DE POA A PUNTA DEL DIABLO


No feriado de Sexta feira Santa e domingo de Páscoa, aceitei o convite de amigos e fui passar três dias no extremo sul do país, para conhecer as cidades de Santa Vitória do Palmar, Chui brasileiro, Chuy Uruguaio, as localidades de Castilhos, Rocha e Punta Del Diablo no Uruguai. Como viajei de carro, percebi o quanto o nosso país é rico em extensão de terra e diversidade na flora e fauna. Foram 454 km de Porto Alegre à Santa Vitória do Palmar, cortando o Estado e atravessando a reserva do Taím, numa estrada praticamente em linha reta, admirando planícies, banhados, plantações, lagos e paisagens magnificas.


O grupo era composto de 7 pessoas (Paulo, Rosane, Tânia, Athos, eu, uma cadelinha poodle chamada Meg e mais um casal de motociclistas (Carlos e Ada) que deslocavam-se a alguns quilômetros atras. 
Saímos na sexta-feira Santa de PoA às 06h 40 min. e chegamos em Santa Vitória do Palmar em torno das 13h. famintos e cansados. Fomos recebidos por Ju e Patric um casal muito simpático e cuja a hospitalidade não tenho palavras para definir...


SEXTA FEIRA

SANTA VITORIA DO PALMAR:
Depois do almoço, fizemos um tour por Santa Vitória do Palmar, a cidade é relativamente pequena com cerca de 32 mil habitantes, banhada pela Lagoa Mirim, considerada a maior lagoa do estado, já que a Lagoa dos Patos subiu de posto e é classificada hoje como uma laguna. S.Vitória do Palmar, possui um porto lacustre desativado e uma área de lazer, onde seus moradores utilizam para a atividade de pesca o ano inteiro e banho no verão.


Embora um tanto abandonado pela administração local, o espaço não perde a sua beleza e favorece a apreciação do Pôr de sol no final das tardes ensolaradas, que segundo seus moradores é magnifico.

ORIGEM DO NOME:
A cidade recebeu este nome devido a Santa Vitoria padroeira da cidade e a grande quantidade de palmeiras de butiá na região, provavelmente semeadas pelas aves migratórias que se abrigam junto aos banhados da Lagoa Mirim.

CENTRO HISTÓRICO:
Visitamos o centro da cidade onde se localizam a praça Central, a Prefeitura, a Igreja e algumas casas com arquitetura centenárias. O cemitério fica um pouco mais afastado, mas não deixamos de visita-lo por considerar que este local é também um registro histórico da cidade devido as pessoas que construíram a cidade ou deixaram algum legado nos costumes e cultura da cidade.


SÁBADO:

ATRAVESSANDO A FRONTEIRA:
A pouco mais de 19 km, estávamos no Chui brasileiro e ao atravessarmos o canteiro central o Chuy Uruguaio, considerado um dos grandes centros de comercio da região. Ali é possível comprar do chinelo de dedos a o mais sofisticado eletroeletrônico por preços bastante em conta. Brasileiros tem passe livre e facilidades para as compras. São isento de impostos e podem até parcelar em cartões de créditos internacionais. 



FORTE SÃO MIGUEL:
Mas se você é do tipo como eu, que tem pavor a o consumismo e lojas lotadas, com entra e sai de pessoas, deve seguir em direção a costa serrana do Uruguai até o Forte de São Miguel. São 9km da cidade do Chuy. O Forte está localizado sobre a Serra de São Miguel, a 35 metros sobre o nível do mar, no Departamento de Rocha, a aproximadamente 350 Km a leste da capital uruguaia. E é imperdível uma visita!

 

Apesar de sua estrutura imponente é graciosa, tem em suas paredes uma cor amarelo ocre, talvez originado por algum fungo que lhe dá essa aparência e um charme todo especial. Sua planta é retangular, com os baluartes arrematados por uma guarita de vigia parcialmente incrustada em cada vértice, totalizando um perímetro de 300 metros de comprimento. 


A entrada do forte se dá através de uma ponte levadiça sobre um fosso d'água profundo. Seu interior é constituído por (uma Capela, Casa do Capelão, Casa e Cozinha dos Oficiais, Casa do Comandante, Paiol da Pólvora, Quartel e Cozinha da Tropa) e possuem cobertura de telhas cerâmicas em meia água. Estão todas voltadas para a praça de armas central, com a retaguarda apoiada nas muralhas exteriores. A Fortaleza foi construída pelos portugueses em 1737 a mando do Brigadeiro José da Silva Paes. Retornamos para Santa Vitória do Palmar ao anoitecer.



DOMINGO:

PARQUE E FORTALEZA DE SANTA TEREZA:
No outro dia, domingo de Páscoa, saímos de manhã para visitar o Parque e a Forte de Santa Tereza situado numa área militar, no quilometro 302 da rota 9, dentro do perímetro Uruguai. O parque é um lugar belíssimo, desenhado com um grande sentido estético e respeitando o equilíbrio ecológico e que me fez lembrar de alguns lugares em Gramado. Surgiu ao redor do Forte de Santa Teresa. Depois deste ter sido abandonado e saqueado. Houve uma restauração em 1928 e é mantido pelos militares uruguaios até hoje, que recepcionam os visitantes na sua entrada.


São 3.000 hectares com muitas árvores, exóticas e nativas, 60 km de estradas internas asfaltadas, 15 km de praias com muita vegetação, entre outros atrativos. Lá é possível também fazer Camping, com autorização dos militares, que oferecem panfletos informativos sobre o local. Almoçamos no restaurante dentro do parque e depois fomos apreciar cada cantinho do lugar. A Fortaleza de Santa Tereza fica dentro do Parque de Santa Tereza e é possível ir de um lugar ao outro sem necessidade de pegar a rota ou estrada principal.


O Forte é grande e deve ser umas quatro ou cinco vezes maior que o Forte de São Miguel, mas é muito imponente e é possível imaginar através de sua estrutura com grossos blocos de pedras e posição geográfica, toda a sua história e preocupação com as invasões que aconteciam na época.
Fica a uns 35 Km do Chuy, na província de Castilho e foi construído em 1762 pelos portugueses que queriam defender os limites territoriais contra os espanhóis.
Neste domingo de Páscoa estava acontecendo uma missa em sua capela interna, lotada de fiéis. Como já falei antes, ele é enorme e dá a sensação de que não dará tempo de ver tudo, ou que ficou alguma coisa despercebida.


Saindo pela entrada principal do Parque de Santa Teresa e seguindo à frente por mais 5km o visitante vai se deparar com a Laguna Negra, também conhecida como Laguna de los Difuntos, que apesar do nome, é uma reserva de água doce e pura, com uma profundidade máxima de 5 metros em sua superfície de 182 km2.
Ver o pôr do sol enaltece ainda mais a beleza do lago que possui uma cor azul esverdeada. Durante o percurso é possível ver grande quantidade de pássaros coloridos.



PUNTA DEL DIABLO:
Seguindo viagem fomos até Punta Del Diablo, balneário que fica a cerca de 3 Km. do Parque de Santa Tereza, na altura do Km 298 da Rota 9, que é muito bem sinalizada e o asfalto parece um tapete. O balneário é pequeno e tem aquela característica de vila de pescadores, com ruas de terra e casas construídas de formas e pinturas artesanalmente coloridas. A praia é uma enseada com grande quantidade de rochas que invadem o mar e gigantescas ondas de arrastar desprevenidos. Também se encontra muitos bares e cabanas de artesanato, que aumentam o comercio local e dá aquele ar meio hippy a o lugar.

ORIGEM DO NOME:
Existem algumas teorias sobre a origem do nome Punta Del Diablo, uma é de que vista de cima, o litoral possui um recorte geográfico, que lembra um tridente. Existe também a suposição, de que o barulho provocado pelo vento, assombrava seus moradores, provocando um uivo estranho, a que  eles chamavam de voz do diabo.



Dizem que o tráfego de pessoas no verão é intenso, pois muitos brasileiros, argentinos e os próprios uruguaios se deslocam para esta praia neste período, tornando difícil de se conseguir onde ficar, sem fazer reservas. Não existe hotéis de grande porte, ao menos não os vi, quando estive por lá de visita, mas tem muitas pousadas, cabanas e Camping para alugar. Percebi uma incidência grande de frequentadores ou visitantes jovens no local e lamentei não ter tido tempo de visitar o Cabo Polônio,  outro lugar mágico, uns 65 km dali.





PRAIAS:
Em Punta Del Diablo existem 4 praias: Playa Grande, Playta Del Rivero, Playa de Los Pescadores e a Playa de La Viuda, onde as três ultimas são mais movimentadas que  a primeira.
Retornando para a casa de Ju e Patric, nossos anfitriões, demos uma passadinha rápida na Barra do Chuy, começava a escurecer e estávamos preocupados de não conseguir registra-lo em fotos por causa da diminuição da luz do dia. Engraçado, mas aquela área de terra represada no meio da água, me lembrou uma grande massa de panqueca aberta flutuando. Ainda pegamos a noite no meio do caminho, mas com a estrada bem sinalizada e segura. Dormimos cedo, pois sabíamos que no outro dia, segunda- feira, era hora de enfrentar a viagem de volta para casa.


SEGUNDA FEIRA:

TRAVESSIA DE BALSA DE RIO GRANDE À SÃO JOSÉ DO NORTE
De volta para Porto Alegre pela manhã, fizemos um caminho alternativo: Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, São José do Norte, Bojuru, Tavares, Mostardas, Palmares do Sul, Capivari, Viamão e Porto Alegre. Considerei este, um caminho mais rápido pela diminuição do trafêgo de veículos na estrada, além da economia por não pagar tantos pedágios como foi na ida, (seis pedágios à R$ 7,50 cada um R$ 45,00). Chegamos ao porto de Rio Grande às 12h 15min. e fizemos um lanche rápido, pois a balsa saia às 13h.


A balsa deslocou lotada de carros e caminhões carregados do porto de Rio Grande em direção à São José do Norte, num percurso de 30 minutos sobre a Lagoa. Mal conseguíamos nos mexer entre os veiculos estacionados. O ingresso da travessia é de R$ 14,20 para veículos pequenos (carros) e no meio do caminho, pode-se admirar o afastamento de uma cidade e a aproximação da outra além do intenso fluxo de embarcações que cruzam pela gente no sentido oposto da travessia. Ah, uma observação que eu faço: Durante a travessia, não foi oferecido colete salva- vidas a nenhuma pessoa no interior da balsa e quando perguntei a o funcionário sobre o uso obrigatório deste equipamento ele se fez de desentendido e sumiu entre os carros e caminhões.




SÃO JOSÉ DO NORTE:
Lembrei que não tínhamos muito tempo para passear por Rio Grande e conhecer melhor a cidade, mas fizemos um rápido tour quando chegamos do outro lado em S. José do Norte com construções tipicamente açorianas como já havia encontrado em suas cidades vizinhas como Tavares e Mostardas. Dentro da pequena cidade obtivemos informações rápidas e precisas sobre a localização da RST-101, a famosa estrada do Inferno. Ela estava em excelente condições para se trafegar, até as imediações de Mostardas onde encontramos alguns buracos na pista provocados pela chuva da estação. Chegamos em Porto Alegre às 18h 40min.


Sem desmerecer o nosso país, gostei muito da costa Uruguaia. com estradas boas para se rodar, baixo fluxo de veículos e muita gente educada e alegre para dar informações. Nas Aduanas pediram somente a documentação dos ocupantes do veiculo e a carta verde que providenciei em Poa, junto a Seguradora do meu carro. Faltou visitar muitos lugares como, La Paloma, Piriapolis, Colônia de Sacramento e Montevideu, pela falta de tempo. Mas numa outra ocasião voltarei para conhece-las!.
Até o próximo passeio!

IGREJA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DO NORTE

Churrásco de capi(N)cho

No churrasco de Sábado em Santa Vitória do Palmar, comi o tal de capincho assado, (apelido dado a carne de capivara, aquele bicho 1/2 ratão 1/2 porco que vive nos banhados e que avistei quando cruzei de carro pela Reserva do Taim). Até que desta vez, não achei das piores coisas que já comi na vida. Uma vez tive uma experiência traumática quando tentei provar um pedaço do bicho, oferecido por uma colega que fez uma propaganda dizendo que era maravilhoso. O pernil assado, dado por ela era tão fedido, que levou semanas para sair a catinga do forno de micro ondas, quando o aqueci. Quando dei para o meu cachorro comer, ele virou a cara como quem diz: Mui amigo, tô fora!.. e ignorou por completo a iguaria. Eu havia jurado que não colocaria mais este bicho na boca, mas no Sábado me rendi a o perceber que não tinha o mesmo cheiro e gosto nojento! Lembra carne suína, porém mais seca e de sabor acentuado. E o segredo para que ele fique comível, está no manejo ao limpar logo após ser caçado e depois preparar a carne lavando inúmeras vezes.


Páscoa no Chuy

Amanhã estou saindo para mais um passeio em direção a região mais meridional do estado. Partirei de manhã cedinho em direção à Santa Vitória do Palmar, Hermenegildo, Chuy, Maldonado e Punta Del Diablo no Uruguay. Na volta postarei alguns comentários sobre o passeio e as curiosidades que vi nestas paragens. Até o dia 05 depois da Páscoa!..

CONHECENDO O MAIS ALTO VIADUTO DAS AMÉRICAS



Ontem, dia 28/03/2010 eu percebi que algumas coisas na vida tem um Sabor melhor quando são compartilhados com pessoas que também estão na mesma sintonia, com o mesmo objetivo comum, criando uma parceria coesa que divide suas emoções, seus medos e suas alegrias., sem a vergonha de demonstra-las. Este post é para agradecer o pessoal que me acompanhou até Vespasiano Corrêa no objetivo de visitar a ferrovia do Trigo, em particular o Viaduto 13, o mais alto das Américas e seus túneis.
Soube da existência deste viaduto através da internet e então fui conhece-lo com alguns amigos, parceiros de fé, que também adoraram a ideia.
O grupo era formado por:
Ademir e Denair, 
Athos e Carol, 
Cristina e Beto, 
Ana Carla e Vanderlei, 
Bruna e Giovane 
e eu.

Saímos de Porto Alegre as 9:13 horas em direção a Muçum (a princesa das pontes) uma cidade pequena e agradável com pouco mais de 4.000 habitantes . Não sabíamos exatamente a localização do viaduto mas tínhamos a cidade de Muçum como referência e então fomos pedindo informações aos moradores da cidade, que nos indicavam o caminho a seguir, por uma estradinha de terra na encosta do vale do Taquari, até Vespasiano Corrêa. Na medida que nos embrenhávamos entre plantações, estradinhas tortuosas a paisagem ia se revelando.


Estávamos em três carros com 11 pessoas e a todo o instante enxergávamos viadutos que cortavam os morros a cima de nós. Mas não queríamos ver apenas viadutos, queríamos o mais alto, o de 143 metros de altura, o mais alto das Américas, que eu havia colhido informações da Internet. De Muçum até lá foram uns 20 km passando por plantações de milho, soja, olhares curiosos de moradores e uma capela muito simpática que nos chamou a atenção e nos fez parar para admira-la de perto.


Andando mais alguns quilômetros, chegamos aos pés do Viaduto as 12h.46mim. numa pequena clareira com um bar muito modesto, chamado V-13 escrito à mão com carvão e um quiosque de boa infra-estrutura com cadeiras e mesas para se lanchar. O viaduto estava à nossa frente, imponente, inacreditavelmente alto e nos causando um certo receio de subirmos até o seu topo.




Passeando sobre o viaduto:
Fizemos então um lanche rápido e subimos de carro por uma estradinha no meio da mata que nos deixou a poucos metros da entrada do viaduto e um dos seus túneis. A vista lá de cima é magnifica e se tem uma visão panorâmica de todo o vale. Não cruzamos todo o viaduto, mas passeamos por boa parte dos trilhos e admiramos tudo que era possível ser captado por nossos olhos atentos.

A primeira sensação, olhando lá de cima é de vertigem, instabilidade e medo, mas que logo dão lugar a contemplação e a sensação de liberdade conquistada pelo esforço, coragem e audácia. Sobre o viaduto existe uma especie de sacada em concreto que possibilita visualizar de cima toda a beleza da região e que também serve de proteção caso o trem passe.


A hora da decisão:

Mas depois de estarmos lá em cima, faltavam mais coisas para completar na nossa aventura de apenas um dia. Precisávamos atravessar um dos túneis que inevitavelmente causa medo pela escuridão e a incerteza de que hora o trem poderá passar. Já na entrada avistamos uma placa de alerta que nos causou receio e a certeza de que estávamos num espaço ilegal, por nossa conta e riscos.

Mas como ir num lugar destes sem aproveitar tudo que ele podia nos oferecer?.. Tínhamos que correr o risco mesmo sabendo que a visibilidade era zero e que o trem normalmente com mais de cinquenta vagões carregado de soja e outros produtos, passava três vezes por dia sem hora marcada e nem buzinava ao entrar nos túneis. Ainda tinha o fato de que lugares escuros podem ter morcegos e ratos e onde há ratos, pode haver cobras...

O numero de pessoas era grande e eu pensava se daria tempo de todos encontrarem um refúgio naquela escuridão, se viesse um trem. Este refugio a que me refiro, trata-se de um espaço construído dentro dos tuneis e que possibilita proteger-se em caso de surgir alguma locomotiva. O problema é que os refúgios construídos a cada trés metros, só é possível caber trés pessoas de cada vez e eramos 11 pessoas.

Entrando num dos Tuneis:
Bom, quem está na chuva é pra se molhar!.. Então discutimos um ponto favorável aqui, um outro negativo acolá e por fim descobrimos que a curiosidade era maior que nosso bom senso e decidimos entrar. Só tínhamos levado uma única lanterna, então não enxergávamos um palmo de distância à nossa frente. O chão era coberto de cascalhos e facilmente afundávamos os pés ou tropeçávamos em alguns dormentes que prendiam os trilhos.




O pessoal gritava fazendo eco e algumas vezes imitavam o som da buzina de um trem entrando no túnel, o que causava pânico geral. O que me surpreendeu é que encontramos famílias com crianças pequenas dentro da escuridão, sem a mínima preocupação com a segurança. Que coragem!.. 

O medo de Ademir: 
Na foto acima, flagramos o Ademir sendo levado pela mão, por não se sentir encorajado em ter de fazer todo o trajeto escuro de volta e também descobrimos neste passeio que ele tem fobia por altura. Mas depois de vencer novamente a escuridão, e dar muitas gargalhadas, fomos recompensados pela claridade da entrada do túnel e mais tarde a bela visão de uma cachoeira próxima aos alicerces do viaduto. Como o acesso para a cachoeira era por uma área particular, tivemos de pagar R$ 1,00 por pessoa pelo privilégio de usufrui-la. Era justo!




A saída daquele túnel seria um alívio para nossas angustias e também a merecida satisfação de uma etapa vencida. O cheiro intenso de mofo, a baixa quantidade e qualidade de ar respirável e o medo de que o trem passasse antes de encontrar um refugio era uma das coisas que mais nos deixavam apreensivos. Caminhávamos a passos largos na ânsia de vencer o tempo (o tempo para que nenhum trem passasse por nós naquele momento).

Enfim, já quase na metade final da caminhada, encontramos luz no meio do túnel. Era uma espécie de área de ventilação, feita de concreto em forma de arco, onde podia-se apreciar toda a beleza do vale e absorver um pouco de ar respirável. Andamos mais alguns metros e chegamos então ao seu final, cansados e com a alegria de quem vence uma batalha. A surpresa maior é que depois deste túnel, em que caminhávamos e que deveria ter mais de 500 metros, havia um outro, do qual era impossível precisar seu tamanho, pois não havia placas informativas e fazia uma curva, impossibilitando-nos de enxergar luz no seu final. Isto nos deixou inseguros, ficamos preocupados com a possibilidade de ser o túnel de 2 quilômetros (o maior deles) e então fizemos o caminho de volta para visitar uma cachoeira próxima dos largos pés de concreto do viaduto 13.




Banho de Cachoeira aos pés do viaduto:
Como não levamos roupas apropriadas para banho, não foi possível entrar na água, somente a comadre que entrou de roupa de passeio e deu um show digno de cena de cinema italiano. (La Doce Vita), lembram da cena Anita Ekberg, banhando-se no Fontana Di Trevi?
Voltamos para casa em torno das 18:00h. e chegamos à Porto Alegre em torno das 20.h. 32 min. cansados da aventura.
O viaduto 13 tem esta denominação por ser o décimo terceiro, de uma sequência de viadutos que se inicia no centro da cidade de Muçum e faz parte da Ferrovia do Trigo, a EF-491. Foi construído pelo primeiro batalhão Ferroviário do Exército brasileiro durante a década de 70. Possui uma altura de 143 metros e uma extensão de 509 metros. Inaugurado pelo presidente Geisel em 1978. É tido como o maior viaduto da América Latina e o segundo mais alto do mundo, superado apenas pelo Mala Rijeka em Montenegro- Belgrado, com 198 metros de altura.

Contam alguns moradores, que durante a construção do viaduto, ocorreram vários acidentes, inclusive a morte de um soldado que caiu dentro do molde de um dos alicerces do viaduto e foi concretado, já que os gigantescos moldes não puderam ser desfeitos para a retirada do corpo. Alem deste soldado, muitos outros perderam sua vida na construção da ferrovia do trigo.



Lembretes básicos para esta aventura em especial:
Leve muita água e roupa confortável. A caminhada pode ser longa, isso vai depender da tua disposição e espirito aventureiro.
Lanternas se entrar nos tuneis. A entrada nos tuneis são por tua conta e risco uma vez que e´proibido andar lá dentro e ser atropelado por um trem que não tem hora marcada para passar. 
Os tuneis não possuem informações na entrada sobre sua profundidade. Isto significa que vc pode entrar num de 500, 800 ou até 2 km de comprimento e encontrar um trem pelo caminho. 
Os refúgios dentro dos tuneis são a cada 13 ou 15 metros e deve caber em torno de 3 à 4 pessoas de cada vez.
Repelente por causa do massacre de pernilongos. 
Roupa de banho para entrar nas cachoeiras. 
Maquina fotografia ou filmadora se quiser registrar a aventura.
Disposição e controle em caso de medo de altura e escuridão.
Mais fotos aqui:

O Blefe

Dias atrás fui atender uma mulher de 45 anos que suicidou-se com over dose de comprimidos porque sofria de profunda depressão e evidentemente nada mais podia ser feito quando cheguei. Ela morava só, viúva, filhos adultos, já criados, independentes e deixou um bilhete sobre a cômoda para seus familiares que assustados, às volta com a policia resolviam os trâmites legais. O bilhete escrito a mão estava com um dos filhos que entregou-me e dizia o seguinte:
Se eu telefonasse ou mandasse um recado pra todos vocês dizendo que eu faria isto, que vocês nunca mais olhariam para a minha cara, vocês se preocupariam e viriam atrás de mim ou só apareceriam depois que tudo terminasse, preocupados em evitar a vergonha que eu daria pra vocês diante dos vizinhos?
Eu fiquei pensando no que ela escreveu e me perguntei: Se qualquer um de nós numa atitude desesperada como a dela, que visivelmente precisava de ajuda, tentasse fazer isto, quantos acreditariam e viriam em nossa ajuda antes de pensar e desconfiar que poderia ser apenas um blefe, uma tentativa somente de chamar a atenção?
Pensei também nos apelos que fizemos e recebemos e que inúmeras vezes não são dada a devida atenção ou merecido carinho. Algumas lições na vida não tem prova de recuperação!

O amanhã

O que vem depois que uma relação se acaba? Antes me parecia que era uma espécie de tristeza, de vazio, associado a sensação de fracasso ou de um sentimento de perda, o cansaço pelo esforços emocionais que não deram certo por ambiguidades, por diferença de objetivos comuns. Mas passado algum tempo, se percebe que oque vem depois, podem ser alguns vagos sentimentos de raiva calcificados pela forma como se conduz o desfecho final, o desmembramento e tranformação das lembranças boas e também ruins em fatos normais de um passado que ainda é recente. Tenho fumado demais o que entre outras coisas causa câncer de pulmão e morte, eu sei, assim como falado em excesso, o que causa arrependimentos e um certo constrangimento futuro. É que algumas vezes tenho o pavio curto e acabo explodindo por coisas que não valem uma revolução. Como diz uma amiga: Amanhã vamos dar grandes risadas de tudo isto! e é verdade! E eu fecho este post na tentativa de zerar tudo, com a musica do Guilherme Arantes tocando imaginariamente de fundo:
Amanhã será um lindo dia da mais louca alegria que se possa imaginar. Amanhã redobrada a força pra cima que não cessa, há de vingar. Amanhã mais nenhum mistério, acima do ilusório, o astro-rei vai brilhar. Amanhã a luminosidade alheia a qualquer vontade há de imperar.

Se chover!...

Levantei preocupado com a cara do tempo aqui em Porto Alegre (que está de aniversário- 238 anos). Dias nublados, cuja manhã se parece com inverno de campanha. Será que é só aqui no meu bairro este vento gelado e estas nuvens carregadas? É que marquei com amigos de fazer uma trilha dia 28 e se chover.., vai dar guru. As previsões do tempo para domingo é de Sol, mas nunca se sabe que rumo tomará a vida, quanto mais o clima!

Insônia

E foi com esta sensação incomoda de ter ganhado mais um adjetivo 'no muy agradable' para minha coleção, que eu supostamente ontem à noite furei minha dieta com a tele- entrega de um cachorro quente americano número 3 gigantesco com linguiça, queijo, batatas fritas, molho e duas latinhas e cerveja. Fui dormir tarde depois de assistir 'Corina uma Babá Perfeita' no Insônia Class. O filme é uma comédia simples, leve e que já assistí antes e trata sobre racismo, discriminação e condição social, além de uma trilha sonora magistral.

01. Oleta Adams & Brenda Russell - We Will Find A Way
02. Ted Hawkins - Corrina, Corrina
03. Thurston Harris - Little Bitty Pretty One
04. Sarah Vaughan - They Can't Take That Away From Me
05. Louis Armstrong - You Go To My Head
06. Dinah Washington - What A Difference A Day Makes
07. Niki Haris & Peter Cox - I Only Have Eyes For You
08. Big Joe Turner - Corrina, Corrina
09. Duke Ellington & Ivie - It Don't Mean A Thing If You Ain't Got That Swing
10. Jevetta Steele - Over The Rainbow
11. Jackie Wilson - 'Reet Petite
12. Billie Holiday - Pennies From Heaven
13. Hank Ballard & Midnighters - Finger Poppin' Time
14. Original Score - Home Movies
15. The Steeles - This Little Light Of Mine



Conceito de egocêntrico

Há alguns dias atrás me chamaram de egocêntrico e isto me causou surpresa, então fui em busca da definição da palavra nestes dicionários online da Internet. Eu até que conheço sua definição de forma mais simplificada, mas assim mesmo quis buscar um significado, vamos dizer, mais amplo, cabal para a minha própria definição. Aí vai!..
"Individuo que acredita que tudo deve caminhar a seu favor, por achar que é o único a merecer; sem se preocupar com o semelhante. Caso esteja num navio prestes a afundar, o egocêntrico, com certeza, tentará convencer a todos que ele deve ser o primeiro a entrar no bote salva vidas, porque ele só consegue enxergar suas próprias necessidades."
..E lendo a definição no dicionário, constatei que o antônimo desta palavra é altruísta, exatamente como se auto conceitua a pessoa que me definiu de egocêntrico.
Ora, acredito que somos muito mais do que estes conceitos criados por alguns reality shows fora da telinha, que acreditem, existem e eu só queria como todos os participantes, ganhar o prêmio de ser feliz!..

Trilhar faz bem

Para alguém como eu que não se diverte com o "Domingão do Faustão" e que de vez em quando precisa ser estimulado e transformar suas energias vitais em outras mais saudaveis, mais adrenérgicas, encontrei um grupo daqui de PoA que possibilita esta experiencia. Eles dedicam-se a fazer paseios que não são todos os fins de semanas, pois são programados e colocados em seu site. São trekkings, acampamentos e passeios à trilhas com grupo de pessoas que se interessam em passar momentos de recreação e atividades junto à natureza, cultivando a parceria, o companherismo e a amizade.
O grupo ja realizou varios paseios como: A Lagoa do Peixe, Praia Grande com trilha dentro dos cânios, Morro Santana com visita à cachoeiras e vista da cidade de Porto Alegre, Nova Petrópolis com subida nos morros na linha Imperial, Trilha do Funerão no sentido Taínhas- Arroio do Meio, Viaduto 13 entre Muçum e Vespasiano Correa, Caará na nascente do Rio dos Sinos e muitos outros.
Dia 28/03 realizarão um paseio de barco, saindo da Marina Lessa, zona sul de PoA com trilhas em uma das ilhas do Guaíba, nas proximidades da Lagoa dos Patos com direito a trilhas e muito banho de rio. A saída será as 8:30 da manhã com retorno no final dia. O transporte é
carros, em regime de caronas com gasolina dividida entre os caronas e o motorista, saindo do centro da cidade (Ver o local!..) até a Marina Lessa onde os carros ficarão estacionados e seguros. Depois embarcarão no Talhamar, embarcação que levará os aventureiro por uma hora e meia de navegação até a Ponta escura, canal de ligação entre o Guaíba e a Lagoa dos Patos. O barco ficará a diposição no local com possibilidade para navegar para outros lugares nas proximidades. De o almoço será servido Salschipão (pão com salsichão), salada e suco. Os lanches da manhã e da tarde são indivuais.
O valor é de R$ 45,00 p/ membros do grupo e de R$ 50,00 p/ não membros que inclui a navegação e o almoço. A confirmação será feita por ordem de chegada até completar 10 pessoas. Mas os interessados deverão antecipamente entrar no site ou fórum oficial e se cadastrar via e'mail. Entre agora: Trilheirosdosul.com.br

A morte não lhes cai bem

Acordei às 10 horas e quando percebi, magicamente já tinha passado do meio dia. Gostaria de não estar em casa neste Sábado quente e sugestivo de lazer, mas levantei fraco de "boas ideias" e por fim desanimei. Queria num estalar de dedos estar num desses paraísos apresentados pelo Globo Repórter com muito verde e muito céu azul sem ter que pegar carro e programar rotas. Às 19 horas, fui na missa póstuma para Iolanda que emocionalmente pra mim, não parece ter partido. Algumas amigos mesmo mortos parecem somente não estarem presentes nos nossos dias, na nossa rotina. É como se a morte não lhes caíssem bem e a gente ficasse se esforçando para acreditar no que parece ser apenas uma mentira.

Todos fingiam voar

Acabo de voltar do aniversário da moça que abracei e não lembro o nome. Bebi muitos copos de Bohêmia e algumas doses de Whisky sem marca. Em certos bares as doses já vem pronta, então não se sabe o que se está bebendo realmente e depois de algumas horas também pouco importa. A chuva caia lá fora, sem que ninguém percebesse. Todos brincavam, todos dançavam, todos sabiam voar, mas sem a alegria suficiente para esquecer o cansaço que parecia ser maior que o stress do dia, da semana inteira. Às vezes a felicidade parece ser tão rasa diante de profundas tristezas, que tudo fica parecendo estagnado num copo de cerveja, numa falsa sensação de prazer, de diversão quase forçada. Quatro horas da manhã, uma conversa aqui, um sorriso ali e percebí que era a hora de me recolher antes que a carruagem virasse uma grande abóbora e a letra de Caetano uma grande verdade!..

Eu também gosto de Tom e Bethânia e daí?

Meu irmão tirava onda de mim e dava altas gargalhadas enquanto dirigia o carro e falava ao seu compadre, sentado do seu lado, sobre o meu gosto exótico de tirar fotografias de cemitérios. Acho que algum tempo atrás, até eu acharia estranho, mas o tempo faz com que a gente mude certos conceitos comuns e lógicos que a maioria segue e ver também beleza onde poucos veem!... Por alguns segundos tive ímpetos de revelar-lhes que eu também gostava de fotografar, faróis, carcaças de barco naufragados, lagoas, praças, monumentos, uma variedade de coisas que eu acredito não significar nada pra eles e também pra muitas outras pessoas, mas que pra mim tem um significado emocional especial. Não me chateei com a sua observação e até ri junto com eles da piada que faziam de mim, mas fiquei pensando nos interesses pessoais que estabelecemos durante a vida e que incrivelmente se divergem de uma pessoa para outra de tal forma a sermos inigualáveis e taxados algumas vezes de seres um "tanto estranhos," onde o que me toca, não toca a maioria!.. e daí criamos modelos, formamos definições sem maiores avaliações. Estas engrenagens emocionais acrescidas pelas nossas vivências é que nos tornam singulares, (diferentes de cada um), mesmo tendo gostos e hábitos que parecem meio estranhos, não é?

TAVARES E A LAGOA DO PEIXE.



Sexta feira dia 12/03/2010 conheci a cidade de Tavares. Desta vez eu não fui convidado, simplesmente me ofereci e peguei carona com meu irmão até o município, que fica à 240 Km de Porto Alegre na planície litorânea do Estado, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos.  Tavares é a próxima cidade depois de Mostardas (28 quilômetros) no sentido noroeste pela RS-101.



SEUS MORADORES:
Tavares é um pequeno município em que a região central, não ultrapassa além da avenida principal e sua praça Emancipação, onde jovens circulam e idosos disputam jogos de Damas. É notória a curiosidade e simpatia do povo local quando percebem a presença de pessoas que não são de lá. São sorridentes e festeiros e em seguida tentam algum dedo de prosa. A arquitetura e tipicamente Açoriana como sua vizinha Mostardas e a cultura marcada pela presença do índio e do negro através da gastronomia, religiosidade e manifestações folclóricas ainda vivas como Ternos de Juninos, Corrida de Cavalhadas e Ensaio de Pagamento de Promessas.

LAGOA DO PEIXE:
Possui um potencial turístico-ecológico notável, devido aos atrativos e importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, um espaço Ecológico criado em 1986, para proteger um dos maiores santuários de aves migratórias do hemisfério Sul, com uma fauna e flora invejáveis, cuja área 80% fica no Município de Tavares, 17% em Mostardas e 3% em São Jose do Norte. A capela Santo Antônio em Tavares iniciou sua construção em 1939, sendo inaugurada em 1944, na atual sede do Município. A imagem do Santo Padroeiro veio de Pádua em Portugal.



A Lagoa do Peixe é fonte de uma das principais economias do Município, implementada pela pratica da captura artesanal do camarão rosa, considerado o melhor do país.
Apesar das águas da Lagoa serem rasas, com profundidades que variam de 10 a 60 centímetros, existem canais mais fundos com correntezas em épocas de cheia., na sua abertura pro mar. Não é permitido a pesca na área do parque (somente moradores locais), nem acampamentos. Qualquer atividade na área é necessário autorização do IBAMA. 



Em Tavares, outro ponto de destaque é a EXPOCACE, conhecida feira do camarão e da cebola aliada a muita festa gastronômica cujo o slogan é: "Cultura e Diversão, Cebola e o Melhor Camarão". Na volta para casa, não pude deixar de admirar e registrar o por do sol na Lagoa dos Patos que iluminava até a beira da estrada, considerado um dos espetáculos mais bonitos a o entardecer na região. De Porto Alegre até a Lagoa do Peixe, são 226 quilômetros pela RS-040 até a localidade de Capivari (75 quilômetros). A partir dali entre à direita do lado do Posto da Polícia Rodoviária, seguindo pela RS 101- (antiga Estrada do Inferno) até Mostardas e em seguida Tavares, totalizando uns 150,5 quilômetros. É também considerada um paraíso alimentar, pois atraí as aves residentes e migratórias do hemisfério norte, atraindo estudiosos, pesquisadores e amantes da natureza de todas as partes do mundo.



Outra atração, são os flamingos que ficam sobre a lagoa durante o inverno exibindo sua plumagem de cor rósea avermelhado de dar inveja a qualquer carnavalesco. Estas aves partem do sul da Argentina, Andes e regiões frias no Chile, chegando na lagoa em meados de Maio, ficando até o final de Julho. Uma beleza indescritível.  


                                                                         Até o próximo passeio!

VISITANDO O CEBB E AS RELÍQUIAS SAGRADAS DE BUDA.


Disseram-me que hoje era o último dia da exposição no CEBB Caminho do Meio - Viamão e definitivamente eu não poderia deixar de ver, o que talvez fosse a ultima e única oportunidade de contemplar a coleção com mais de 1000 relíquias sagradas do Buda e outros mestres budistas que estão sendo mostradas em todo o mundo, antes de serem guardadas definitivamente em um relicário no coração da grandiosa estátua do Buda Maitreia de 152 metros de altura que está sendo construída na Índia. Para quem não sabe, Maitreya é o proximo Buda a surgir na Terra, o Buda do amor, da evolução, que reiniciará o atual ciclo iniciado por Siddhartha Gautama, quando os ensinamentos deste tiverem sido esquecidos neste mundo. A estátua será o símbolo da bondade amorosa para o mundo e colocará a bondade amorosa em efeito prático direto, através da construção de hospitais, escolas, e clínicas e indireto, pelo crescimento econômico que beneficiará a população local.

As relíquias são pequenos cristais parecidos com pérolas que surgem entra as cinzas dos corpos dos mestres espirituais cremados como o Buda Sakiamuni que nasceu em 563 A.C. e mestres contemporâneos. Estas relíquias denominadas pelos Tibetanos de ringsel são especiais por guardarem a essência das suas qualidades como mestres espirituais As relíquias são evidências físicas de que o mestre alcançou qualidades de compaixão e sabedoria antes de sua morte. Nosso contato com elas, proporciona-nos a oportunidade de uma conexão única e espiritual com estes seres iluminados de forma a gerar as causas de nossa própria felicidade, acessando o aspecto divino pessoal. Inúmeras pessoas, budistas ou não budistas relatam sentirem-se inspirados, curados e em paz, após terem estado na presença destas relíquias. Entre estes pequenos cristais, encontram-se também na exposição, fios de cabeços, pequenos fragmentos de ossos, dentes e fragmentos de tecido de vestuário usado pelos mestres.
O CEBB- Centro de Estudos Budista Bodisatva, fica na Estrada Caminho do Meio 2600-Viamão/RS - continuação da Av. Protásio Alves. Muito mais que conhecer a exposição é a possibilidade de estar num ambiente auto astral que nos abastece de paz, harmonia e espiritualidade bem pertinho de Porto Alegre.

Johni?

Ontem depois do jantar ele chegou, quase não o ouvimos bater na porta. Como alguns disseram, já chegou pronto, sorridente, cumprimentando excessivamente alegre, tratando todos por Johni e sutilmente criticando a musica que tocava: _Mas parece musica de velório!. Dizia. Estabeleceu-se um pequeno clima de apreensão entre os presentes que já o conheciam. A festa terminou cedo, ao menos prá mim que não estava disposto arriscar voltar pra casa de mal humor por situações já conhecidas!

Prá se emocionar!



É preciso fritar o arroz bastante antes de jogar água fervendo.
E não pode mexer jamais depois de a água ser posta.
O alho deve fritar no óleo junto com o arroz.
Coisas que eu sei e que não. Eu sei muitas coisas.
Faxina por exemplo. Sei limpar uma casa de tal modo
Que não sobra um canto que não tenha sido tocado
Por minhas mãos.
Depois vou sujando. Com muito gosto.
Deixo peças na sala e louças sujas na pia.
Não na mesma hora mas um pouco
Bastante depois volto limpando.
Assim me faço.
Nos objetos que me acompanham.
Gosto de andar nas ruas e comprar coisas
Que vão se arrumando em torno de mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer, tenho muitas camadas.
Uma camada de livros outra de sapatos.
Tem a camada de plantas. E toalhas de rosto.
Tenho camadas de cosméticos e de adereços.
Uma camada de nomes e de coisas que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor. Em forma de corpo.
Um corpo que me sustenta quando o meu próprio me falta.
Cadeiras são meus ossos. Sapatos são meus braços.
Torneiras em meus poros. Paredes como roupas de inverno.
(Quando toca música em minha casa sai do umbigo)
Descanso recostada nas paredes da casa
Que me guardam como um abraço.
Me abraço quando me derramo na sala.
E na cozinha. Em geral adormeço no quarto.
Tudo em minha casa tem existência.
Todas as coisas significo.
Com os olhos. Ou com as mãos.
Minha casa tem silêncios
Que ás vezes ouço. Em meu corpo
Tem silêncios maiores ainda.
Que às vezes ouço. E faço poemas.
Faço poemas dos silêncios que ouço.

Eu gostaria de ter postado este texto de Viviane Mosé em meu blog no Dia Internacional da Mulher, que encontrei na pagina inicial do Orkut da Tatiana, mas terminei esquecendo. Viviane é psicologa e psicanalista, especialista em Elaboração e Implementação de politicas publicas. Mestra e doutora em filosofia. Autora do livro Stela do Patrocínio -Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, indicado ao prêmio Jabuti de 2002, na categoria psicologia e educação. Organizou, junto com Chaim Katz e Daniel Kupermam o livro Beleza, feiúra e psicanálise (Contracapa, 2004). Participou da coletânea de artigos filosóficos, Assim Falou Nietzsche-1999. Publicou em 2005, sua tese de doutorado, Nietzsche e a grande política da linguagem, pela editora Civilização Brasileira. Escreveu e apresentou, em 2005 e 2006, o quadro Ser ou não ser, no Fantástico, onde trazia temas de filosofia para uma linguagem cotidiana.

Engolindo a ficha

Agora aproximando-se da metade do mês de Março é que engolí a ficha. Terminou as férias!.. E com o término das férias vem também o término de muitas coisas que foram boas e outras ruins, o que é normal. Desta forma tenho a sensação verdadeira de que as férias só acabam realmente em Março, quando tudo parece voltar ao normal. E o normal é dividas, preocupações, contas para pagar, sair do vermelho, trabalhar, trabalhar, trabalhar, economizar e pensar, planejar, refazer, buscar atrativos no que parece de início meio cinza.

Revelações em sonho

Sonhei com minha mãe e neste sonho ela carinhosamente me apontava soluções para que eu fosse uma pessoa mais feliz. E eu lhe dizia com determinação: Mas eu já sou feliz! Mas ela insistia e me apontava coisas que surgiam em imagens do nada e me dizia: Mas eu quero que tu sejas mais feliz ainda! Na medida em que aquelas imagens iam passando diante de mim eu ia ficando inseguro e também surpreso com o que ela me apontava, enquanto repetia sempre com as mesmas palavras seu desejo de eu fosse "Ainda mais feliz". Fiquei pensando que nós filhos esperamos tantas coisas de nossas pais, menos este tipo de preocupação aberta sobre nossos engajamentos emocionais diante da vida. Talvés a gente nem perceba que eles tem estas preocupações, talvés eles nem demonstrem nos momentos que necessitamos. Me vi preocupado dela quem sabe estar vendo em mim faltas que nem mesmo eu tenha percebido e que precisasse rever, preencher com certa urgencia. Me senti ansioso, tenso, até o momento de acordar!

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...