VAGA LEMBRANÇA.

De Antonio Barbosa, lembro do silencio e da pouca simpatia que tinha por mim, embora dissessem que foi um homem bom e temente a Deus. Dona Maroca carregava um silencio de viúva ou de alguém que nunca se casara. Dorinha, a filha de Antonio, era muito ativa e desbocada. Deixou um filho chamado Homero que só vi na infância. Homero era muito mimado, razão de vida da sua mãe.
Existem pessoas que não lembramos entrar, nem sair da nossa vida, ficam presas numa lacuna do tempo, num pequeno espaço de lembrança, de passado e que nunca mais se sabe das suas existências.

O QUE DE ESTRANHO EXISTE EM CIMA DO MORRO


Vou contar um sonho, que me deixou pensativo por alguns dias. 
Eu precisava subir um morro para ver a cidade lá de cima e enquanto me empenhava na subida íngreme, percebi que não haviam vegetações, era árido e de um terreno quase rochoso. No trajeto, algumas pessoas seguiam noutra direção que a minha e entre elas uma amiga completamente nua, carregava uma criança, também sem roupas, entre seus braços. 
Me desviei para um pequeno grupo de jovens hippies, sentados no chão e que pareciam ansiosamente aguardarem algum acontecimento especial e por alguns minutos mágicos, começou a desfilar diante de nossos olhos, arvores com enormes raízes, que flutuavam no ar, causando-me estranheza. 
Por uma outra estrada, surgiram cavaleiros de madeira, montados em cavalos também de madeira, que me fizeram deitar sobre numa maca de lona, levando-me para uma sala repleta de chás, incensos e de outras ervas, que eu jamais tinha visto.

ELOS DE UMA CORRENTE.

Antes de fazer esta fotografia, fiquei olhando para os elos grossos desta corrente e viajei... É, eu viajei nestas questões que se tem conhecimento e ficamos pensando no que fazer para modificar o que é quase impossível de ser mudado.


Acontece que passamos tanto tempo escravizados, que acabamos nos acostumando com os instrumentos de tortura. As correntes viram um relógio de pulso que te impõe responsabilidades, um cartão ponto magnético que te prende a o cabresto. 
Para o patrão, pouco importa o bem estar de quem lhe presta serviço, pois o seu objetivo é manter a produtividade, dar resposta de funcionamento aos outros que também lhe sustentam.
Na verdade nunca fomos alforriados, os sistemas surgem e criam novos tipos de escravos. Sentimos culpa por uma divida que não é nossa e nunca vai ser paga. A regra acertada entre os poderosos, é que trabalhemos e nos arrastemos pelos corredores do casario até morte e então nossos filhos e netos continuarão como nós na mesma luta interminável, presos como elos de uma corrente. Livrar-se disto é muito difícil, mas não impossível.

O PALACETE DA OSCAR PEREIRA. URBEX- 11












A SIMPLES ARTE FEITA PELO HOMEM


Não, esta fotografia aí em cima, não se trata de uma arte rupestre, encontrada em alguma rocha ou caverna feita pelo homem do Paleolítico Superior. Trata-se apenas de uma rachadura comum num reboco de argamassa provocada pelo calor do sol e a umidade das chuvas.
Assim como esta granulação feita de cimento e areia que se formou depois de seca, num muro velho,  na fotografia abaixo, não se trata de nenhuma obra de arte contemporânea.


O que eu estou querendo dizer é que a arte, é um ponto de vista, galgado na sensibilidade de cada um. Pode se manifestar através de recursos plásticos indiretos, em alguns traços ou formas absolutamente comuns, que nos sensibilizam por sua estética harmoniosa, criando uma serie de percepções, sensações e de afinidades  que são apenas sentidas e não explicadas e por isto as controvérsias.

LEVEZA DE GESTOS.

Na Sexta- feira 31/07 quando eu estava passeando pela Praça da Liberdade em BH, não pude deixar de sentir uma pontinha de estranheza ao me deparar com esta menina alimentando os pombos enquanto era supervisionada por uma senhora. Ora, nada demais em alimentar bombos, mas a singeleza da cena, me fez tomar coragem e bater uma foto com alguma ansiedade de estar invadindo. Depois sai a passos e pensando, que minha estranheza estava na leveza daquele gesto singelo...


Não é por que o mundo está cheio de exploradores, como a maioria dos patrões que visam lucros, de desonestos e corruptos como grande parte dos políticos que buscam poder, de pessoas falsas e discriminadoras, que parasitam almas libertarias, que a gente vai dar o braço a torcer e nos sentirmos derrotados.
Existem pequenas coisas que ainda podemos apreciar para aliviar este fardo, que nos põe pra baixo, que nos faz sentir uma simples moeda de baixa negociação.
Ainda nos resta respirar sândalos, abraçar com ternura gigantescas arvores de casca grossa, saborear um magnifico sorvete de framboesa, ate a boca ficar manchada,  se surpreender com as palavras humildes de algum desconhecido que encontramos na rua, com o seu olhar, ou  gesto silencioso, fotografar flores que naturalmente brotam das pedras e emendas das calçadas.
O mais importante de tudo, é fazer desses gestos capturados a o acaso, um elemento modificador das nossas próprias ações com relação a os absurdos da vida. 

BELO HORIZONTE.


No ultimo dia em Minas, foi possível fazer um passeio  pela capital BH, antes de tomar o voo em Confins para Porto alegre e descobrir com os próprios olhos, o por quê a cidade é chamada de Belo Horizonte.
Foi um city tour de cortesia, oferecido pela agencia de viagens, Tom Excursões Universitárias, oportunizando conhecer alguns pontos de interesse turísticos, na capital mineira que tanto eu quanto o resto do grupo, gostamos e aprovamos.
Estávamos divididos entre duas vans que nos levou até os atrativos, disponibilizando alguns minutos para conhecermos os lugares e tirar algumas fotografias.



PRAÇA DO PAPA:
De nome Israel Pinheiro, a praça chamada de Praça do papa, localiza-se no alto das Mangabeiras onde foi realizado uma missa campal em 1980 pelo Papa João Paulo II. Foi erguido um monumento para homenagear o ilustre visitante que no dia da missa disse a seguinte frase, a o ver a paisagem diante de seus olhos: "Que Belo Horizonte". Localizada na parte alta da cidade e cercada pela Serra do Curral, a praça é um belo lugar para passear e apreciar a vista panorâmica.


MIRANTE DO MANGABEIRAS:
Ainda nas proximidades, existe o parque Mangabeiras com um mirante, que mostra toda a plenitude da cidade, vista do alto.





SAVASSI:
É um bairro nobre e de muita movimentação comercial, situado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. É conhecida pela grande quantidade de bares com mesas na rua, sendo uma das regiões mais prestigiadas da capital mineira frequentado por jovens e intelectuais da cidade. O nome Savassi refere-se a um comerciante de uma  padaria, que estabeleceu-se no local nos anos 30, tornando-se uma referencia


PRAÇA DA LIBERDADE:
Localizada no Savassi, a Praça da liberdade é muito mais que uma praça, mas um circuito cultural onde se encontram vários espaços culturais e museus em funcionamento:
Arquivo Publico Mineiro, Biblioteca Publica Estadual Luiz de Bessa, Casa Fiat de Cultura, Centro de Arte Popular Cemig, Centro Cultural Banco do Brasil, Memorial Minas Gerais Vale, Museu Mineiro, Palácio da Liberdade,  Museu de Minas e do Metal, Espaço do Conhecimento UFMG.






MINEIRÃO:
Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, é o estádio de futebol mineiro, inaugurado em 1965, é o quinto maior estádio do Brasil, já tendo sediado cinco finais da Copa Libertadores, uma Copa Intercontinental e escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014.

IGREJA DA PAMPULHA:
A Igreja São Francisco de Assis da Pampulha foi inaugurada em 1943. O projeto arquitetônico da igreja é de Oscar Niemeyer e considerado a obra-prima do conjunto arquitetônico encomendado pelo então prefeito J K com a finalidade de valorizar o bairro. Inaugurado em 1943, o conjunto composto por 4 edificações (Um cassino, a Igreja, a casa de balle e o iate club), construídos a margem da Lagoa da Pampulha e adornados por 5 jardins assinados por Burle Marx.
As linhas curvas da igreja seduziram artistas e arquitetos, mas escandalizaram o acanhado ambiente cultural da cidade, de tal forma, que as autoridades eclesiásticas não permitiram, por muitos anos, a consagração da capela devido à sua forma inusitada e ao painel de Portinari onde se vê um cachorro representando um lobo junto à São Francisco de Assis , a igreja permaneceu durante catorze anos proibida ao culto.

IGREJA DA PAMPULHA


Antes de finalmente retornarmos para o aeroporto, decidimos conhecer a Gruta da Lapinha, outra aventura deliciosa, cujos os detalhes eu descrevo AQUI

BICAME DE PEDRA EM CATAS ALTAS.


Minas Gerais, não é só Ouro Preto e as cidades históricas como: (Mariana, Tiradentes, Congonhas, S.João Del Rei) que fizeram parte do ciclo do ouro; Existem outras cidadezinhas e vilarejos, não tão famosas no interior do estado, que despertam em nosso olhar aquele brilho de encantamento pelas belezas naturais e monumentos construídos pelo o homem, para reforçar seus interesses econômicos, numa época em que as chances de riqueza estava toda voltada para e extração de ouro, nesta região do Brasil, que era então colonia portuguesa.

BICAME DE PEDRA:
A 12 Km do município de Catas Altas, destacam-se na paisagem as ruínas de um grande aqueduto de pedra, construído por escravos, com o objetivo de abastecer a cidade ou a mineração. Atualmente, existem cerca de 100 metros do monumento, que tem, ao centro, um portal com a inscrição da data de sua construção - 1792. Segundo relato, esta obra originalmente se estendia por 18 quilômetros.
Incrustada em uma das laterais do portal, existe uma escadaria que dá acesso à parte superior do aqueduto.


O QUE É UM BICAME:
Calha para escoamento de águas fluviais. Rego de madeira para passagem de rio ou ribeirão


COMO CHEGAR:
De Belo Horizonte são (120 km) - Seguindo a BR 381 no sentido Espírito Santo, passando pelos trevos de Ravena, Caeté, Nova União, Bom Jesus do Amparo e de Itabira.
Percorrer mais 7 km e entrar à direita na MG /436, sentido Barão de Cocais, Caraça e Santa Bárbara. Pegar a MG/ 129 por mais 12 km até Catas Altas.

Mariana/MG 41 KM pela MG 129
Ouro Preto /MG 51 KM pela MG 129
Santa Bárbara/MG 13 KM pela MG 129

SATÉLITE BAR RESTAURANTE E PIZARIA.

E já que estou falando de bares, restaurantes e afins, vou confessar uma coisa: O que eu gosto mesmo são de bares simples, com aquelas cadeiras de madeira escura, com atendimento fácil e sem frescuras. Destes que lembram botecos e que a maioria dos frequentadores, são os próprios moradores da cidade. Isto propicia a integridade e reconhecimento de hábitos da cultura local, com pouca intromissão dos costumes de quem vem de fora, importando novas atitudes. Se o garçom sentar a mesa para um dedo de prosa, melhor ainda!


O bar restaurante e Pizaria Satélite, localizado na Conde de Bobadela (Rua Direita) 57, Centro, é um desses. Funciona de Segunda a Segunda e é frequentado por jovens, estudantes locais e moradores que apreciam uma cachacinha mineira, como aperitivo de entrada, antes do prato principal ou da rodada de cerveja. A carta de consumo é simples com quitutes deliciosos e presos justos. Também aceita cartões de crédito Visa e Master Card.

FALANDO A MESMA LÍNGUA.

Existe uma dificuldade das pessoas entenderem que tu não queres um determinado produto por que ele é mais caro que os os outros, mas sim porque tu não aprecias ele para desembolsar tamanho valor. Claro que o valor em alguns casos tem sua importância na escolha, mas nem sempre é um determinante, quando se pode pagar a conta, sem sair completamente quebrado.


Eu estava num restaurante com um grupo de pessoas em Ouro Preto, para beber cerveja. Havíamos feito uma longa caminhada e naquele momento, já noite, cabia bebermos um cerveja para matarmos a cede. O garçom trouxe a carta de bebidas e mesmo com uma variada lista, só havia para o consumo, aquelas artesanais que eu não aprecio o sabor, por que são amargas demais e outras com aquele gosto, de que não convence a proposta... Alem do que, são salgadas demais para uma garrafinha que mal acaba com a cede e já tem que pedir outra. Mesmo assim, ele insistia em apresentar uma versão de uma tal cerveja, que tinha um leve toque de sabor banana. 
Eu ficava pensando, como um leve toque de banana, pode deixar uma cerveja leve e matar a cede, como as industrializadas que eu costumo beber.
-Bom, estamos falando em línguas diferentes! Eu disse pra ele quando me apresentou outra, salientando que o preço era mais baixo.
Eu não gosto de cervejas artesanais. Nenhuma que eu bebi ate agora, me convenceu do contrario. 
-Gosto de cerveja comum, aquela com gosto comum, para pessoas comuns, como eu, possivelmente tu, bebem, bem gelada no bar da esquina!.. Me entendes?
Parece que minha observação franca e sem rodeios, acendeu aquela luzinha de entendimento.
- Ah!.. Se os senhores descerem, no bar ao lado encontrarão e servem bem gelada!
-Isso! É o que precisamos. Respondi enquanto levantávamos da mesa, na direção certa.

ORATÓRIO VIRA-SAIA EM OURO PRETO.



Andando por Ouro Preto é possível dar de olho, não somente nos monumentos mais ostensivos, nos casarios mais imponentes, nas igrejas mais ricas, mas também vislumbrar outras construções mais simples, muitas já em ruínas, e que são de grande importância na construção histórica e cultural da cidade, desde o seu período de riquezas ate a sua total decadência.


São casas com elementos originais, base de pedra e paredes de adobe, onde numa delas, na Rua da Santa Efigênia 141, viveu o famoso contrabandista de ouro, Antônio Francisco Alves, também conhecido como 'Vira - Saia'. A casa localizada na esquina da rua estreita, possui sobre o muro de pedra, um "Passo" ou "Oratório", cujo o interior apresenta uma cruz enfeitada com papeis picados, colocada pelos moradores e sem imagem de santo. Esses nichos construídos em via publica, serviam também para afastarem maus espíritos e trazerem prosperidade aos moradores.
Contam que no passado havia  dentro do oratório um santo que era trocado de posição, para denunciar por onde saia a carga de ouro levada para o Rio de Janeiro, razão do nome "Vira- Saia". Dizem também que a tropa de Antônio Francisco Alves, roubava a coroa portuguesa em favor dos menos afortunados da vila. A casa onde viveu o contrabandista, foi construída em 1741 e atualmente está em ruínas, correndo o risco de desabar.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...