Enfim, realizei este passeio que eu tanto queria, mesmo sem uma companhia para testemunhar e dividir esta emoção.
O principal atrativo deste passeio, é sem duvidas a beleza da serra catarinense e a sensação de periculosidade ao trafegar por uma estrada sinuosa e de curvas absolutamente fechadas; 284 curvas para ser exato. Mas valeu muito a pena toda a experiencia.
No Domingo pela manhã subi sozinho, sem nenhum acompanhante no carro, a Serra do Rio do Rastro, passeio que a muito tempo queria fazer e que por motivos ora alheios a minha vontade, perdi a oportunidade. Aproveitei que estava numa cidade próxima,
Jaguaruna com a amiga Rose e sai em torno das 10 horas , com muita disposição e maquina fotográfica preparada do meu lado, perfazendo 216 km em 3 horas e 40 minutos, com paradas para fotografias, almoço e uma esticada ate Bom Jardim da Serra para comprar alguns produtos coloniais. O principal atrativo deste passeio, é sem duvidas a beleza da serra catarinense e a sensação de periculosidade ao trafegar por uma estrada sinuosa e de curvas tão fechadas; mas tudo se torna inesquecivelmente lindo a o se contemplar a mata, as montanhas gigantescas e seus profundos abismos de tirar o fôlego.
Escolhi como rota, ir de Jaguaruna, ate as proximidades de Tubarão, cruzar a BR - 101 por baixo do viaduto na direção de Gravatal, seguindo pelas cidades de Braço do Norte, São Ludgero, Orleans e Lauro Müller onde se inicia a serra, (12 quilômetros até o topo).
No trajeto de subida a velocidade deve ser cautelosa, em media uns 20 - 30 km/h afim de não maltratar o carro e também por medida de segurança, uma vez que na rodovia SC - 390 (nome oficial da estrada) é caracterizada por subidas íngremes e curvas tão fechadas (em cotovelo), que uma simples desatenção, tem-se o risco de avançar a pista contraria e provocar algum acidente.
A pavimentação desta rodovia, feita em blocos de concreto, durou 2 anos para ser concluída. De 1984 à 1986 e foi a primeira estrada catarinense a ser pavimentada com blocos maciços de concreto e ranhuras especiais, para garantir que no inverno os veículos tivessem aderência sobre a pista.
A serra do Rio do Rastro é sem duvidas tudo aquilo que eu esperava em termos de beleza, exuberância e a sensação de estar muito próximo de Deus e sua grandiosidade. Teve momentos, lá em cima, em que a tempo começou a ficar instável e os raios e trovões pareciam estourarem do lado do carro, dando uma sensação de prenuncio do fim do mundo e causando-me uma certa insegurança.
Existe no decorrer da estrada, vários pontos, (acostamentos), onde se pode parar o veiculo e contemplar toda a sua beleza composta por morros, precipícios, mata nativa, pequenas cascatas que brotam das pedras e registra-las em fotografia.
MONUMENTO DO TROPEIRO:
Uma das atrações da Serra do Rio do Rastro é o Monumento aos Tropeiros, na curva da Cascata Iluminada, feita num único bloco de basalto, com aproximadamente quatro metros de comprimento, um metro de altura e setenta centímetros de profundidade, que obriga a todos os turistas a pararem e contempla-la. A obra retrata um tropeiro acompanhado de cinco mulas carregadas de bruacas (sacos de couro cru).
ORIGEM DO NOME RIO DO RASTRO:
Inclusive o nome Rio do Rastro, surgiu porque na perigosa descida pelas encostas, os bravos tropeiros do passado, deixavam os animais irem à frente para depois seguirem o rastro dos bichos, dai o nome de rio e do caminho que seguiam, (rastro) e que atualmente deixam os turistas maravilhados.
Seguindo viagem serra acima, encontra-se também alguns estabelecimentos para tomar um café com produtos coloniais ou fazer um lanche, apreciando uma das paisagens mais belas do país.
MIRANTE:
No topo da serra, um mirante (ponto mais elevado - 1.421 metros de altitude
), proporciona uma bela visão, do Morro da Ronda, que tem um sugestivo banco de frente ao cânion de mesmo nome, o
Monte Negro (ponto mais elevado do estado do Rio Grande do Sul) e o Morro da Igreja, um dos pontos mais elevados de SC.
É nesta plataforma de observação, que famílias inteiras de quatis, se aproximam dos turistas, sem qualquer timidez para confiscar alimentos. Os bichinhos são muito espertos que qualquer desatenção, eles roubam a sua comida.
PARQUE EÓLICO:
Outra pedida para quem gosta, é visitar o Parque Eólico, localizado a uns 50 metros depois do mirante da serra do Rio do Rastro. Tem uma entrada a esquerda de quem segue para Bom Jardim da Serra, com uma placa sinalizando. Segue-se em estrada de chão até uma guarita.
Lá o seu Jorge, um dos donos da propriedade, é o manda chuvas e quem irá guia-lo pelo parque eólico e ainda ao cânion da Ronda. Paga-se R$10,00 por carro e a visita depende das condições climáticas.
ONDE ALMOÇAR:
Seguindo viagem na direção de Bom Jardim da Serra, existe alguns restaurantes, mas por minha conta e risco, parei para almoçar na Churrascaria Cascata, cujo o principal atrativo é possuir uma convidativa cascata, nos fundos do prédio, onde turista e moradores locais podem tomar banho.
O almoço na churrascaria, achei os preços aplicados, um tanto salgado, mas quem está num lugar desses, cercado de tantas belezas naturais, não deve dar espaço a o stress por tão pouco. Os 52 reais pagos por um bufê livre, grelhados, sobremesa e duas latinhas de coca cola, couberam no meu orçamento, sem o risco de me levar a falência.
Estando lá em cima, me senti um privilegiado solitário sobre as nuvens que surgiam pelas encostas de alguns morros. Ouvi alguém dizer no restaurante que viria chuva e antes de eu chegar ate o centro da cidade de Bom Jesus da Serra, já ouvia algumas explosões sobre a minha cabeça.
BOM JESUS DA SERRA:
Segui caminho até o centro da cidade de Bom Jardim da Serra, composta por uma igreja matriz de traços modernos, atualmente em reforma, uma prefeitura e muitas casinhas simples cujos proprietários comercializam produtos coloniais, como queijos, salames, compotas de doces e licores.
Comprei alguns produtos e por alguns minutos pensei em seguir viagem em direção a Serra do Corvo Branco, mas providencialmente outros raios riscaram no céu, acompanhado de seguidos estrondos, avisando-me que viria chuva forte nas próximas minutos.
A HORA DE VOLTAR:
A estrada seguia serra acima, possivelmente exibindo mais maravilhas a serem contempladas, mas a razão falou mais alto, fazendo-me declinar da ideia de conhecer a Serra do Corvo Branco, que dizem ser tão linda quanto a do Rastro, porém mais selvagem, menos sinalizada e mais arriscada em dias de chuva.
Desci a Serra do Rio do Rastro, de volta para Jaguaruna, com chuva forte batendo no para brisas do carro, grandes explosões no céu e com a certeza de que faltou mais coisas para conhecer.
Tenho planos de voltar num outro dia sozinho ou acompanhado, para dar seguimento a o que ficou pra traz, como a Serra do Corvo Branco.
A Serra do Rio do Rastro se localiza no Sul do estado de Santa Catarina. Os principais acessos, são: Por São Joaquim e Urubici, seguindo por Bom Jardim da Serra (por cima da Serra). Por Criciúma ou Tubarão, seguindo por Lauro Müller (por baixo da serra).
Até a próxima passeio!