águas Brancas, 1211.



Depois de longos minutos observando tudo, tirando fotos e comprando lembrancinhas na lojinha do templo, descemos em direção ao centro da cidade, em busca de algum restaurante interessante para almoçarmos, já que a chuvarada de dias anteriores havia destruído alguns trechos da RS-020, fazendo-nos desistir de ir até São Francisco de Paula, outra cidade interessante, onde normalmente almoçamos, quando fazemos este roteiro.
Depois de algumas discussões pacificas e puxões de cabelos, dentro do carro, para decidirmos onde iriamos, nos rendemos a vontade e fala mansa de Carlos Patrício, que queria conhecer um restaurante tipico Tibetano, que ele havia lido em algum lugar, opiniões positivas à respeito.



MATA NATIVA E PEQUENAS CASCATAS NO CAMINHO:
Descemos a Estrada Linha Águas Brancas, cortando o morro  até a área central da cidade, onde exibia por seu sinuoso caminho, ora de terra, ora de calçamento de pedras, uma exuberante mata nativa por onde escorriam pequenas cascatas de encher os olhos e o som  encantador de pássaros nas arvores. Eu contei pelo menos três cascatas.



A NEBLINA SÓ AUMENTOU A BELEZA DO LUGAR:
Toda esta região é tão bonita e magica, que não é difícil de admitir que mesmo nestes dias frios e até chuvosos, em nada diminui sua beleza. Mesmo o templo, que ficou encoberto por uma densa neblina, revelava de uma forma mais tímida suas cores vibrantes, dando-lhe um clima ainda mais místico e sedutor.




O RESTAURANTE TASHIT:
Escolhemos almoçar no Tashi Ling, um restaurante tibetano na Rua Alagoas 361, sobre o qual, havíamos escutado elogios de Patrício.
Uma atendente tipicamente trajada, nos recebeu de maneira muito amável e nos levou até a mesa, onde nos foi servido um chá preto com gengibre, de boas vindas.




CARINHO E ATENÇÃO FAZ A DIFERENÇA:
O ambiente, como não poderia deixar de ser, é bem zen, com mantras e canções tibetanas tocando a o fundo. Sua decoração é simples mas aconchegante; Uma espécie de tenda com panos e bandeiras coloridas, enfeitando o teto do salão principal envidraçado.
No fundo, um quintal gramado com cadeiras, espreguiçadeiras de madeira e decoração tipica, convidam para um relax e por que não, uma boa soneca. Pena que estava chovendo!.. O restaurante agradou a todos, não só pelo menu diferente, diversificado e saboroso, mas principalmente pelo tratamento recebido. Carinho e atenção sempre fazem a diferença.

IMAGENS QUE COMOVEM.

Tenho pra dizer que quanto mais velhos vamos ficando, mais emotivos nos transformamos  e isto é uma constatação pessoal, que não pretendo detalhar, por que cada caso é um caso e por vezes nos sensibilizamos por um tipo de nó ou sufoco diferente que surge na garganta, sem entendermos de fato sua razão.


Na quarta- feira pela manhã, fui fazer uma constatação de óbito, num homem de 30 anos que se enforcou numa área aberta, no fundo de sua casa, por algum possível desentendimento amoroso. Havia deixado sobre a mesa da cozinha, um bilhete para a sua ex-companheira, pedindo desculpas por erros cometidos e que ela merecia a chance de ser feliz e que sua morte abriria tal oportunidade.
A  imagem daquele corpo sem vida, pendurado por uma grossa corda de náilon azul, numa posição que lembrava uma penitencia, o olhar parado que parecia dirigir-se a o seu próprio interior, era de uma tristeza sem dimensões e que mostrava a que ponto o desespero leva o ser humano. Guardei aquela imagem por dias em minha lembrança.

SEM PACIÊNCIA PARA CONTAR CARNEIRINHOS.


Neste Sábado pela manhã, o dia parecia que iria abrir e até surgiu alguns comentários de que abriria Sol a tarde. Ledo engano!., Aos poucos o céu foi escurecendo e nuvens trouxeram novas pancadas de chuva para cidade, baixando um pouco mais a temperatura. Alem da chuva, uma característica deste período aqui do sul, parece ter reaberto nos porto alegrenses, alguns momentos de introspecção forçada, baixando as taxas de Serotonina, alimentada pelos raios solares e responsável, por aquela alegria fundamental. No final de plantão entre colegas, ainda se comentou: Chuva, instabilidade politica e econômica e a idade pegando, a gente se sente um pouco sem saída e sem nenhuma paciência até para contar carneirinhos.

O CONTO DO VIGÁRIO.

Inacreditavelmente hoje fui pedido em pré namoro, no Facebook. Tá bom, vocês podem até dizer, mas e daí, qual é o problema? Eu então vou dizer, que foi por uma pessoa, que não possuo nenhuma intimidade, já que nos falamos raríssimas vezes e nem lembro porque cargas d'água, aceitei-a na minha pagina social, que está me deixando de saco cheio, pelos absurdos que leio.
Sim eu chamo de pré namoro, por que a pobre criatura que me chamou no bate-papo, no inicio da tarde, disse-me se sentir solitária, precisando de alguém que fosse amigo e companheiro pra todas as horas, e então começar um namoro sério podendo ser eu, evidentemente.  Mas antes de qualquer coisa, eu precisaria passar por uma seleção, foi o que concluí, já que me pediu para enviar ao seu e'mail pessoal, algumas fotos que possivelmente serviriam para me avaliar fisicamente, ver se sou digno de seus pré requisitos e então, viabilizar ou não a futura relação desejada. Bom, eu pensei, se ela tem acesso a minha pagina, tem também acesso as minhas fotos, que estão todas expostas, para quem quiser ver. Eu não sei por que razão, fui escolhido entre uma longa lista de nomes no seu Facebook, para este conto do vigário, que eu por curiosidade me dei ao trabalho de investigar.
Fiquei de cara com a conversa e ao mesmo tempo me perguntando perplexo, em que mundo nós vivemos, o da pressa, o de meter os pés pelas mãos? Melhor dizendo: Que tipo de pessoas habitam este mundo, pra ficarem deste jeito tão desesperadas?
As pessoas barganham suas emoções e criam falsos sentimentos para fugirem da solidão a qualquer preço, como se o mundo fosse uma feira livre de rua e os outros, uma penca de bananas que sobrou na prateleira. Claro que deixei um recadinho com orientações e deletei-a da minha pagina!

PEÇAS SUBSTITUÍVEIS DO JOGO ELEITOREIRO


Hoje no trabalho depois de atender um senhor ferido por um tiro de raspão no tórax e que por sorte dele o projetil alojou-se no braço, durante uma tentativa de sequestro frustrado, pois os bandidos foram interceptados em seus carros pelos heroicos policiais mal pagos, me afundei ainda mais na certeza de que a nossa segurança escorre cada vez mais pelos furos de um ralo, sem nenhuma perspectiva de melhora.
Sabe o que mais doe nisto tudo? É perceber, que as instituições responsáveis pela segurança publica, assim como os serviço de saúde do qual faço parte, não nos respeitam, não nos valorizam e buscam cada vez mais mecanismos disponíveis para nos suprimirem de direitos. Inventam emendas, parágrafos institucionais infindáveis, para desvalorizar os que estão a frente de trabalhos de suma importância para a sociedade, como o nosso.
Nós do serviço de resgate, urgência/emergência, assim como os policias militares, que trabalhamos nas ruas, salvamos da morte pais de famílias e inúmeros cidadãos, mesmo sendo tratados por nossas instituições, como meras peças substituíveis neste jogo eleitoreiro, por busca de resultados positivos. Meu colega disse que estou enlouquecendo e por isto uso como hobby, fazer fotos de objetos velhos e degradados. Ele deve estar certo, porque também me sinto degradar com tanto desrespeito!


A CHUVA EM POA SOB INTROSPECÇÃO,


A chuva cai forte, fazendo ruido sobre as folhas das arvores na rua arborizada, nas vidraças da janela, nos metais das chaminés e em folhas de zinco; Reacende tons nas paredes de cor creme, nos telhados de barro, no asfalto preto que ganha verniz novo. Por alguns instantes, pareço ouvir violoncelos tocando distantes...É a chuva que arrasta sons!


Caem gotas de chuva de nuvens cinzas, emolduradas por uma névoa branca, sombria e tristonha, como véu de noiva abandonado na calçada. Seu ruido denso, abafa outros ruídos, dando a impressão, de que nestes dias, tudo acontece de forma mais obscura e sem testemunhas, como nos discretos assassinatos que ninguém viu...
Mas a cidade não perde seu encanto com a chuva que cai por dias, semanas; Fica apenas mais lenta, misteriosa, terna e bucólica como colo de vó, bolo de fubá no café da tarde e um olhar distante para alem da imaginação, do tempo, da saudade, da introspecção... Acho que eu enalteço estes fragmentos, porque sei que um dia eles simplesmente partirão de mim, sem qualquer aviso!

NUM TEMPO EM QUE ÉRAMOS BOBOS, MAS FELIZES.


Eu era uma criança, chegando já na adolescência e lembro nitidamente, de minha mãe abrindo a porta de nossa casa, no bairro Partenon, para dar abrigo a uma senhora chamada Rosa, seu marido um militar aposentado e um filho ainda pequeno. Foi tudo muito simples e resolvido na conversa e na confiança entre minha mãe e esta senhora, como eram feitos os acordos no passado.


A família desta senhora, pelo que sei, ficou sem onde morar, por razões financeiras e minha mãe cedeu parte de nossa casa, para que eles então se reerguessem dos percalços, como assim o fizeram depois de alguns meses, indo se instalar numa casa própria, financiada pelo DEMHAB, num bairro novo, chamado Restinga, que recém acabara de ser inaugurado pelo governo municipal.
Este fato que me veio na lembrança, numa especie de lambejo de memória, me remete a questão da confiabilidade que existia entre as pessoas e que hoje parece não haver mais.
É claro que o mau caratismo, sempre existiu desde que o mundo é mundo, mas me parece que existia naqueles tempos, uma disponibilidade maior das pessoas em se ajudarem mutuamente e de uma maneira mais fraternal e inocente, desprovida de interesses escusos e lucrativos.
Não sei o que se passa no meu espirito para lembrar disto agora, deixando-me penetrar por estas lembranças que são positivas, mas que a o mesmo tempo, flutuam num saudosismo por algo, que até pouco tempo era viável e por que não dizer, confiável.


Acho que carregamos em nossa alma, depois de adultos, um pouco desses traços que vivenciamos e vão sendo construídos na infância e que depois transferimos para o resto de nossas vidas, mesmo em fragmentos e com algum receio de sermos posteriormente enganados. Uma espécie de marca, de legado, de atitude comportamental. Quem conviveu com estas atitudes inocentes e fraternais, como eu convivi, mesmo com alguma suspeita, hoje, sente-se incomodado de não abrir a porta, de não estender a mão, de não escancarar gavetas, de não emprestar objetos sentimentais, com medo de correr o risco de nunca mais vê-los. Somos daqueles inocentes e humildes de alma limpa, que divide seus tesouros até com quem não merece e dormimos mal, se não dermos um voto de confiança. Mas isto tudo, faz parte de um tempo em que éramos bobos, mas de consciência limpa e felizes!

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...