Tá faltando elementos...

Resolvi sair para almoçar fora, por indisposição de fazer algo para comer  em casa e também para prestigiar um bar-restaurante reinaugurado por amigos próximos. Tudo era muito simples; (decoração, comida, atendimento),  até por que entendo, que a reestruturação de um negocio, requer um certo tempo para  se afinar as necessidades locais e atrair  clientes afins, mas eu fiquei pensando com meus botões; faltava alguma coisa a mais, que não era  a  simplicidade do ambiente ou da comida oferecida, mas  algo que só percebi minutos depois, sentado em volta da mesa observando-os enquanto almoçava. Era disposição, alegria, e outros atrativos necessários que nem todo mundo tem para oferecer. Quando se lida com o público, simpatia, atenção e qualidade no serviço, por exemplo, são elementos fundamentais e  fazem  a diferença para atrair clientes e fazê-los retornar.  As pessoas que trabalhavam no bar pareciam completamente desmotivadas, andavam em camera lenta, dando a impressão de que não sabiam oque estavam fazendo ali, bocejavam. Olha, se não fosse o  bate papo  forçado por mim, com a menina que fazia os pedidos, eu morreria de tédio e isto que eu a conhecia de longa data.

Mal entendidos

Nunca acreditei que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, senão seriamos culpados por tantos contrapontos que acontecem a nossa volta, assim como atitudes geradas por mal entendidos que passaríamos o resto da vida tentando corrigir  ou defender nossos atos mal  interpretados por quem nos cercam, e consequentemente alguns  desajustes que causamos involuntariamente nos sentimentos e intenção das pessoas. Isto produziria uma eterna luta em nome de uma responsabilidade  que talvés não tivéssemos. Mas será que somos também responsabilizados pelo que falamos, uma vez que nossas palavras, gestos, atitudes fazem parte de um kit atribuído a uma impressão nem sempre verdadeira  do que somos e de nossas intenções? 
Devo dividir as responsabilidades em cinquenta por cento para quem fala e mais cinquenta para quem ouve, ou não devo dividir nada me abstendo deste complexo mecanismo moral de somos feitos? As vezes não é necessário nem abrir-mos a boca para que sejam construído conceitos erróneos a nosso respeito, e eu que o diga!..
Ontem uma amiga sentada no restaurante ao meu lado, disse ter convidado um outro amigo  para compartilhar daquele momento agradável e que se tratava de uma pessoa muito bacana, morador a poucas quadras de onde estavamos.  Minutos depois ele apareceu sentando a nossa mesa e elogiando o lugar do qual não conhecia, o clima,  a noite, enfim... Era uma noite realmente quente e isto favorecia a um agradável papo descontraído à três, à quatro, à cinco, regado a um chopp gelado e a musica que tocava  ao fundo, se não fosse o cara partir para ataques de sedução contra minha amiga dando a impressão de que  só estava ali por esta razão e que foi convidado por  segundas ou terceiras intenções produzidas por sua equivocada ideia de que tudo poderia ser um subterfúgio.
Passado mais algum tempo, tudo foi se transformando numa situação de constrangimentos: Ele persistindo na impetuosidade sedutora, ela tentando mostrar o mal entendido e eu a procura de uma forma de cantar para subir e dar-lhes espaço para que as coisas fossem resolvidas da forma mais civilizada possível.
O jeito foi arranjar a velha desculpa: -Vou até o banheiro e já volto!.. Quando retornei, ele já estava se encaminhando em direção a porta de saída sem a preocupação com despedidas.
Se Saint-Exupéry pudesse ler este post, talves se perguntasse: -Mas o que tem a ver esta historia com  minha frase  filosófica? Eu diria:  -Nada, nada a ver, por que tem coisas que não tem nada a ver mesmo, são apenas mal entendidos!

Beijos

Ontem entre amigos, falavamos sobre beijos e eu me lembrei desta cena que tanto me emocionou no final do filme "Cinema Paradiso". Pra mim é a mas pura tradução da sensibilidade e quando  a assisto, não deixa de produzir em mim, aquela conhecida sensação de nó na garganta sem que eu tenha uma explicação lógica para isto, afinal são simplesmente beijos!.

Por que eu não gostava dos Beatles:

Assisti um vídeo antigo sobre os Beatles e isto me reportou a alguns anos quando comecei a me interessar por suas musicas. Era 1969 e eu deveria ter uns onze anos de idade. Soube da existência deles através de um  jovem que se  chamava Marinho (era assim que o chamavamos) e que o pai recem chegado dos Estados Unidos  lhe presenteara com um disco. Eu não gostava muito do cara que parecia arrogante, pretensioso e metido a filhinho de papai, talves eu sentisse ciumes de sua posição sócio economica superior a minha e da influencia que causava entre o grupo de amigos que praticamente o veneravam com um ser superior. Beatles me lembrava Marinho e Marinho era tudo que eu não aceitava, ou queria desesperadamente de popularidade para mim. Desta forma levei muito mais tempo a aceitar os Beatles. O disco era "Sgt. Peper's", lançado em 1966 e que só chegou em minhas mãos, muitos anos depois. 
Quando se é pobre e tímido, as novidades custam mais a chegar ate nossas mãos e ainda agregado a sentimentos de inferioridade e inveja, geram preconceitos que pesam sobre nós e que só mais tarde temos coragem de repensar e assumir publicamente.

O sorriso da guerreira.

Na quarta à noite encontrei Ada na festa de aniversário do filho de uma amiga e cada vez que a encontro, admiro-a mais por sua força e coragem no enfrentamento de seus problemas que não são poucos. Por vezes me pergunto se eu teria a mesma alegria, coragem e energia que ela disponibiliza para viver a vida e manter seu sorriso luminoso. 
Algumas mulheres como ela, possuem esta marca registrada parecendo predestinadas a uma força e paciência maior que a dos homens; Força talves originada de sua própria condição de mulher que se fez guerreira, que aprendeu a driblar as próprias dores numa alegria fundamental  e  ainda serve de exemplo à muitos. Infelizmente quando voltei para casa já era madrugada, dia de seu aniversário e esqueci de abraça-la e lhe dizer estas palavras.

Como nos tempos de guri

Durante a tarde  quente de ontem, desabou uma chuvarada sobre a cidade com direito a granizo de campanha, transformando todo o panorama comum de Porto Alegre em algo raro de ser visto. As pedrinhas de gelo colidiam com força contra as paredes da ambulância, dando a sensação de que a transformaria num coador de chá ambulante. O ruído por vezes era assustador. 
O tráfego de veiculo praticamente parou na movimentada avenida Ipiranga, cuja a visibilidade ficou completamente comprometida por uma neblina que dificultava  de se enxergar meio metro à frente. Estas coisas me fazem lembrar de meus tempos de guri e se não estivesse no horário de  trabalho, uniformizado "coisa e tal", arriscaria um banho de chuva como naqueles tempos. De qualquer forma me contentei em  apenas molhar uma das mãos e passar sobre rosto.

Verborréias

Durante o jantar de confraternização de fim de ano com pessoas de bons costumes, tudo ia perfeitamente suportável, até um pai de familia presente comentar o seguinte: 
-Os homossexuais existem entre nós e a gente nunca sabe quem é quem. Precisamos aceita-los por que daqui um  pouco, não nos damos com mais ninguém nesta vida e eles são gente boa!
O preconceito fica absolutamente claro, não só quando uma pessoa dessas abre a boca para vomitar um monte de asneiras acreditando estar dizendo uma grande verdade, mas quando os que estão a sua volta se silenciam com o nobre ar de quem  não se importa com o que está sendo dito, mas no fundo consentem e endossam calados estas verborréias.
Não pude me calar diante disto e antes que ele mudasse o foco do tema, enumerei uma lista de situações  morais negativas, que independe de genero, orientação sexual e cor de pele das pessoas  que vivem entre nós causando  todo o tipo de destruição nos conceitos de educação e moralidade; Ele entendeu ao que eu me referia. 
Quanto ao fato de aceitar os homossexuais para não se sentir isolado, resolvi me abster de  formalizar mais opinião para não  aumentar ainda  mais o caldo da sopa e estragar o prato principal da festa. 

Demarcando território

Cheguei em casa precisando fazer mudanças, mudanças visuais, estruturais, em alguns detalhes da minha casa. Trocar os moveis de posição, colocar cortinas nas janelas, pendurar quadros nas paredes, recompor todo o ambiente, mesmo sabendo dos transtornos que causariam estas mudanças em se tratando de um apartamento com pouco espaço. 
Já faz quase um ano que me mudei e ainda não pendurei os quadros nas paredes. Deixei-os amontoados num cantinho da sala com a espectativa futura de  estudar o local ideal e..., acabo esquecendo; Fico me perguntando quando encontrarei tempo e vontade de posiciona-los no devido lugar cada vez que os vejo. 
Me disseram que isto é um sinal de desapego, uma forma de prorrogar laços inibindo  possiveis afetos, uma vez que  imprimimos sentimentos e identidade aos objetos que adquirimos. Lembro de minha avó arrumando seu vaso de porcelana sobre a mesa da sala, quando alguém tirava-o do lugar ou colocava-o numa posição diferente, ela dizia que não era a sua mesa, voltando a reposiciona-lo como ela gostava que ficasse. -Aqui é o seu lugar, não gosto que ninguem mexa! -Dizia pra si mesma. 
Acho que somos animais parecidos  com os cachorros que demarcam territórios, eles dando mijadinhas pelos cantos da casa e nos ajeitando objetos que nos despertam emoções  e criam  nossos espaços de conforto pessoal. Eles devem ficar nos lugares escolhidos por nós, no angulo de nossas escolhas, ancorados numa complexa referencia pessoal e estética.
Hoje é Sábado e fui convidado à alguns compromissos que abri mão para ficar em casa. Preciso terminar o livro que iniciei ler e ainda não terminei. Tenho de me decidir sobre muitas coisas e inclusive sobre os quadros antes de começar a mijar pelos cantos da casa demarcando meus territórios. Antes de tudo preciso encontrar o local certo, o angulo perfeito, por que quadros não se coloca em qualquer lugar, precisa ser pensado antes de ser pendurado!..

O presente.

Enquanto houver Natais e fins de ano com festas de "amigo secreto", a vida será um inferno com direito a todos os transtornos de humor à beira de um ataque de nervos, foi o que pensei durante a tarde de hoje na cansativa missão de comprar o presente de minha amiga secreta, depois fui me harmonizando.
Bem, ela foi clara em suas sugestões: Cadeira de praia, chinelos numero 37, copos ou taças que não especificou se de vinho branco, tinto ou água. De qualquer forma, não era nenhuma destas opções que eu estava disposto a presenteá-la, já disse que acho as listas de sugestões limitadoras e queria algo mais personalizado, que se parecesse com ela, mas logo percebi da dificuldade que seria pois o preço estipulado pelo grupo em vinte reais, impossibilitava qualquer investimento mais apurado as sutilezas da criatividade e criatividade hoje é caro e requer maior disponibilidade de tempo e disposição que eu não tinha. Além destes dilemas, a tarde parecia das mais quentes e as lojas estavam tão cheias, que pareciam estarem distribuindo produtos de graça. Depois de vasculhar a primeira, a segunda, a terceira, a sexta loja, dei o braço à torcer. Vai os chinelos que encontrei na terceira com direito a troca se a presenteada não gostar. Retornei e fechei negocio.
Tem coisas que só acertamos quando não planejamos e surgem ao acaso, sem compromissos, sem pressa, sem indisposição. Espero que ela goste, por que eu fiquei na dúvida!..
No domingo à noite saberei!..

A propósito

Ontem encontrei o Clodoaldo na saída do hospital, sorrindo em minha direção.
-E esta forma de !..  -Disse referindo-se ao meu excesso de peso.
-De barril?, é  excesso de sexo!  - completei sorrindo.
-Sexo oral?  - Perguntou-me baixinho e depois gargalhou.
-Sim, não tenho habilidades com coisas duras, não sou traumatologista!  - finalizei também baixinho e gargalhando.
Mesmo parecendo um dialogo sarcástico e desrespeitosos, considerei  como um suing para estimular nossas testosteronas. Isto prova de que não é o que se diz que ofende, mas como se diz!

Sentença matemática

Alguém me cochichou no ouvido, que são as relações que movem o mundo, todas as relações num ciclo pessoal ou global e eu fiquei pensando que gosto desta palavra, embora toda a complexidade conceitual que me provoca cada vez que a ouço ou a pronuncio.
As relações pessoais vão se modificando com o passar do tempo e me causando surpresas que parecem não terem  explicações lógicas. Talves tenham mas eu não tenho saco pra pensar nisto agora.
Será que tudo é um jogo do tipo: Causa e consequencia?..
A única certeza que tenho é que (1+1 não é = 2), se fosse explicaria a razão de pessoas que estavam a quem de minhas verdades perecerem tão próximas, ao contrario das que estavam tão próximas se manterem tão distantes.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...