PERFECT MORNING.

Às vezes a gente acorda assim, meio artista, meio poeta, se sentido parte deste mundo essencial que é a natureza e a sua energia. Não sabemos se o responsável por isto é agente mesmo, ou o que está a nossa volta, trabalhando silenciosamente na produção destes sentimentos.


Acordei ansioso por fotografar gente em toda a sua plenitude de expressão, mas na ausência delas... O dia está convidativo para uma festa com a natureza. Sentar num banco de praça ou deitar de baixo de uma arvore, ouvindo a cantoria de pássaros.


Parece que esta manhã nasceu com este objetivo; dia bonito e a vontade de produzir e dividir arte. Sopra uma brisa que lembra aquelas manhãs de primavera com arvores floridas. A calçada acarpetado de pétalas roxas e amarelas, o sol que somente aquece. Está perfeito.



A ANTIGA COLÔNIA AFRICANA EM POA.



Nesta Sexta-feira 14/08/05 à tarde, eu uma amiga (Alba), saímos a caminhar por algumas ruas do bairro Rio Branco, em poa, observando e fotografando alguns prédios antigos, que ainda resistem a o tempo e a contemporaneidades de um novo tempo. 
O que tem de interessante nesta empreitada? Bom, alem de fazer uma caminhada, que é bom para a saúde do corpo e da mente, tu vais conversando e vendo coisas, pessoas, casas modernas, antigas e diferentes. Tu faz um reconhecimento do lugar por onde está andando e com isto, vai abrindo um leque de curiosidades e de informações, que traça a historia e a cultura daquele espaço, que faz parte da cidade onde tu vives.


O Rio Branco por exemplo, e que muito pouca gente sabe, era chamado de Colônia Africana, por ser um dos redutos de população negra, surgido por volta do final do século XIX e inicio do século XX (época da abolição da escravatura), quando foi permitido aos ex- escravos se estabelecerem naquelas áreas menos valorizadas e alagadiças de chácaras pertencentes a famílias ricas como a Mostardeiro e a Mariante.


Com o fim da escravidão, em 1888, os negros não tiveram nenhum tipo de assistência para se adaptarem à sua nova condição, a de “liberdade”. Então, a grande maioria foi se realocando em lugares ruins de morar, porém próximos da zona urbana, nos locais onde havia trabalho e podiam ir a pé, sem gastos com o transporte.


A Colônia Africana, assim como a Ilhota (atual bairro Cidade Baixa), era conhecida como uma zona de criminalidade e após uma campanha do governo de fazer uma limpa geral na cidade, para a recuperação de áreas degradadas, com a inclusão de saneamento e posteriormente a cobrança de impostos, foi sendo gradativamente urbanizada e recebeu o atual nome, uma homenagem ao Barão do Rio Branco, na década de 1920. 
A população negra foi aos poucos sendo expulsa, pela força da tributação territorial e pela pressão das autoridades policiais, para a região onde estão localizados os bairros Mont'Serrat, Auxiliadora e Petrópolis.




Em 1910, imigrantes judeus começaram a se estabelecerem por ali, vindos do bairro Bom Fim, um reduto judaico, em busca de expansão territorial, juntando-se a portugueses e negros que ali já dividiam espaço. Não é a toa que algumas ruas ainda mantém nomes que são ligados ou trazem alguma referencia aos negros e ao abolicionismo como: Rua Liberdade, Rua Castro Alves (o poeta dos escravos),
Veja que com tantos grupos de diferentes etnias, o bairro foi se transformando num ponto de convergência de diferentes culturas, como o catolicismo, judaísmo e religiões africanas em função da questão territorial.


O bairro atualmente, não é apenas residencial, possui inúmeras empreendimentos comerciais como, pizzarias, Pubs, cafés, restaurantes, lojas de decoração, academias de ginastica, consultórios médicos, odontológicos, hostels e casas voltadas a cultura em geral, sem ser  comercialmente caótico, mas sua beleza está justamente nos traços deixados pelo passado em prédios e palacetes antigos, assim como nas ruas arborizadas que formam verdeiros tuneis verdes.
Eu que vivi por um longo período de tempo, neste bairro e assisti algumas mudanças como a construção do Parcão, a expansão da Avenida Goethe, e da Rua Vasco da Gama e me deparei com este deposito de ferros velhos, com um antigo bonde da Carris- (foto 1), que já existia quando eu morei por lá, nos anos 70, localizado entre a Rua Miguel Tostes e a  Dona Laura me causou muitas saudades!

ANTIGA PRAÇA DO PORTÃO EM PORTO ALEGRE.


Dá pra imaginar que um dia Porto Alegre foi cercada por muros, cuja a entrada havia um portão que era fechado e ninguém mais entrava ou saia, depois de um determinado horário, para resguardar seus cidadãos de invasores e saqueadores?
Isto foi a muito tempo, lá por volta de 1773, quando Porto Alegre ainda era uma vila e tinha como nome Vila de Porto de São Francisco dos Casais.
Em 1829 o portão, já não existia, mas emprestava o nome a uma praça, à “Praça do Portão”, recanto entre o extinto quartel do Oitavo Batalhão e a Santa Casa de Misericórdia e, por extensão, ao largo existente diante do quartel.
Outro fato para quem tem boa memória, é que existia nas redondezas, uma loja que diariamente fazia liquidações de suas mercadorias, utilizando como slogan: "CASA REINALDO, A MALUQUINHA DA PRAÇA DO PORTÃO", cuja a propaganda causava filas quilométricas no quarteirão.
Chego a ouvir a voz de minha mãe, me dizendo no ouvido: Vamos ali na Maluquinha da Praça do Portão, ver as promoções!..
Em 1912, a praça, tem seu nome alterando pelo Intendente José Montaury, para Praça Conde de Porto Alegre.


Na administração do prefeito Telmo Thompson Flores (1969-1975) o espaço sofreu nova reforma, para a construção do Viaduto Loureiro da Silva, restando apenas uma pequena parcela do que foi sua área no passado.
Na foto acima, mostra a Construção do Viaduto Loureiro da Silva (Duque de Caxias sobre a João Pessoa), na antiga Praça do Portão, na década de 70.

PREDIOS DA UFRGS - NA AV. OSVALDO ARANHA EM POA








VAGA LEMBRANÇA.

De Antonio Barbosa, lembro do silencio e da pouca simpatia que tinha por mim, embora dissessem que foi um homem bom e temente a Deus. Dona Maroca carregava um silencio de viúva ou de alguém que nunca se casara. Dorinha, a filha de Antonio, era muito ativa e desbocada. Deixou um filho chamado Homero que só vi na infância. Homero era muito mimado, razão de vida da sua mãe.
Existem pessoas que não lembramos entrar, nem sair da nossa vida, ficam presas numa lacuna do tempo, num pequeno espaço de lembrança, de passado e que nunca mais se sabe das suas existências.

O QUE DE ESTRANHO EXISTE EM CIMA DO MORRO


Vou contar um sonho, que me deixou pensativo por alguns dias. 
Eu precisava subir um morro para ver a cidade lá de cima e enquanto me empenhava na subida íngreme, percebi que não haviam vegetações, era árido e de um terreno quase rochoso. No trajeto, algumas pessoas seguiam noutra direção que a minha e entre elas uma amiga completamente nua, carregava uma criança, também sem roupas, entre seus braços. 
Me desviei para um pequeno grupo de jovens hippies, sentados no chão e que pareciam ansiosamente aguardarem algum acontecimento especial e por alguns minutos mágicos, começou a desfilar diante de nossos olhos, arvores com enormes raízes, que flutuavam no ar, causando-me estranheza. 
Por uma outra estrada, surgiram cavaleiros de madeira, montados em cavalos também de madeira, que me fizeram deitar sobre numa maca de lona, levando-me para uma sala repleta de chás, incensos e de outras ervas, que eu jamais tinha visto.

ELOS DE UMA CORRENTE.

Antes de fazer esta fotografia, fiquei olhando para os elos grossos desta corrente e viajei... É, eu viajei nestas questões que se tem conhecimento e ficamos pensando no que fazer para modificar o que é quase impossível de ser mudado.


Acontece que passamos tanto tempo escravizados, que acabamos nos acostumando com os instrumentos de tortura. As correntes viram um relógio de pulso que te impõe responsabilidades, um cartão ponto magnético que te prende a o cabresto. 
Para o patrão, pouco importa o bem estar de quem lhe presta serviço, pois o seu objetivo é manter a produtividade, dar resposta de funcionamento aos outros que também lhe sustentam.
Na verdade nunca fomos alforriados, os sistemas surgem e criam novos tipos de escravos. Sentimos culpa por uma divida que não é nossa e nunca vai ser paga. A regra acertada entre os poderosos, é que trabalhemos e nos arrastemos pelos corredores do casario até morte e então nossos filhos e netos continuarão como nós na mesma luta interminável, presos como elos de uma corrente. Livrar-se disto é muito difícil, mas não impossível.

O PALACETE DA OSCAR PEREIRA. URBEX- 11












A SIMPLES ARTE FEITA PELO HOMEM


Não, esta fotografia aí em cima, não se trata de uma arte rupestre, encontrada em alguma rocha ou caverna feita pelo homem do Paleolítico Superior. Trata-se apenas de uma rachadura comum num reboco de argamassa provocada pelo calor do sol e a umidade das chuvas.
Assim como esta granulação feita de cimento e areia que se formou depois de seca, num muro velho,  na fotografia abaixo, não se trata de nenhuma obra de arte contemporânea.


O que eu estou querendo dizer é que a arte, é um ponto de vista, galgado na sensibilidade de cada um. Pode se manifestar através de recursos plásticos indiretos, em alguns traços ou formas absolutamente comuns, que nos sensibilizam por sua estética harmoniosa, criando uma serie de percepções, sensações e de afinidades  que são apenas sentidas e não explicadas e por isto as controvérsias.

LEVEZA DE GESTOS.

Na Sexta- feira 31/07 quando eu estava passeando pela Praça da Liberdade em BH, não pude deixar de sentir uma pontinha de estranheza ao me deparar com esta menina alimentando os pombos enquanto era supervisionada por uma senhora. Ora, nada demais em alimentar bombos, mas a singeleza da cena, me fez tomar coragem e bater uma foto com alguma ansiedade de estar invadindo. Depois sai a passos e pensando, que minha estranheza estava na leveza daquele gesto singelo...


Não é por que o mundo está cheio de exploradores, como a maioria dos patrões que visam lucros, de desonestos e corruptos como grande parte dos políticos que buscam poder, de pessoas falsas e discriminadoras, que parasitam almas libertarias, que a gente vai dar o braço a torcer e nos sentirmos derrotados.
Existem pequenas coisas que ainda podemos apreciar para aliviar este fardo, que nos põe pra baixo, que nos faz sentir uma simples moeda de baixa negociação.
Ainda nos resta respirar sândalos, abraçar com ternura gigantescas arvores de casca grossa, saborear um magnifico sorvete de framboesa, ate a boca ficar manchada,  se surpreender com as palavras humildes de algum desconhecido que encontramos na rua, com o seu olhar, ou  gesto silencioso, fotografar flores que naturalmente brotam das pedras e emendas das calçadas.
O mais importante de tudo, é fazer desses gestos capturados a o acaso, um elemento modificador das nossas próprias ações com relação a os absurdos da vida. 

BELO HORIZONTE.


No ultimo dia em Minas, foi possível fazer um passeio  pela capital BH, antes de tomar o voo em Confins para Porto alegre e descobrir com os próprios olhos, o por quê a cidade é chamada de Belo Horizonte.
Foi um city tour de cortesia, oferecido pela agencia de viagens, Tom Excursões Universitárias, oportunizando conhecer alguns pontos de interesse turísticos, na capital mineira que tanto eu quanto o resto do grupo, gostamos e aprovamos.
Estávamos divididos entre duas vans que nos levou até os atrativos, disponibilizando alguns minutos para conhecermos os lugares e tirar algumas fotografias.



PRAÇA DO PAPA:
De nome Israel Pinheiro, a praça chamada de Praça do papa, localiza-se no alto das Mangabeiras onde foi realizado uma missa campal em 1980 pelo Papa João Paulo II. Foi erguido um monumento para homenagear o ilustre visitante que no dia da missa disse a seguinte frase, a o ver a paisagem diante de seus olhos: "Que Belo Horizonte". Localizada na parte alta da cidade e cercada pela Serra do Curral, a praça é um belo lugar para passear e apreciar a vista panorâmica.


MIRANTE DO MANGABEIRAS:
Ainda nas proximidades, existe o parque Mangabeiras com um mirante, que mostra toda a plenitude da cidade, vista do alto.





SAVASSI:
É um bairro nobre e de muita movimentação comercial, situado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. É conhecida pela grande quantidade de bares com mesas na rua, sendo uma das regiões mais prestigiadas da capital mineira frequentado por jovens e intelectuais da cidade. O nome Savassi refere-se a um comerciante de uma  padaria, que estabeleceu-se no local nos anos 30, tornando-se uma referencia


PRAÇA DA LIBERDADE:
Localizada no Savassi, a Praça da liberdade é muito mais que uma praça, mas um circuito cultural onde se encontram vários espaços culturais e museus em funcionamento:
Arquivo Publico Mineiro, Biblioteca Publica Estadual Luiz de Bessa, Casa Fiat de Cultura, Centro de Arte Popular Cemig, Centro Cultural Banco do Brasil, Memorial Minas Gerais Vale, Museu Mineiro, Palácio da Liberdade,  Museu de Minas e do Metal, Espaço do Conhecimento UFMG.






MINEIRÃO:
Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, é o estádio de futebol mineiro, inaugurado em 1965, é o quinto maior estádio do Brasil, já tendo sediado cinco finais da Copa Libertadores, uma Copa Intercontinental e escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014.

IGREJA DA PAMPULHA:
A Igreja São Francisco de Assis da Pampulha foi inaugurada em 1943. O projeto arquitetônico da igreja é de Oscar Niemeyer e considerado a obra-prima do conjunto arquitetônico encomendado pelo então prefeito J K com a finalidade de valorizar o bairro. Inaugurado em 1943, o conjunto composto por 4 edificações (Um cassino, a Igreja, a casa de balle e o iate club), construídos a margem da Lagoa da Pampulha e adornados por 5 jardins assinados por Burle Marx.
As linhas curvas da igreja seduziram artistas e arquitetos, mas escandalizaram o acanhado ambiente cultural da cidade, de tal forma, que as autoridades eclesiásticas não permitiram, por muitos anos, a consagração da capela devido à sua forma inusitada e ao painel de Portinari onde se vê um cachorro representando um lobo junto à São Francisco de Assis , a igreja permaneceu durante catorze anos proibida ao culto.

IGREJA DA PAMPULHA


Antes de finalmente retornarmos para o aeroporto, decidimos conhecer a Gruta da Lapinha, outra aventura deliciosa, cujos os detalhes eu descrevo AQUI

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...