E se eu bater na tua porta e não abrires e se abrires me olhar por uma lasca e fingir que não me conheces como eu vou ficar? Não to acostumado com este tipo de rejeição, acho que ninguém está. Sou do tipo raivoso que não imploro atenção, mas que me amargo e me enveneno com estes sentimentos estranhos. Agora Elis canta "Cão Sem Dono" do meu lado e me abre cicatrizes que não deixarei sangrar. Sinto dores que me rasgam as costas. Sou capaz de voar sobre tua porta e teu telhado, observando tua chaminé sem vida, sem fumaça, tua rua, teu bairro, tua cidade e desaparecer por este mundo. Eu já conheço o caminho da minha felicidade.
Chuva, banho, vinho e emoções que combinem.
Enfim a chuva chegou por aqui dando aquela trégua ao calor insuportável de dias. Vontade de sair correndo pela rua e tomar um banho de chuva, um banho de chuva, na voz da Vanessa Da Mata. Depois uma chuveirada decente, um vinho, um filme, e muitas emoções que combine com esta noite.
Pedaço de mim.
Hoje senti que me faltava um pedaço, um pedaço que me acostumei a carregar junto comigo e de repente não estava mais junto de minha alma, de meu corpo. Eu não estava inteiro, não estava alegre, nem triste. Me faltava este pedaço que eu perdi ou me arranquei, mas que às veze sinto falta. Eu não vou bater em portas para procura-lo, nem jogar cartas de tarô, eu tenho medo de me arrepender se encontro-lo por ai caído no chão, então vou aguardar a chuva chegar. Tem uma frase de Caio Fernando de Abreu, que é mais ou menos o que senti: "Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências." É isso!..
Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é
Eu gosto de raridades, não gosto de gente previsível ou mais chata do que eu. Mas as raridades podem ser encontradas até nas páginas azuis do Facebook e isso pode ser imaginação de quem navega por essas bandas virtuais. Tudo pode ser falso. Encontrei dia desses o que penso ser uma raridade, eu posso estar enganado, pois ele joga vídeo game feito criança, usa brinco, pinta a cara e o olho feito palhaço. Faz pose de herói, lambe os dedos depois faz caretas. E eu, não faço nada disto, por que cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é. Eu faço apenas malabarismos.
Forno Alegre.
Porto Alegre se tornou nos últimos anos um verdadeiro forno para se viver, tanto que algumas piadistas locais, apelidaram a cidade de Forno Alegre. Mas quem pode viver com bom humor num ambiente tão quente e abafado? Eu particularmente não lembro de ter experimentado por aqui tanto calor. Na quinta e na Sexta-feira as temperaturas não baixaram dos 28 graus, chegando aos 32 graus e sem que soprasse pelo menos aquela brisa salvadora. Neste Sábado os especialistas no clima, preveem pancadas de chuva à tarde e também durante a noite. Tomara que São Pedro nos faça o favor de mandar um pouco de chuva para aliviar este calor infernal.
Sou indefinível?
Um colega me disse hoje, que sou indefinível. Eu sou indefinível, as pessoas em geral são indefiníveis? E o mundo, e o mundo, o mundo é definível? O que me faz ser indefinível neste mundo? Qual é o conceito desse meu colega sobre indefinível, tudo aquilo que não se entende? Aquilo que não dá para definir e foge dos conceitos básicos?
Fui trabalhar com um olho vermelho e ele me perguntou se era por droga, bebida ou sémem. Eu nada respondi, criei um clima de segredo que funcionou como revide e então senti nele uma pontinha de inveja associada a sua imensa curiosidade para definir o que havia acontecido. Possivelmente não escancarar detalhes da minha vida, me torna pra ele indefinível.
Pague para entrar e grite para sair
Era dia 27 de janeiro, 9 horas da manhã. Eu estava sentado na Praça em frente da minha casa tomando chimarrão com dois amigos, quando um vizinho, que pouco conheço, das redondezas, trouxe a noticia que ao menos pra mim, parecia um exagero ou então eu não tinha escutado direito; "Mais de 200 jovens, haviam morrido no incêndio de uma boate em Santa Maria". Não, não era aqui, pensei rapidamente com meus botões. Não podia ser aqui. Coisas desta magnitude, não acontecem por aqui no Rio Grand do Sul!..
Mais tarde em casa com a TV ligada, a constatação da mais triste realidade que assusta, que te põe à pensar nas armadilhas que a vida cria, nos erros humanos, na nossa vulnerabilidade diante disto tudo, nas cenas de terror que se montam diante de nós sem que nada possamos fazer. A morte dessas mais de 200 pessoas foi como se caísse um boeing.
E ai a gente faz transferência de dor, de culpa, por que temos pessoas que amamos e poderiam estar lá, filhos cuja as asas crescem e buscam a liberdade, que querem se divertir, que vão a festas e chegam tarde e nos vemos preocupados, em guarda, simplesmente impotentes.
Enquanto o sono não vem.
Como seguidamente acontece comigo, esta noite perdi o sono e então fiquei navegando pela Internet, o que me levou a assistir dois filmes interessantes, mesmo indo dormir as quatro e meia da manhã: O primeiro foi Clapham Junction que é sobre a experiência de 36 horas na vida de alguns homossexuais masculinos em Clapham, ao sul de Londres, e sobre as consequências quando suas vidas se cruzam. (Clapham Junction é o nome da estação de metrô em Londres). Escrito por Kevin Elyot, e digido por Adrian Shergold, o filme foi feito em 2007 para a televisão britânica, posteriormente repetido em 2009, e mais tarde lançado em DVD na Região 1.
O segundo filme, também produzido para a TV em 2000, só que francesa, conta a história de Laurent, um rapaz gay de vinte e três anos que divide o apartamento com sua melhor amiga. Assumindo sua preferência sexual por rapazes, esconde apenas dos seus pais, de educação rígida e preconceituosa, que ignoram a sua homossexualidade. Para seus pais, Laurent é o filho modelo e usa a sua colega de casa para esconder sua preferencia sexual. Mas essa dupla identidade torna-se insustentável quando Laurent se apaixona por outro jovem, que não aceita viver este amor na clandestinidade.
Mais de 6,3 milhões de franceses viram "Juste Une Question D'Amour", transmitido pela France Télévision. Ambicioso e corajoso, este filme foi o primeiro a romper o tabu da homossexualidade na televisão francesa, abordando os temas da homofobia, da saída do armário, da aceitação de si mesmo. O filme trata do amor com sensibilidade, respeito e inteligência e serve de ensinamento para qualquer um independente da sua sexualidade.
Assim não dá, dói no bolso!
Algumas semanas antes de viajar, fui cercado com telefonemas, visitas, seduzido com passeios, mas resisti bravamente me negando a proposta de dar beijinhos e trabalhar somente por amor. Eu já esperava que tudo iria mudar de figura depois da minha contra proposta e que o silencio seria estabelecido como resposta final.
Como diz o meu colega de trabalho; Tem gente que gosta de um cuzinho, mas na hora que é chegado a sua vez de virar, o papo é outro e o silencio impera no ar. Ora nos dias de hoje, não é possível fazer exceções e viver de amores incondicionais, já que todo mundo tem contas para pagar. Passado mais algumas semanas tudo voltou ao normal.
Como diz o meu colega de trabalho; Tem gente que gosta de um cuzinho, mas na hora que é chegado a sua vez de virar, o papo é outro e o silencio impera no ar. Ora nos dias de hoje, não é possível fazer exceções e viver de amores incondicionais, já que todo mundo tem contas para pagar. Passado mais algumas semanas tudo voltou ao normal.
Transgressões.
Ontem de noite, assisti Fellini naquelas tipicas películas em branco e preto que me faz voar inversamente pelo tempo, descer por canos subterrâneos e sair em lugares inimagináveis. Fellini sempre fez isto comigo, é minha transgressão, e eu tenho muitas transgressões.
A foto de cima, é uma cena imortalizada do filme "La Dolce vita", onde Anita Ekberg, vive o papel de uma atriz americana de passagem por Roma. Seu banho no Fontana de Trevi, também não deixa de ser uma transgressão.
O QUE MUDA, É QUEM PREFERENCIALMENTE LEVAMOS PRA CAMA.
A homossexualidade ainda é vista como um desvio da personalidade e atribuída a ela uma certa banalização por parte das pessoas, surpreendentemente inexplicável nos dias de hoje. Como se ser gay, excluísse o individuo de ser uma pessoa normal, séria, responsável, comum como todos os outros indivíduos e isto possivelmente deve ter forçado muita gente a se manter no anonimato ou se camuflado no armário, por não aceitar esta forma diferenciada com que são tratados. Tomo como exemplo algumas situações:
Numa festa de final de ano, no meu trabalho, um colega assumidamente gay, era pressionado pelas pessoas presentes a se "soltar"; Era esta a expressão que usavam e dirigiam a ele. Se soltar talvez significasse para eles, chamar a atenção, dançar como se estivesse fazendo um show, para que todo mundo achasse engraçado, como se gay tivesse a obrigação de alegrar uma festa, tornando-se uma especie de entretenimento. Apesar do colega dizer que estava à vontade e se divertindo, as pessoas o pressionavam e insistiam para que ele se "soltasse".
Num outro evento festivo de trabalho, uma colega que vendia convites, tentava convencer as pessoas a compra-los dizendo, que eu também iria e levaria comigo meu suposto namorado, despertando nelas não o interesse pela festa, mas a curiosidade de um fato incomum e assim abrindo precedência para gerar comentários maldosos e preconceituosos.
Uma outra colega ao trocar uma blusa sem pedir licença na minha presença, justificou sua atitude dizendo em seguida: Há não tem importância ele é quase uma menina.
Fatos como estes, são lamentáveis e só provam a imaturidade das pessoas diante das mudanças que acontecem na sociedade, no mundo, nos indivíduos, pois alardeiam demais e provam que estão longe de aceitarem e respeitarem as diferenças. Ser gay, a o meu ver, não faz uma pessoa mudar de sexo ou transforma-la num fantoche de entretenimento, muito menos numa especie de chamativo para forçar a venda de ingressos. Vai custar muito as pessoas entenderem que o que muda realmente é quem preferencialmente levamos pra cama, só isto.
Num outro evento festivo de trabalho, uma colega que vendia convites, tentava convencer as pessoas a compra-los dizendo, que eu também iria e levaria comigo meu suposto namorado, despertando nelas não o interesse pela festa, mas a curiosidade de um fato incomum e assim abrindo precedência para gerar comentários maldosos e preconceituosos.
Uma outra colega ao trocar uma blusa sem pedir licença na minha presença, justificou sua atitude dizendo em seguida: Há não tem importância ele é quase uma menina.
Fatos como estes, são lamentáveis e só provam a imaturidade das pessoas diante das mudanças que acontecem na sociedade, no mundo, nos indivíduos, pois alardeiam demais e provam que estão longe de aceitarem e respeitarem as diferenças. Ser gay, a o meu ver, não faz uma pessoa mudar de sexo ou transforma-la num fantoche de entretenimento, muito menos numa especie de chamativo para forçar a venda de ingressos. Vai custar muito as pessoas entenderem que o que muda realmente é quem preferencialmente levamos pra cama, só isto.
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