Me chamou a atenção esta bonita e verdadera frase do Livro Risíveis Amores de Milan Kundeira que li a bastante tempo!
Me chamou a atenção esta bonita e verdadera frase do Livro Risíveis Amores de Milan Kundeira que li a bastante tempo!
Boa noite John Boy
Lambendo feridas
Tapete de flores
Buscando vida na morte
O homem estava caído no chão, inconsciente, sob o olhar de revolta da esposa e expressão de desespero da filha. Bebeu uma garrafa de cachaça com uma cartela de comprimidos de Ritalina.
_Ritalina mata?_Alguem perguntou.
_Isto é resultado da tristeza do domingo! _Disse o irmão, olhando para o corpo estendido.
_A minha tristeza continuará na Segunda, na Terça, Quarta, enquanto eu suportar tudo isto!_Concluiu a esposa.
_Quem realmente quer morrer dá um tiro na própria cabeça!_Retrucou um vizinho curioso que passava por perto.
Os dados da literatura comprovam que o suicídio é a segunda causa de morte na adolescência, superada somente por acidentes e homicídios. Deve-se considerar que muitos dos acidentes e homicídios são também suicídios encobertos ( Genovese Filho-1986.) Numa tentativa de suicídio ocorre uma combinação de duas tendências opostas, uma de auto destruição e o desejo de que os outros manifestem preocupação com eles, de modo que eles não querem nem morrer nem viver, mas ambas as coisas, em proporções variáveis ( Stenguel, 1970). Muitos dos que tentam suicidio expressam na verdade, o desejo de melhorar sua situação de vida. Varios aspectos nos dão conta da intencionalidade do ato suicida como: o conhecimento prévio dos efeitos do ato, o estar sozinho ou acompanhado, o pedir ajuda após o ato, o acidentar-se frequentemente, ocupações que tenham um risco maior de acidentes, o método utilizado, perdas afetivas, o sexo, a idade, religião e grau de instrução, aspectos observados em vários trabalhos estudados. Qualquer gesto suicida é um pedido de ajuda, e assim deve ser encarado. É preferível, nestes casos, errar por excesso do que por omissão, pois a morte não tem terapêutica. Geralmente, os suicidas fantasiam a reação dos vivos perante à sua morte: o sentimento de tristeza, remorso e culpa. O suicida elimina sua vida, paga com ela, mas não está totalmente consciente disso, o prazer de tornar real sua fantasia de vingança, de causar sofrimento aos outros... Muitas vezes, ele nem deseja a morte, mas sim uma nova vida, em que a pessoa se sinta querida, seja importante. O final fantasiado, se possível, é que aquelas pessoas de quem se imagina que veio o maltrato, se sintam culpadas e com remorso. Então, o suicida, como que ressuscitaria, todos se desculpariam e a vida continuaria num final feliz. Existe uma independência entre o desejo de morrer e o de matar-se. A pessoa que se mata não quer necessariamente morrer, pois nem sabe o que isso significa. Ela se mata porque deseja uma outra forma de vida, fantasiada. Nessa outra vida ela encontra amor, proteção, se vinga dos inimigos, reencontra pessoas queridas. Uma anedota nos mostra uma pessoa que jogou-se num rio querendo matar-se. Enquanto se debate na água, recusa cordas e bóias que as pessoas lhe jogam da margem. Finalmente, um policial a ameaça com um revolver: “ou você sai daí ou te dou um tiro”. O suicida em potencial, que quer matar-se, não quer ser morto, e sai da água.. A anedota é verdadeira, e nos leva a um outro aspecto do suicida. O individuo quer morrer, mas também quer viver, ele está em conflito, e comumente uma ajuda ou até uma ameaça (como no caso) podem decidir a direção que vai ser tomadaO suicida sofre e faz sofrer. Ele não sabe o que é morte. O que o suicida procura é escapar de um sofrimento insuportável, real ou fantasiado, interno ou externo. É o ato suicida é uma mensagem, uma maneira de comunicar suas dores e pedir ajuda.
Uma cena que me emocionou ontem
A voz rouca e cansada de Nana Cayme enalteceu ainda mais aquele clima de desilusão e sofrimento encarnado pelo personagem, que passou-me a sensação de que seu próximo passo na novela não seria outro a não ser a propria morte.
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim..."
*Erasmo Carlos.
ORGULHO E PRECONCEITO
O silêncio das estrelas
Algumas histórias contadas, frases ditas, letras de canções, poemas, que leio ou ouço, batem dentro de mim e revelam-me sentimentos pessoais que de inicio não reconheço mas que de uma hora para outra se revelam através de sinais emocionais tão familiares, que cabem exatamente dentro de mim, como se fosse feito pra mim, escrito pra mim. Dia 03/09 quando assisti Leline no salão de atos da Ufrgs cantar "O silêncio das Estrelas", experimentei a sensação de que parte de mim estava sendo revelada publicamente naquela canção diante de toda a plateia atenta, que um sentimento meu fora violado através de uma bela canção e que com certeza não era só meu, mas também do proprio Leline que a compôs e muitas pessoas ali presentes, oque me deixou mais confortavel. Estavam todos expostos naquele momento, sem mais segredos!
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?
O meu destino tem um sentido e tem um jeito,
A minha vida segue uma rota e uma escala
Mas o consciente de mim é o esboço imperfeito
Daquilo que faço e sou: não me iguala
Não me compreendo nem no que, compreeendendo, faço.
Não atinjo o fim ao que faço pensando num fim.
É diferente do que é o prazer ou a dor que abraço.
Passo, mas comigo não passa um eu que há em mim.
Quem sou, senhor, na tua treva e no teu fumo?
Além da minha alma, que outra alma há na minha?
Por que me destes o sentimento de um rumo,
Se o rumo que busco não busco, se em mim nada caminha
Senão com um uso não meu dos meus passos, senão
Com um destino escondido de mim nos meus atos?
Para que sou consciente se a consciência é uma ilusão?
Que sou entre quê e os fatos?
Fechai-me os olhos, toldai-me a vista da alma!
Ó ilusões! Se eu nada sei de mim e da vida,
Ao menos eu goze esse nada, sem fé, mas com calma,
Ao menos durma viver, como uma praia esquecida..."
Fernando Pessoa
(1888-1935)
Gaita de boca
Domingo no Brique
Sobre a Vitória Régia
Situações banais
Pendengas da cidadania
Em que momento perdemos a inocência?
Perguntou a senhora para a menina de cinco anos que eu atendi ontem.
_De pedacinhos de espelho!
_E as nuvens?
_De algodão!
_E o planeta Terra?
_De gente feliz!
_E a noite?
_É quando eu fecho os olhos para dormir!
E a senhora continuava a perguntar insistentemente para a menina que era uma candura e respondia a tudo espontâneamente e com a certeza de seus conceitos inocentes, imaginativos e olhar sonhador.
Fiquei pensando de que mundo vinha aquela doce criaturinha e em que momento mudamos nossos conceitos pessoais pelos conceitos do mundo e das regras impostas. Em que momento somos obrigados a crescer e perdermos a inocência para sobreviver nesta guerra e virarmos adultos, em que momento?
Beirando desconforto
Caixa de Pandora
Dia de Verão
Além do ponto
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