Fruta bichada.

Já aconteceu de você olhar para uma fruta de aspecto saborosa pendurada no galho de uma arvore, ao alcance da mão e de repente perceber que algo esta errado, olhando melhor, descobrir que a fruta está bichada? Pois foi o que aconteceu ontem, quando conheci Felipe, não valia o trabalho de ser arrancado pelo menos por mim.

Soltando as correntes.

Mais uma fase se fecha sem dores e sofrimentos, com a possibilidade de abrir outras. Eu pareço ter me equilibrado com os aspectos positivos e negativos que a vida tem me apresentado, aliado a certas exigências da idade, que me tornou mais seletivo e precavido e em busca essencialmente da uma maior qualidade de vida afetiva. Migalhas de pão, correntes e nós, não possuem mais espaço na minha vida, alias, já perdi muito tempo arrastando minhas próprias correntes pra agora arrastar a dos outros. Liberdade, mesmo com os seus riscos!..

A Lua é a mesma.

Nossas revelações pessoais algumas vezes são importantes e necessárias para que nos redefinamos perante a vida e por vezes são recebidas como uma noticia natural ou um evento de grandes dimensões e alardeadas na medida dos preceitos morais de cada um que a recebe e eu percebi que dado o tiro inicial  da largada para isto, deve-se valorizar as pessoas que agem com a naturalidade dos fatos e como se nada tivesse mudado, porque afinal, lembrando das sabias palavras de minha avó: A Lua pode apresentar vários formatos, mas é a mesma no seu tempo e espaço e assim tenho encontrado muitos falsos liberais por esses caminhos.

Cha com bolachas.

Não, não importa os equívocos que a vida nos apresenta e olha que são muitos,  pois o importante é dar a volta por cima com os recursos necessários que se tem a mão e nessas horas os amigos são de extrema  importância,  mesmo que para tomar apenas um chá com bolachas e falar da novela das nove.

Ocidente.

O mundo pode ser pequeno, Porto Alegre ainda menor e em se tratando do Ocidente então, nem se fala. Ontem conheci um cara muito simpático na portaria do Ocidente, enquanto comprava o ingresso e depois nos reencontramos no bar onde ficamos conversando na beira do balcão, apreciando uma cerveja bem gelada.
Conversa vai, conversa vem, acabamos descobrindo que alem dele ser um ex morador do bairro onde eu atualmente moro, ele foi namorado de um conhecido meu, que viajará comigo, no final do més para Nova Iorque. Entre tanta conversa agradável e descobertas, começamos a cantarolar musicas do Chico que ele demonstrou ser um fã incondicional.
Breno é uma simpatia e disse uma frase talvez nem percebida por ele, durante a nossa conversa, mas que me fez reforçar a sua grandeza como pessoa assumida na sua, na minha, na nossa diferença: "Somos o que somos e não temos que ter vergonha disto". A noite correu rápida e agradável sob o som dos DJs Mau Mau e Maurício Lopes. Depois de quase me esvair em suor, ufa, retornei pra casa.

O meu primeiro crime.

Eu saia de Recife, inundada pelas águas, para encontrar voce numa cidade próxima e protegida da catástrofe já aguardada,  então começamos a caminhar pelas ruas estreitas, voce carregando sacolas dentro de sacolas que me deu para segurar e um carinho de bebe amarelo que empurrava e chamava a atenção de todos que cruzavam por nós.
Entramos numa loja para comprarmos coisas que voce achava necessário para a nossa viagem e eu não. Desconfiei do seu olhar que parecia tenso esconder algum golpe sem o meu conhecimento.
O homem gordo que nos atendeu, passou mal enquanto falava com voce, sendo amparado por outras pessoas que surpresas repetiam entre si: "Olha, é um carrinho amarelo, um carinho totalmente amarelo!.." enquanto nós, aproveitando o borborinho, nos afastávamos já a certa distancia, com a pressa de quem foge de um crime. O que estávamos fazendo, que crime cometemos?..
Atravessamos ruas abraçados e depois deslizamos por uma piramide gigantesca de ladrilhos de cerâmicas coloridas. Voce machucou o dedo, enquanto deslizava, que eu fiz questão de chupar, para limpar a ferida, deixando voce meio tímido com a minha atitude.
Do outro lado da rua, um velho e uma criança de mãos dadas, nos observavam surpresos por estarmos abraçados e sorridentes. Possivelmente assistiram eu chupar teu dedo com certo prazer e cumplicidade. Eu não sei para onde íamos e o que pretendíamos fazer das nossas vidas.

Devo confessar:

Eu sofro muito quando me perco das pessoas que amo e isto é inevitável pois cada um segue seu caminho na direção de seus interesses e depois retorna (ou não). Isto faz parte do processo de renovação pessoal de cada individuo na procura de seu crescimento, isto é uma regra, que eu também por vezes sigo e não me dou por conta. Mas eu também estou aprendendo a lidar com este sentimento de minha absoluta responsabilidade para promover mais aceitabilidade nestes processos naturais que pra mim as vezes tem outra conotação. Tenho de aprender a ter sentimentos menos egoístas. E não é somente eu, um amigo mineiro me relatou ter tido os mesmos sentimentos nesta semana.

O lugar mais lindo do mundo.

Encontrei Iracildes na entrada da vila, ela mantinha seu largo quadril, que tanto tem orgulho. Me achou mais gordo, já que me conhece de um período onde eu era magro e jovem. Para puxar mais conversa, eu disse que vi seu ex marido, bonito, numa das ruas do Jardim Ipê, próximo da Barão do Amazonas. Ela me confidenciou que nunca mais o viu depois da separação e ter descoberto que ele era ex agente secreto da CIA. Me convidou para subir o morro e colher alfaces. No caminho grandes guindastes colocavam o telhado de uma igreja em construção e que inexplicavelmente tocavam seus sinos. Cruzamos por trilhas onde o acesso era tão ingrime que mal podíamos ficar de pé. No cume do morro, entramos numa caverna forrada de grama verde orvalhada pela umidade da noite. Senti desejo de fazer fotos do lugar, mas meu celular estava literalmente desmontado dentro da pasta. Naquele momento pensei estar no lugar mais lindo do mundo do qual não podia registrar para mostrar aos amigos.

Pra que veio?

Sid veio no momento certo em que decidi arriscar e ser impetuoso. Não sei quanto tempo irá ficar, talvez o tempo necessário das novas descobertas, das urgências e outras trocas, não sei, não dá para prever o futuro e suas exigências!.. A vida é uma grande prova.

PROIBIDO PROIBIR.

Para os que faziam planos junto de mim, na minha vida, devo dizer que eu já os tinha, porém não esclarecidos e estabelecidos, mas intuitivos e descobertos agora com a ajuda de conselheiros que tentei odiar enquanto me esperneava de dor, mas que também não foi possível, pois a verdade é imperativa. Por vezes é fácil e noutros momentos muito complexo, viver neste mundo que agora me parece tão pequeno e fugaz, diante das minhas perspectivas de vida. Acho estranho esta clareza de não me mentir, de não me abster do que antes considerava proibido. Nada mais é proibido, nada mais.

Que Deus o tenha.

Um amigo meu, inexplicavelmente temia ser morto pelos pés. Sempre que se preparava para dormir tratava de protege-los com almofadas, cobertas grossas e assim não ser surpreendido por algum ataque, enquanto estava entregue ao sono. Soube mais tarde que ele morreu de hemorragia cerebral num quarto de hospital, por sorte não foi pelos pés como ele temia, que Deus o tenha. 

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...