OS INVISÍVEIS DO INICIO DO SECULO XX.



Por um longo tempo da minha vida, na adolescência, eu acreditei que as provas de um segredos (fotos, cartas, objetos, diários), pudessem ser guardados em gavetas chaveadas, baús, sótãos, porões e jamais serem descobertos.
Com o passar do tempo, mais crescidinho, comecei a pensar diferente: Que segredos podiam ser descobertos sim, pois nada permanece guardado, escondido para sempre. 
Os segredos terminam se perdendo na poeira, no lixo, ou vendidos para um brique, um mercado de quinquilharias e que com o passar do tempo, se tornam publico a qualquer anonimo que se interesse por eles, exposto numa prateleira ou caixa de papelão, onde todos tem acesso. Bem, isto é apenas uma reflexão!..


Acho que foi o que aconteceu com Sebastien Lifshitz, autor e cineasta que apos descobrir e arrecadar algumas fotos em mercados de pulga e vendas de garagem ao longo de suas viagens, decidiu montar um livro que busca mostrar uma perspectiva diferente sobre a cultura gay do inicio e meados do seculo XX.
Os Invisíveis: Vintage Portraits of Love and Pride, é um livro de fotos de uma época em que ser gay era necessário viver enrustido, sobre as duras e implacáveis penas da sociedade. Toda esta historia me reporta a uma composição do Chico que fala de amor, de relações, de fragmentos descobertos:

Não se afobe, não/ Que nada é pra já /O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário/ Na posta-restante/ Milênios, milênios/ No ar
E quem sabe, então/ O Rio será/ Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão/ Explorar sua casa/ Seu quarto, suas coisas/ Sua alma, desvãos
Sábios em vão/ Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras/ Fragmentos de cartas, poemas/
Mentiras, retratos/ Vestígios de estranha civilização ...

LARANJAS VERDES


Laranja verde quando não amarela não dá caldo, resseca no galho, fica dura e em seguida cai do pé rolando na direção do esquecimento.
Todas que chegaram, com o passar dos dias, vem quebrando as unhas, antes bem acabadas e de esmalte vermelho. Quebraram por que antes de ter garra é preciso ter humanidade e perceber que não se ganha batalhas em cima dos oprimidos e que leis são para todos e é por isto, que uma a uma sobe no palco ditando regras, mas levam inesperadamente aquele tombo feito a Madona na entrega dos Brit Awards, o maior premio da musica pop britânica.

CAVANHAS O BAN BAN BAN DA CIDADE


Ontem foi o aniversario de uma amiga, então fomos comemora-lo à noite no Cavanhas da Barão. Cheguei meio tarde (tipo 21 h 30 min. e o combinado era 20 h. 30 min.). 
Os outros convidados já haviam comido; Piza, hamburguês, que dizem ser a especialidade da casa, mas que pra mim passa.
Nunca fui um assíduo frequentador da casa, mas sei que é um Ban ban ban, um clássico da cidade, aberto desde 1986, com varias filiais espalhadas pela capital.
Achei o atendimento confuso, garçons desinteressados e pouco simpáticos. Para tirar a má impressão fomos até o Cavanhas da Lima e Silva para beber apenas cerveja. Bingo, o tratamento foi outro.


O AMOR NÃO TEM RÓTULOS, A GENTE É QUE PÕE.


Ja postei aqui no blog, que eu acho pertinente estes projetos de intervenção urbana, não só pela beleza e criatividade, mas pela profunda mensagem inserida no poder da imagem, que atinge cada pessoa que o visualiza.
Com o objetivo de ir contra os preconceitos das pessoas no dia a dia, a campanha “Love Has No Labels” fala sobre como o amor não tem fronteiras.
Em um vídeo mostrando apenas o raio-x dos participantes, vemos como somos todos iguais e como não há limites para manifestar o amor: seja de uma mulher para uma mulher, entre duas irmãs, uma família com dois pais ou um casal convencional.
Uma ideia simples, mas que apresenta o amor como o que há de mais belo e especial na vida, independente das diferenças.
 

CÓDIGOS HA SEREM DECIFRADOS



Sonhei que navegava uma caravela com amigos a bordo, onde fomos arrastados para mares desconhecidos e de coloração escura, que desaguavam em rios mais claros e esses rios em pequenos lagos com cascatas transparentes, que se dividiam em córregos com redemoinhos que sugavam por inteiro as pessoas descuidadas. No sonho fui alertado por um estranho, dos perigos de banhar-se por ali, sem a devida atenção e cuidado.
Os sonhos de hoje, não me parecem mais uma forma misteriosa de comunicação com o inexplicável, mas uma interlocução pessoal com o inconsciente que tenta esclarecer duvidas, ou encontrar soluções através de códigos ha serem atentamente desvendados. Fiquei pensando o que eu queria dizer pra mim mesmo.

TERMINA SEM INTERESSADOS O EDITAL PARA REVITALIZAÇÃO DA ORLA DO GUAIBA.


É o que foi noticiado no dia 03/03/2015 na pagina online do jornal Zero Hora de Porto Alegre. O desinteresse surgiu pelo fato do governo federal reduzir a desoneração da folha de pagamento das empresas no pais. Sem receber nenhuma proposta, o projeto prometido pela prefeitura há três anos, deverá ser revisto para o lançamento de uma nova licitação nas próximas semanas.


A prefeitura quer aumentar o valor da licitação, que estava em R$ 57,4 milhões, e lançar um novo edital em 30 dias. Enquanto a obra não sai, nos contentemos com pequenos remendos e explicações de caráter politico-burocrático.



RAMILONGA, A ESTÉTICA DO FRIO


Porto Alegre é a cidade onde eu nasci e vivo até os dias de hoje e que não consigo me imaginar vivendo longe ou em outro lugar. Porto Alegre está para Montevidéu, como Montevidéu está para Buenos Aires e uma Europa distante, mas tão próximas no clima frio de inverno, nas ruas cobertas de plátanos e Ipês coloridos na primevera, nas pessoas sentadas nas praças, dos chapéus e cachecóis, do apreciar o Guaíba como o Rio da Prata, bebendo chimarrão ou mate, ouvindo a milonga tristonha e leve de Vitor Ramil.



Quando retorno de minhas viagens, bate aquela saudades das noites frias o amenas de Porto Alegre, pois adoro o inverno daqui, dos ângulos de alguns telhados conhecidos, dos becos que se conhece de olhos fechados, do pôr de Sol ao entardecer, das praças, das pessoas que temos a sensação de que conhecemos de outros tempos.


Porto Alegre, vagarosamente vem mudando a sua estética urbana as necessidades do tempo e da vida moderna, mas não a sua alma que parece ser ainda aquecida por noites de vento, manhãs de geada e bolinhos fritos com café nos finais de tarde.


OS GLADIADORES DO TEMPLO.


Muitas pessoas fazem aquela expressão de surpresa, quando descobrem que eu não tenho religião, que não sigo nenhuma disciplina ligada a esta ou aquela doutrina religiosa, cujo o objetivo pra mim, na maioria das vezes, é temer a Deus e seguir regras criadas pelo próprio homem que interpretou e subverteu a escritura com objetivos que nada tem de divino ou de libertação, ao contrario, criaram regras para que as pessoas se tornem reféns de leis segregadoras e absurdas em nome de Deus e hoje quando assisti este vídeo que está se espalhando na Internet, minha certeza sobre a opção que escolhi, só criou força e argumentos para que eu me mantenha na descrença e com minha ideia particular do que significa Deus e que ele nada tem haver com estas loucuras. Eu só lamentei deles não se apresentarem com roupas a caráter, como os gladiadores da época é obvio, mas isto seria um pecado.

A GRANDE EMOÇÃO É SE MOVER.


Eu fiquei oco por alguns meses, sem me concentrar em nada, de olhar vago, a revelia, com os pensamentos soltos e não lineares e pensando paralelamente que em mim algo estava sendo mudado. Tipo o Windows que fica mais lento quando algumas atualizações estão sendo baixadas automaticamente.
Agora, depois das férias, percebo ter voltado ao meu normal, porém com algumas diferenças pontuais; Diferenças que somam-se e subtraem-se na desordem dos meus pensamentos, mas que no fundo, são positivos e ordenam o equilíbrio necessário.

Em Abril, retorno a Buenos Aires com alguns amigos do peito, cidade que nunca me canso de visitar e de mostrar aos outros, por sua beleza, poesia e musicalidade.
Li em algum lugar na Internet, a seguinte frase que adotei, porque revela um pouco do que eu mesmo penso sobre mim. "Eu não viajo para ir a algum lugar, mas para ir. A grande emoção é se mover". (Roberto Louis Stevenson). Legal isto, né mesmo?
FEIRA DE SAN TELMO
O mover-se dá esta sensação concreta de que estamos vivos, que respiramos, que temos desejos e de podermos ir tão longe, quanto nossos sonhos podem alcançar.

OS ALBINOS PERSEGUIDOS NOS PAÍSES AFRICANOS.


O preconceito é um difusor da violência, sob qualquer instancia, por que cria vitimas por meio da intolerância, e de ideias obscuras e ignorantes acerca dos fatos. Acho que não existe outra forma de conte-lo senão pela reeducação através da dinâmica de conscientização e penalização. Li em algum lugar, que não lembro, uma lista interminável de preconceitos que acomete o mundo e que vão do racismo, homofobia, xenofobia, etc.., etc.., e que faz a gente pensar se não somos o algoz de nós mesmos.


Uma matéria jornalística sobre os africanos albinos da Ilha de Ukerewe, na Tanzânia, me deixou de cabelos em pé, ao saber que são dizimados pela cor de sua pele. Ou seja, alem dos problemas causados pela falta de pigmentação, pela dificuldade de enxergar e o câncer de pele, eles têm que conviver com o medo de serem mortos e torturados, e partes do seu corpo serem vendidos para fins de medicina e bruxaria.
Muitos tanzanianos acreditam que os albinos possuem poderes mágicos e que partes de seus corpos usados em bruxarias trazem sorte e riqueza. Alguns chegam a acreditar que os rituais são mais eficientes se a vitima estiver gritando durante as amputações. Nossa, a crueldade dos seres humanos parece não ter limites.


Segundo um relatório divulgado pela ONU, um cadáver de albino completo, incluindo pernas, braços, genitais, orelha, nariz e língua, custa US$ 75 mil (R$ 163 mil) na Tanzânia.
Mas uma pergunta que não quer calar: Se o povo africano, vive nas piores condições de vida do planeta, na miséria, sem ter o que comer e beber, como pode desembolsar uma quantia tão alta em dinheiro para a realização de rituais deste tipo?
Segundo Josephat, ativista da Sociedade de Albinos da Tanzânia, há muita gente graúda por traz dessas atrocidades como políticos que encomendam albinos para rituais de magia, ou amuletos para ganhar eleições e ainda grandes empresários em busca da sorte grande. 

O DISCURSO DAS DIFERENÇAS.


Um dos discursos mais tocantes da cerimônia do Oscar, e que fala  da intolerância sobre as diferenças, aconteceu na noite de 22/02/2015, em Los Angeles, feito pelo roteirista Graham Moore.
O escritor ganhou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado pelo trabalho que fez ao transformar o livro Alan Turing: The Enigma, de Andrew Hodges (ainda sem tradução no Brasil) no roteiro para o filme: O Jogo da Imitação.


"Então, é o seguinte. Alan Turing nunca pôde subir num palco como esse e olhar para todos esses rostos desconcertantemente lindos, e eu posso. E essa é a coisa mais injusta que eu já ouvi. Quando eu tinha 16 anos, eu tentei me matar porque eu me sentia esquisito e me sentia diferente e sentia que não pertencia a lugar nenhum. E agora que eu estou aqui eu gostaria de dedicar esse momento aos jovens por aí que sentem que são estranhos ou diferentes ou que não se encaixam – sim, vocês se encaixam. Eu prometo. Permaneçam estranhos, permaneçam diferentes, e quando chegar a sua vez, e vocês estiverem sobre esse palco, transmitam essa mensagem para as pessoas que virão depois de vocês".


Alan Turing foi um matemático britânico, unanimemente considerado um dos gênios da era moderna. Seu trabalho estabeleceu a fundação para a criação dos computadores; durante a Segunda Guerra Mundial, ele conseguiu decifrar os códigos que os alemães usavam para criptografar suas mensagens, fato que se tornou um trunfo durante o conflito. Homossexual, em 1952 foi condenado a se submeter a um programa de castração química pelo governo britânico - a homossexualidade na época era crime. Turing suicidou-se em 1954, tomando cianeto. Em 2013 o cientista recebeu perdão póstumo da rainha Elizabeth II.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...