SOMOS DOIS A O INVÉS DE UM

O ruim de se acreditar naquilo que não somos verdadeiramente, é que criamos um personagem na nossa vida, para compensarmos o que não gostamos em nós mesmos, ou não damos conta de resolver. Ele serve apenas como um elemento de aprovação as nossas atitudes e sentimentos.
Mas este personagem com o tempo cresce e descobre que precisa respirar, caminhar, ter vida própria nem sempre aos moldes da nossa aceitação.
Ele se torna grande, apodera-se do nosso espaço tornando seu, tudo o que parecia ser nosso.
Muda o cenário das nossas vidas, troca as cortinas de lugar, muda os focos de luz e transforma as cenas comuns, num campo de batalhas quando tentamos intervir.
Nosso erro é te-lo criado por acreditar que somos menores que ele.
Se começássemos a nos ver como seres humanos comuns e que somos vaidosos, competitivos, egoístas, invejosos, ciumentos, vingativos, preconceituosos, mentirosos, trabalharíamos em cima do que somos e não nas mentiras de um personagem inventado para burlar a verdade e os outros aplaudirem.

A ESPIÃ ELLIS DE VRIES,


Conheci outra Elis, esta Ellis de Vries é o nome falso de Rachel Stein, uma cantora judia que após perder a família num bombardeio acidental pelas forças aliadas, decide atravessar uma rede de rios e banhados, para chegar ao sul da Holanda, que já estava livre da ocupação nazista.
Entretanto o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel, que se alia a um grupo da resistência nos países baixos, contra a ocupação nazista da segunda guerra mundial.


A Espiã (título no Brasil) ou Livro Negro (título em Portugal)) é um filme de época, ambientado na Holanda e realizado em 2006 por Paul Verhoeven, que recebeu diversos prêmios de cinema nos Países Baixos, entre eles: Gouden Film (Prêmio de Ouro). 
O filme tem todos os ingredientes que eu particularmente gosto; Guerra, espionagem, traição, musica e amor proibido.

2017. SORTE E MUDANÇAS.

Em 2017, haverá mudanças sim, eu prometo pra mim mesmo. Mas mesmo que eu desista, ou não planeje minhas próprias mudanças, a vida se encarregará de faze-las como um simples acaso.
E essa sorte que tanto desejamos, pode vir ou desistir na metade do caminho, mesmo que a gente devore ou não, algumas colheres de lentilha.
O importante é estarmos vivos e ainda com lucidez, para não nos deixarmos enganar pela falsidade, hipocrisia e tanta injustiça que rola solta no mundo.
Em 2017, haverá mudanças sim e mesmo que eu perca a esperança, que eu não tenha comprometimento, sinto que a vida irá faze-las, sem pedir licença a ninguém.

ELIS: AOS QUE ODEIAM E AOS QUE AMAM.


Li, rabisquei, pintei de amarelo, tudo que achei interessante na biografia de Elis Regina, escrito pelo jornalista Julio Maria e que inicialmente teria como titulo: 'Elis: Aos que Odeiam e aos que Amam' e que foi trocado por, "Nada Será Como Antes".
Eu preferiria o primeiro titulo, muito mais sui generis, a personalidade forte e a carreira da cantora, que construiu tantos amores, quanto desafetos em sua rápida trajetória de vida.
O livro é uma biografia jornalistica documentada sobre a vida e obra de uma das cantoras mais respeitadas do país e por isto foge dos padrões sentimentalistas, encantos e floreios literários, sem medo de torna-la uma vitima ou uma vilã. Foca profundamente nos aspectos, que a tornaram uma das personalidades mais importantes e respeitadas do mundo artísticos e alguns itens da sua vida privada e amorosa, que não teria sentido se não caminhassem juntas.


Para o feito, o jornalista pesquisou por mais de 3 anos, a vida da cantora, através de jornais, entrevistas, relatos de amigos e colegas relacionadas ao seu universo e tentando se aproximar do ser humano considerado por muitos, como um dos maiores fenômenos da música brasileira do século 20, por sua musicalidade, senso harmônico e afinação e que morreu precocemente aos 36 anos, em janeiro de 1982.


O livro descreve a sua intensidade, suas contradições, sua amorosidade com os filhos e amigos  e sua ferocidade na disputa por ser  a maior.
Brigou, xingou, cometeu erros, criou desafetos, derrubou barreiras num mundo comandado por tubarões famintos, que a tornariam extremamente competitiva com a vida e consigo mesma.
Disse mais tarde, numa entrevista, o quanto sentia por ter tido sua infância violentada pelo sucesso e o quanto sofrera por ter aprendido na marra, os que bem nascidos como Gil e Chico Buarque sabiam de berço.


Muita gente também se pergunta, até hoje; O que exatamente fazia com que a cantora com uma das carreiras mais bem sucedidas do país, fosse tão infeliz?
O livro escrito por Julio Maria se não é direto, dá muitas pistas e ganha por sua notória  honestidade de fatos e por trazer mais uma vez, esta grande cantora de personalidade marcante, ao encontro de seus fãs e admiradores.

TAMPE OS OUVIDOS E ABRA O CORAÇÃO.

Noite passada, assisti no NetFlix, o filme "Marguerite", de Xavier Giannoli e protagonizado pela atriz Catharine Frot, cuja a interpretação brilhante lhe rendeu o César, principal prêmio francês, de melhor atriz. 


O longa, ambientado na Paris do início dos anos 1920, apresenta em cinco capítulos, a trama que gira em torno de uma rica baronesa, que organiza festas em sua mansão, para cantar aos convidados que a elogiam e paparicam-na, sem coragem de dizer que ela é uma péssima cantora, que desafina a cada nota. 
Por educação, submissão ou inveja e para não perderem o convívio com a alta nata da sociedade, os amigos se calam e aguentam os terríveis sons, emitidos pela anfitriã, que acredita cantar bem. Insegura, ingênua e solitária, Marguerite sofre com a falta de amor sobretudo de seu marido, e, talvez como uma forma de conseguir ser notada por ele, fantasia a ideia de se tornar uma grande diva da ópera, sua grande paixão.


O filme mostra claramente as sutilezas do poder da elite e a cegueira coletiva que levariam à ascensão de regimes fascistas e à Segunda Guerra. É inspirado na história real, da cantora norte americana Foster Jenkins, que tornou-se conhecida na Nova York dos anos 40 do século passado, pelas apresentações de canto nas quais, não conseguiu acertar uma única nota de uma canção. Apelidada de "a diva do grito" pelo público, seus ingressos para os recitais anuais, realizados no Hotel Ritz, eram disputados a tapa. No Brasil, em 2009 a cantora foi interpretada por Marília Pera, no espetáculo Gloriosa.


Depois de assisti ao filme, li esta critica de Bruno Carmelo, que achei interessante, bem colocada e posto aqui no blogue:
O que pode ser considerado arte? O que é um bom artista? Essas são algumas das mais importantes questões da filosofia estética, e não possuem nenhuma resposta clara. Até agora, a melhor definição de arte encontrada por teóricos é esta: “arte é tudo aquilo considerado arte por instâncias legitimadoras do poder”. Ou seja, a partir do momento que figuras do poder dizem que algo é arte, ele passa a ser. No caso do cinema, Alfred Hitchcock e Ingmar Bergman, eram considerados diretores de segunda ordem, até os poderosos críticos de cinema franceses, na década de 1950, dizerem que se tratavam de gênios. Do mesmo modo, grandes talentos podem ter passado despercebidos em suas épocas, por não terem sido destacados como tal.
  
   

DÊ SORVETE AOS PASSARINHOS.

Eu e meu colega aguardávamos nossos sorvetes de cascão com duas bolas ficarem prontos, durante uma rápida paradinha na vila Bom Jesus, quando percebemos a presença de um menino, observando na porta de vidro da sorveteria, todo a preparação que a moça atendente fazia, enquanto listava pra nós, os sabores disponíveis. O menino franzino, que parecia um passarinho, permanecia calado, do lado de fora, assistindo a tudo, sem manifestar nenhuma atitude. Parecia em alguns momentos estar petrificado
Então lhe perguntei se queria um sorvete e ele ainda sem nos olhar, sacudiu a cabeça positivamente. Tinha seus olhos fixos apenas nos sorvetes que estavam sendo preparados pela moça.
Quando saímos da sorveteria, com os nossos sorvetes, ficamos observando-o passar por nós, dando saltos de alegria, que parecia uma tentativa de alçar voo, enquanto equilibrava com as duas mãos, aquele enorme sorvete-cascão, que começou a dividir com outros dois passarinhos que se aproximavam numa esquina.


Enquanto eu comia meu sorvete, fiquei pensando por alguns instantes, calado, que se uma imagem daquela, um olhar, um gesto, um silencio que for, não nos sensibilizar e não nos fizer apostar num simples desejo de criança, que pode ser grande pra ela e tão pequeno pra nós, então não vale a pena perder tempo com mais nada. Devemos mudar de caminho, fechar nossos olhos e seguir no escuro, até a morte vir e nos negar, quem sabe, um simples sorvete.

RELEMBRANDO PARIS.

Quando eu coloquei os meu pés em Paris pela primeira vez, eu não acreditei que estava lá. Pra dizer a verdade, em todos os outros lugares que visitei pelo mundo, fiquei incrédulo até que algo se identificasse pra mim fazendo-me ter certeza de que eu estava no lugar que escolhi para visitar. Era como se faltasse uma peça que não se encaixava no mosaico da minha satisfação, até eu encontra-la. 


Em Paris inicialmente, todas as sensações me levavam a acreditar que eu estava num lugar comum, andando por ruas cheias de carros e pessoas diferentes, falando em vários idiomas, algumas com roupas exóticas, ruas sujas, algumas com o esgoto correndo a céu aberto, ladrões e golpistas, o que poderia ter em qualquer lugar, menos na Paris que eu havia idealizado.


Eu estava hospedado em Crimée, na 19ª arrondissement, que me parecia uma localização difícil, quando não se domina o idioma e também não se está acostumado a andar em metrôs, que trafegam no subterrâneo e daí não visualizamos pra onde estamos indo. Também me faltava alguma referencia visual que eu não sabia dizer o que era, para que eu e a cidade fossemos enfim apresentados. Uma estranha sensação de desconforto, que durou uns dois dias, até surgir a primeira identificação.


Numa tarde, passeando com alguns amigos por uma das ruas que levam a Champ de Mars, localizei um dos pés da torre de ferro, que aparecia pela metade e logo sumia por de traz de alguns prédios antigos, criando alguma coisa meio inexplicavelmente assustadora, dentro de mim. 
Este jogo de esconde esconde, durou alguns minutos, até chegarmos diante daquele gigantesco monumento, que me deixou quase paralisado, com toda a sua estrutura apoteótica. 


A tarde já estava acabando e com o sol se pondo, quando decidimos subir na torre, que naquele dia e horário, havia pouquíssima concorrência de turistas. Quando a noite chegou e as luzes da torre foram acesas, a visão lá do alto mostrava, o por quê Paris é chamada de A Cidade Luz.
Enxergávamos o belo desenho da cidade, o rio Senna,  o Palácio de Chaillot, o Trócadero, o Arco do Triunfo e tantos outros monumentos espetaculares, que a cidade podia mostrar iluminados e que ainda iriamos conhecer nos próximos dias.


Mesmo sendo uma estrutura segura, subir na torre não deixou de me dar aquele friozinho na barriga que eu não sabia dizer se era por causa da altura, ou por estar sobre algo que representa tanto na cultura e historia mundial e de um país como a França.
Naqueles momentos em que estive diante dela e sobre ela, pensei comigo em silencio; Agora sim, cheguei em Paris!

GAVETAS CHAVEADAS

Ela era feita de muitas gavetas que alguém abriu um dia, vasculhou, fechou, depois esqueceu onde guardou as chaves. Ela só precisava conhecer o que tinha em seu interior que o fizera desistir sem dar explicações. Era somente uma curiosidade que lhe tirava o sono e às vezes comprimia-lhe o peito de angustia.

COPIANDO, COLANDO E COMPARTILHANDO.

Por que as pessoas repetem tanto, o que outros já disseram nas redes sociais?. Copiam o que os outros escreveram e faz da opinião alheia a sua própria opinião, sem nenhum senso critico e ainda sem acrescentar o minimo de criatividade, de personalidade. Vão apenas copiando, colando, compartilhando, contaminando e acreditando numa ideia que não sabe de onde surgiu e pensando que isto vai trazer alguma diferença pro mundo. 

A RAZÃO DE EU ESCREVER TANTA MERDA.

Sabe por que eu escrevo tanta inutilidade aqui neste blogue? Não, não é paras as pessoas lerem e aplaudirem, me acharem o máximo, ou para obter milhares de seguidores e assim me tornar uma pessoa popular e ser entrevistado no programa do Jô.
A verdadeira intensão de escrever tanta merda, é eu ouvir a minha própria voz.

CONTO DE FADAS.


Acreditem, que em pleno século XXI, mesmo cansadas, deprimidas, desrespeitadas, magoadas, desconfiadas, muitas mulheres ainda com um resto de entusiasmo, acreditam que irão encontrar o homem de seus sonho? Aquele cara inteligente, bonitão, honesto, trabalhador, sedutor, sexual incansável, fiel, que as livrará das dificuldades e atrasos do passado, que abrirá oportunidades, que transformará seus sonhos numa realidade completa de vitórias...
Bom, sonhar é livre e se tem que sonhar, que seja com o que há de melhor pra sonhar. Se o príncipe tiver a metade das qualidades almejada, considere-se uma privilegiada.
Mas nos dias de hoje, é bom ficar em alerta, pra não andar no conto de fadas e cair no do vigário. Está difícil para os dois lados.
As fichas ainda não caíram? Este cara não existe mais e se existisse, o Cristiano Ronaldo já teria pego.


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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...