PRAIAS DE VIAMÃO.


PRAIA DA VARZINHA:
Era 26 de Setembro, um Domingo nebuloso e de sol tímido sobre a cidade, quando Carlos Stail e eu, decidimos fazer um passeio pelas praias de Viamão. Aguardei-o sair do plantão, almoçamos em sua casa e de lá partimos em  direção as praias da Velha Capital, em particular a PRAIA DA VARZINHA que eu tinha curiosidade de conhecer a poucos quilômetros de Poa. 
A Praia da Varzinha é uma praia localizada no litoral norte da Lagoa dos Patos, no município de Viamão á 65 quilômetros de Porto Alegre.
 


COMO CHEGAR:
O acesso se dá pela  Estrada de Itapuã, em frente ao Restaurante da Vó, que fica ao lado do Posto Ipiranga á uns 12 quilômetros de estrada de terra. 
Neste dia a estrada, estava um pouco judiada por não estarmos no período de veraneio, mas nos mostrou paisagens exuberantes, como planícies e morros, cuja a beleza nos chamava a atenção o tempo todo, motivo pelo qual, parávamos o carro para admirar e fotografar. 
Os vastos campos verdes, onde o gado solto pastava á beira de açudes e algumas propriedades rurais, eram dignas de fotos de cartões postais. 
No caminho tem o Alambique e Restaurante Fraga que alem de vender produtos coloniais, oferece almoço e (churrasco nos fins de semana). Embora fosse convidativo, não paramos em função do pouco tempo que tínhamos  disponível.

  
Tivemos acesso á praia pelo Camping da Varzinha - "Quiosque do Richard", que exibe uma placa na entrada com os valores dos ingressos para quem deseja passar o dia.
Motocicletas 15,00 - Carros de passeio - 30,00 e caminhões 40,00. Evidentemente como estávamos fazendo uma visita rápida ao local, o administrador do Camping não nos cobrou ingressos e ficamos observando um grupo de jovens praticando Kitesurf - um esporte aquático, que utiliza uma pipa ou papagaio e uma prancha com uma estrutura de suporte para os pés e a pipa presa à cintura. Sobre a água e com a impulsão do vento o esportista atinge movimentos e saltos radicais. O local é um recanto perfeito para a prática de esportes náuticos, trilheiros, um fim de semana ou mesmo uma tarde tranquila junto a natureza, como fizemos.

Praia da Varzinha

Bosque de Eucaliptos


A praia abriga uma vila de pescadores com cerca de 80 moradores fixos e com sua estrutura local simples é possível acampar em sua área de Camping, que oferece todas as condições como banheiro,  churrasqueiras e quiosques para lanches e que servem inúmeros petiscos e outros lanches tradicionais como batatas fritas e xis burguers.
Caminhamos sobre campos, plantações de eucaliptos e ainda assistimos o show de uma revoada de garças brancas à poucos metros de nós. Neste campo, que era um bosque de eucaliptos, encontramos alguns barcos ancorados. Perto da lagoa se estende ainda um braço de água ou canal, onde nos períodos de pesca as pequenas embarcações  entram e descarregam grande quantidade de peixes para o consumo e venda.
Na beira da Praia também pode se ver de longe o Pontal das Desertas, longa e estreita faixa de areia, que invade a lagoa, nas proximidades da Praia de Fora, (atualmente é proibida a visitação). Estranhamente neste dia, a água da Praia da Varzinha estava escura.

PRAIA BONITA:
Nos despedimos desta praia e decidimos visitar a Praia Bonita, mais conhecida por seus moradores e frequentadores, como Praia dos Passarinhos, nos arredores da Vila de Itapuã. O acesso à praia é por uma rua estreita de terra, na margem direita da estrada de Itapuã  em direção à reserva. Na esquina da rua existe uma pequena placa de indicação, feito à mão - num pedaço de madeira, que somente insinua a existência da praia, pois está escrito meio apagado apenas  a palavra"praia". A Praia Bonita ou dos Passarinhos é dotada de extrema beleza e por causa desses dias de chuva o nível da lagoa subiu, deixando-a mais bonita que o habitual, mostrando traços, sombras e nuances magicas sobre a superfície da água.
Esta foto é uma das mais bonitas da minha galeria. Tenho muito orgulho de tê-la feito!

Praia Bonita

Possui algumas peculiaridades como a escultura de uma árvore formada por galhos secos e sapatos velhos,  abandonados por visitantes na beira da praia, que apesar de parecer com uma estética bem humorada, também serve de alerta para a preservação e respeito ao meio ambiente. Dizem que a tal escultura com a frase "Erráticos passos do ser humano", já está por lá a bastante tempo, sem nunca ter sido depredada.

Escultura feita de sapatos na Praia Bonita

Além desta escultura, existem outras como um veículo feito de tronco de árvores velhas e pneus de caminhão pintado de azul e  preso na areia, um chifre gigante escrito sogra, uma bandeira pirata preta com uma caveira branca pintada no centro, um cata-ventos e um pequeno avião, cada um desses objetos presos num mastro e com uma frase bem humorada, do qual fiquei curioso por saber quem foi o responsável por aquelas criações.

A praia é pequena e possui um gramado verde que chega até a beira da água. Nesta tarde dois belos cavalos pastavam e um grupo de pessoas sentados em cadeiras de praia, apreciavam a tranquilidade e beleza do lugar.

PRAIA DE ITAPUÃ:
A tarde estava se indo e ansiosos por apreciar ainda mais a natureza, resolvemos fazer uma visita também à vila de Itapuã, onde fotografamos  a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Navegantes, o Parque Náutico e a beira da praia quase deserta de frequentadores naquela hora. Sentamos numa das mesas de um bar que estava fechado e tomamos um café que levamos de casa.  Aos poucos sentimos que o vento e o frio se fazia mais forte, nos dando a entender que estava na hora de voltar pra casa. Antes de entrar no carro, passamos num estabelecimento que parecia ser um tipo de terminal de informações turísticas onde um jovem nos deu algumas informações preciosas sobre alguns roteiros ecológicos no local como:

Passeio de barco ao Farol de Itapuã e Laguna dos Patos:
Duração: 2:30 a 3h. Saída de Itapuã.
Preço: 25,00 por pessoa. De 0 à 6 anos não pagam. 
6 à 12 anos pagam 1/2 ingresso.

Itapuã, um lugar mágico:
Duração 10h. Saída de Porto Alegre.

Itapuã à luz do luar:
Nas noites de lua cheia, transporte,navegação e confraternização a bordo.
Duração: 6h. Saída de Porto Alegre.
Pescaria Esportiva: Barco Cabinado.
Duração 8h. Max. 8 pessoas.
Para maiores informações: Site.

COMO CHEGAR:
A distância de Porto Alegre a o centro de Itapuã é 45km.
O caminho mais curto: Centro de PoA, Av. Oscar Pereira no bairro Glória, Estrada Costa Gama (entre os bairros Belem Velho e Restinga), Edgar Pires de Castro (bairro Lageado), passa a rótula e entrada para o Lami, Avipal, Posto de Gasolina, Marina, Itapuã.


Igreja N.Senhora dos Navegantes

Marina de Itapuã

Praia de Itapuã

Itapuã é um distrito de Viamão, que não possui condições econômicas para manter e investir em implementações maiores no setor turístico. Embora o Parque esteja sob o domínio administrativo do governo estadual, neste complexo jogo de administrações e de responsabilidades a sociedade às vezes é quem acaba perdendo por falta de informações da disponibilidade de lazer tão perto da capital.
Até o próximo passeio!

Dando de pau

Duas ou três semanas atrás quando encontrei um colega na saída do estacionamento de um hospital, ele me deixou possesso. Eu estava sentado na ambulância em que trabalho e ele no volante da outra ambulância, quando as duas ficaram lado à lado e ele gritou na minha direção, na verdade pra mim de forma debochada: _E ai Capitão Gay?.. e ainda cantarolou: _Capitão gay, gay, gay!.. O pior de tudo é que ele não estava sozinho, pois havia paciente e acompanhantes com ele que voltaram seus rostos curiosos em minha direção. Eu não pude deixar de lançar aquele olhar de reprovação, de quem fuzila um inimigo e nada respondi. Não achei que devesse naquele momento ser mais grosso que ele! Em seguida meu motorista seguiu em frente deixando-o pra traz. Hoje quando o encontrei novamente, num posto de saúde ele se aproximou um tanto arredio e me perguntou se eu estava brabo com ele, o que eu respondi que não. _Então tu és meio bipolar, pois uma hora aceitas e noutra não, as brincadeiras que te fazem! -Me disse forçando-me a uma explicação para a minha atitude daquele dia.
_Não.., eu aceito as brincadeiras que me fazem, quando sinto que são brincadeiras e naquele dia não senti que fosse isso, mas um deboche, uma forma violenta de expor publicamente aos presentes, oque tu pensas de mim eo conceito subjetivo e inferior do que pra ti  é ser um gay. De qualquer forma, também não achei que naquela hora de trabalho fosse apropriado para uma observação daquelas!
_Tá certo, então eu agora ja sei, que algumas brincadeiras, não servem pra ti. Desculpe, agora já sei! - e saiu andando.
Gente como este colega, possui uma visão rasa do mundo e das pessoas que o cercam, está sempre na defensiva, desconfiado e com uma arrogância que lhe é peculiar e o mantém na sombra de opiniões errôneas e preconceituosa sobre a vida. Do tipo que divide o mundo em bons e ruins, brancos e negros, ricos e pobres, normais e gays, e que se vê enquadrado nas primeiras palavrinhas grifadas deste rol, que estabelece valores pelas roupas, sapatos e carros que as pessoas usam e que precisa destas classificações para se orientar na própria vida, utiliza-se de falsas brincadeiras maldosamente sutis para prevenir os que estão a sua volta sobre o que ele considera  defeitos humanos e que é obrigado a aceitar para parecer moderno e bem orientado na vida. Acho que se ele não utilizasse o termo gay para se sentir numa plataforma superior a minha, utilizaria gordo ou negro, o que lhe viesse à cabeça para se sentir mais confortável sobre si mesmo e perante as pessoas que o acompanhavam. De forma alguma me senti ofendido por ser taxado de gay, mas sim com a conotação perversa e depreciativa com que colocou  sua observação. Não sei se minhas palavras serviram para que ele repensasse melhor sobre sua atitude, ou se foi apenas uma paulada em sua cabeça e que me promoverá a seu mais novo inimigo, a verdade é que não dá mais para aceitar estas pessoas que tentam afundar os outros em prol de alguma promoção pessoal para se sentirem melhores sobre as luzes de suas ribaltas sociais. Eu deveria ter lhe dito mais coisas, porém achei que seria perda de tempo, mas espero que ele tenha tirado algum proveito!


Este vídeo, que é uma pequena cena do filme "A Cor Purpura"de 1985, e que julgo ser uma pequena representação de como podemos valorizar as pessoas, não pelo que aparentam ser, mas por suas qualidades  humanas e que poucas vezes são percebida em função de nossos umbigos, artifícios e preconceitos pessoais. Para quem viu o filme, acredito que lembrará desta cena emocionante, para os que não assistiram, coloco aqui em baixo a tradução da letra deste Blue inesquecível: 
Miss Celie's Blue:
Irmã, você tem estado na minha cabeça
Irmã, nós somos duas de um tipo
Então, irmã, estou de olho em você
Aposto que você acha que eu não sei nada
Além de cantar o blues
Ah, irmã, tenho novidades para você
Sou alguma coisa.
Espero que você ache que é alguma coisa também
Lutando, eu estive naquela estrada solitária
E tenho visto muitos sóis se pondo
Oh, mas confie em mim
Nenhuma vidinha lenta vai me pôr para correr
Então, me deixa te dizer uma coisa irmã
Se lembre do seu nome
Nenhum furacão, vai roubar suas coisas embora
Minha irmã
O show não vai rolar por muito tempo (?)
Então balance suas estrelas
Irmã...
Pois querida tenho certeza que está tudo ótimo.

TUDO É JAZZ EM OURO PRETO.



A decisão de comprar as passagens não foi planejada, aconteceu num momento de impulso diante do computador, tanto que eu não lembrei dos festejos da "Semana Farroupilha" por aqui em Porto Alegre e que aconteceria o "Tudo é Jaz" lá por em Minas. Sorte minha e dos que me acompanharam!.. Eu pensava em apenas conhecer a cidade histórica e enquanto isto, me pareceu que somente assim nasce os momentos inesquecíveis, quando não planejamos, e as coisas vão acontecendo, se montando aos acontecimentos, agregando um sabor diferente, uma expectativa que só é saciada depois do feito realizado. Participaram também deste passeio: Cristina e Beto, Tânia, Rosane e eu.


Sexta-feira 17/09/2010:
voo saiu do aeroporto Salgado Filho-PoA às 6h.30min. com uma escala em Campinas e parada final no Tancredo Neves em Confins (onde locamos um carro). Foi o pulo do gato, para nós, sedentários, outros safenados, hipertensos e preguiçosos, com GPS que nos facilitou o percurso até Ouro Preto e também agilizou os passeios pelas ladeiras íngremes e ruelas no centro histórico da cidade histórica e arrabaldes.

 O JECA TATU:
Na ida para Ouro Preto, paramos na estrada algumas vezes para lancharmos, matarmos a sede e entender o GPS que parecia ser o sexto passageiro, nos orientando com voz feminina e sexy: (Mantenha-se na esquerda da pista!..Você está acima da velocidade permitida!..). 

Um destes lugares, foi o "Jeca Tatu" em Itabirito no quilometro-45 da Rodovia dos Inconfidentes, uma espécie de lancheira/restaurante com pequeno museu de móveis, utensílios antigos e muitos discos de vinil, onde comemos uma deliciosa empada de frango. 
Informaram-nos que serviam almoço, mas como chegamos tarde, só sobrou como opção uma limitada variedade de salgados.. 
A moça simpática que atendia no balcão permitiu bater uma foto sua, que eu prometi colocar aqui no Diário de Bordo, quando voltasse pra casa. Lamentei depois, não ter experimentado o pastel de angu oferecido por ela, e que mais tarde descobri ser a especialidade da casa.


O "Jeca Tatu" lembra uma espécie de rancho de beira de estrada, muito simpático, decorado também com artefatos campeiros, como carretas, arados, rodas de madeira, cadeiras antigas e um pequena capela de pedras com uma santa que esqueci de perguntar o nome.

Jeca Tatu
Descansamos alguns minutos debaixo das árvores e seguimos viagem. Logo que se toma o acesso para Ouro Preto, já se encontra pelo caminho as famosas panelas de barro e de pedra sabão, expostas nas calçadas para apreciação e venda. Tem todo o tipo de artesanato e as panelas de variados tamanhos, achei-as com preços salgados. A Tânia que sofre de compulsão por comprar, teve de ser contida para não saltar pela janela do carro. 

Chegando ao centro de Ouro Preto, já percebemos além da movimentação de pessoas pelas ruas, o trafego intenso de veículos em volta da Praça Tiradentes, o entra e sai de pessoas em lojinhas, bares e igrejas, as ladeiras íngremes e estreitas de calçamento de pedras irregulares, dando acesso à catedrais enormes, capelas, fontes e casarões em estilo barroco. A Praça Tiradentes é sem duvidas o coração de Ouro Preto, cujo o centro ergue-se um monumento à Joaquim José da Silva Xavier, cercado de prédios veículos, uma muvuca total.



ORIGEM DO NOME OURO PRETO:
O nome Ouro Preto foi adotado em 20 de maio de 1823, quando a antiga Vila Rica, foi elevada a cidade. "Ouro Preto" vem do ouro escuro, recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade.
 

TUDO É JAZZ:
Ouro Preto é cheia de acessos, curvas que se desdobram e confundem os olhos dos visitantes abrindo-se para uma pequena e surpreendente praça, com casarões germinados de janelas e portas coloridas - muitos deles utilizados como republicas estudantis.


Neste fim de semana, além do movimento habitual provocado pelos turistas, a cidade estava como esperávamos encontrar, muito mais movimentada e respirando Jaz por todos os poros, por estar sediando a nona edição do "TUDO É JAZ" evento artístico com o objetivo de promover o intercambio entre artistas internacionais e brasileiros e homenagear Louis Armstrong- ícone do jaz internacional e os 300 anos de Vila Rica - (Ouro Preto).



Outra coisa que nos chamou a atenção, foi ter notado pelas ruas, vários carros estacionados e de janelas abertas. Será que não ocorrem furtos na cidade?.. Também não presenciamos qualquer tipo de algazarra entre jovens e olha que a cidade estava cheia deles com latinhas de cerveja na mão.



O HOSTEL:
Ficamos hospedados no Hostel Brumas, na ladeira da Igreja São Francisco de Paula, pertíssimo da rodoviária. O hostel localizado no alto da ladeira é simples, de decoração colorida, com uma vista privilegiada da cidade e oferece um serviço que a maioria dos hospedes esperam, simpatia, hospitalidade e preocupação com o bem estar e satisfação dos clientes sem ostentação e luxo. Era do que precisávamos.


A tarde fomos conhecer as igrejas, museus e fontes espalhadas pela cidade e a Feira de Artesanato em pedra-sabão que vende uma infinidade de objetos decorativos e se concentra grande quantidade de turistas em busca de suvenires.


Nas proximidades da Praça Tiradentes, está a Rua das Flores e a Rua Direita. Nesta segunda, pudemos visitar a antiga residência de Tomás Antônio Gonzaga, que ocupou o cargo de Ouvidor de Vila Rica. Desembocando na Praça Reinaldo de Brito, está situada a Casa dos Contos que serviu de prisão para os inconfidentes.


A Casa dos Contos é uma das poucas construções que existe em seu interior uma senzala preservada e aberta a visitação.


IGREJA NOSSA SENHORA DO PILAR:

É a Igreja mais rica e requintada de Minas Gerais e que consumiu mais de 400 quilos de ouro e de prata em pó para ornamentar as talhas da nave e da capela-mor. Na sacristia da igreja funciona o Museu de Arte Sacra, repleto de peças do século XVIII.

IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS:

Considerada a obra-prima de Aleijadinho e um dos mais belos exemplares do barroco brasileiro, a igreja tem projeto e grande parte das esculturas assinadas pelo artista. A pintura ilusionista que cobre o teto da nave, retratando a assunção de Nossa Senhora da Porciúncula, é de autoria de Mestre Athayde. A obra foi iniciada em 1765 e concluída em 1869.

Igreja São Francisco de Paula
    

Ponte do Contos- construída em 1745.


PASSO PIZA BAR:

A noite fomos conhecer o bar restaurante "O Passo Pizza Jazz"- localizado à poucos metros da "Ponte dos Contos", na rua São José -56, do qual ouvimos inúmeros comentários positivos enquanto caminhávamos pelas ruas. O bar ocupa o segundo piso de um casarão centenário com as paredes pintadas de um marrom terracota e pinturas de efeito que lhe dão um aspecto envelhecido e nobre, junto com o assoalho de tabuas largas, muito usado no período colonial, alem disto possui uma sacada lateral, onde apresentavam-se alguns músicos de Jazz. Como tínhamos nos alimentado somente com lanches durante o dia, o Beto pediu neste bar um Bife San Telmo que consiste em: Contra file Argentino grelhado, (relativamente mal passado), com farinha do norte na manteiga, batata dourada com alho e molho chimichurri. Além da boa apresentação do prato, as batatas estavam mal cozidas, mas com certeza passaram desapercebidas quando um dos músicos do "Bendito Blues" cantou Summertime em homenagem a grande dama do Jazz Billie Holiday. Eu, Cristina e Rosane, ficamos degustando um prato de batatas fritas temperadas com alho que eram uma delícia.

    


BAR E RESTAURANTE TOFFOLO:

Localizado na rua São José- 72, ao lado do "O Passo Pizza-Jazz" e a poucos passos da Ponte dos Contos, o bar Toffolo, com aspecto de restaurantes antigo, porém simples e com pequeno recuo da calçada, que possibilita acomodar mesas e cadeiras na rua. Quando passávamos em frente, tocava musica popular brasileira da mais alta qualidade ao som de Violão, clarinete e pandeiro. 
O musico tocador de pandeiro, estava hospedado no mesmo hostel que nós, e o apelidamos de Lenine por seus traços semelhantes a o do cantor. O administrador e filho da dona do bar, um homem beirando aos 58 anos e muito falante, me confidenciou que tem preferencia pelas musicas populares brasileiras, nada de Jazz. (Temos que valorizar nossas raízes e o que é nosso, jazz é coisa de americano e eu sou antiamericano!.. - protestava). 
A comida é muito gostosa e ainda tem de aperitivo a famosa cachacinha mineira que não arde na garganta mas atrapalha as ideias. A Tânia comprovou o poder desta bebida, no ultimo dia por lá!..

Passeio de Trem até Mariana
Sábado 18/09/2010:

PASSEIO DE TREM:
No Sábado levantamos cedo para fazermos o passeio de Trem de Ouro Preto à Mariana, conforme combinamos. Eu e Rosane fomos à pé para a estação enquanto os outros se arrumavam e iriam de carro encontrar-nos, mas infelizmente chegaram depois da partida do trem



Chegamos antes das 10 h na estação e fomos os últimos a conseguir lugar, por ser um passeio muito concorrido. A viagem leva em torno de uma hora de uma estação à outra, cruzando por vales, pontes e tuneis que quase encostam nas paredes do trem, descortinando toda a bela paisagem da serra mineira. Um dos funcionários do trem, caminhava pelos vagões e nos informava sobre cada detalhe da paisagem que passavam pelas janelas.



Durante o passeio fomos presenteados, dentro do trem, com o Show do "Russo Jaz Band", um grupo de brasileiros (paulistas), formados por seis músicos que se utilizam do trompete, sax alto, trombone de vara, tuba, banjo e washboard, para tocarem músicas tradicionais americanas como dixieland, ragtime, marchas, jazz e blues, até a estação (rosada) de Mariana. Este foi um dos momentos que mais apreciei no passeio, causando a sensação de estarmos nos reportando no tempo!

O show continuou ainda por longo tempo em frente a estação de trem rosada, onde as pessoas se aproximavam e dançavam ao som da balada do jazz, que lembrava os tempos de ouro em Nova Jersey.

MARIANA:
Caminhando pelas ruas de Mariana, percebemos que é uma cidade graciosa, mas não possui tantas ladeiras quanto Ouro Preto e talvez por estar localizada num ponto mais baixo, faz muito calor e parecia abafada. Almoçamos no restaurante "Rancho Fogão à lenha" na Praça Frei Gomes 108, com comida tipicamente mineira à vontade e em seguida fomos caminhar mais um pouco pela cidade.


RANCHO FOGÃO A LENHA

Ficamos impressionados com a quantidade de igrejas que se concentram em toda aquela região. São tantas, que chega a ter uma do lado da outra, causando aquela sensação cansativa de que está se repetindo um cenário que você  viu inúmeras vezes. Mariana fica á 12 quilômetros de Ouro Preto e pode-se deslocar de uma pra outra à pé se tiver energia suficiente.

CENTRO DE MARIANA

Um fato histórico importante e que vale colocar aqui, é que no século XVII, Mariana tornou-se a primeira capital de Minas Gerais por participar de uma disputa onde a vila que arrecadasse maior quantidade de ouro, seria elevada à Cidade, sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais. A Origem do nome Mariana: foi dada em homenagem à Rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa de D. João V.



Ao final da tarde, antes de anoitecer, fizemos o caminho de volta, no carro que havíamos locado. Em Ouro Preto, o show de rua se deu por conta de dois ilustres desconhecidos (um no violão e outro no violoncelo) num palco montado sobre um palanque de rua, ao lado da igreja do Rosário. Com repertórios que passeava de Vila Lobos, Jacó do Bandolim, Gilberto Gil, Tom Jobim e outros nomes de peso, os dois músicos arrancaram emoção da platéia e andantes que por ali passavam curiosos e paravam para assisti-los boquiabertos. Voltamos para casa cansados e muito emocionados com o espetáculo à céu aberto do qual assistimos.

IGREJA DO ROSARIO - OURO PRETO


Domingo 20/09/2010:I

MINA DE PASSAGEM:
No nosso ultimo dia, pegamos novamente a estrada pela manhã e fomos conhecer a Mina de Passagem, antiga mina de ouro, que atualmente é a maior mina aberta à visitações turísticas do mundo, à 5 km de Mariana. Com 315 metros de extensão e 120 metros de profundidade e um lago natural de água azul transparente no seu interior pouco iluminado, a mina é um dos pontos altos do local e atrai turistas de todos os lugares para conhece-la. O guia nos informou da existência de outras galerias abaixo de onde estávamos e que durante as escavações, um lençol freático foi encontrado ocorrendo inundações nas galerias inferiores, formando-se o lago nas partes mais altas, atualmente propício a prática de mergulho turístico. Contou também que no passado foi retirado 35 toneladas de ouro para os europeus.



A exploração de ouro teve seu inicio em 1719 e finalizado em 1984. Em 1999 a mina foi reaberta para a exploração turística. Com tanta história ao longo de sua existência, a mina, não deve deixar de ser apreciada por quem visita Ouro Preto e Mariana.

LAGO SUBTERRANEOA EM M. DE PASSAGEM




O trajeto até a mina, se faz num pequeno trolley (espécie de vagão com bancos de madeira), puxado por um cabo de aço, usado pelos mineiros na época da exploração do ouro, a mais de 120 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 30 andares. As galerias são iluminadas e foi possível ver tudo a nossa volta, como maquinários de perfurações e de sucção da água, os salões, os veios minerais que compõe as paredes rochosas.



Ao contrario do que eu pensava a mina não é apertada, possui muito espaço onde é possível andar de pé e com um grupo relativamente grande de pessoas no seu interior. Numa das galerias existe inclusive um altar com a imagem de Santa Bárbara, a pedreira dos mineradores.



A mina conta também, a alguns metros de sua entrada, com um restaurante, o "Clube do Ouro", que serve comida mineira feito num típico fogão de pedras e barro e um pequeno museu, com exposição de objetos utilizados na extração do ouro e uma liteira do século XVIII, (espécie de transporte), pertencente ao arcebispo de Mariana. A peça está bastante preservada.


Ao final do passeio, fora da mina, o guia nos fez uma demonstração de como era feita a separação do ouro inicialmente misturado a rochas moídas é outros metais, numa bandeja de aço apropriada para este trabalho e utilizada neste processo manual.


PICO DO ITACOLOMI:
Depois de conhecer a Mina de passagem tentamos conhecer o Pico do Itacolomi, localizado no Parque Estadual do Itacolomi, nos municípios de Mariana e Ouro Preto. Com 1.772 metros de altitude, servia como ponto de referencia aos antigos viajantes da Estrada Real, com longas curvas e uma flora de encher os olhos. A palavra Itacolomi vem da língua tupi e significa "Pedra Menina" pois os índios viam o pico como um filhote da montanha.


Neste ultimo dia, não foi possível ver muita coisa, pois o dia estava nublado, dificultando a visibilidade do pico, além do que, chegamos muito tarde para solicitar uma visita guiada. Ficamos somente nas proximidades de um lago e no morro das antenas.


Voltamos para o hostel frustrados com este ultimo passeio que não deu certo, mas muito satisfeitos com os outros que deram e aprendemos muito sobre a história do Brasil- Ciclo do ouro e daquela região. No frigir dos ovos, foi um fim de semana inesquecível que com certeza nos causará saudades e grandes gargalhadas quando sentarmos para relembrarmos.


Na ultima noite em Ouro Preto, nos despedimos da cidade com um ultimo jantar no Restaurante Toffolo, onde conhecemos sua proprietária, para depois seguirmos de carro, até o aeroporto de Confins. Acidentalmente o grupo se dividiu, pois não conseguimos voo para todos no mesmo horário. Voltamos em aeronaves diferentes. 
Chegamos todos bem em Porto Alegre, cansados, com muitas histórias para contar aos amigos e também saudosos das ladeiras, igrejas, casebres centenários e a vida noturna de Ouro Preto que é muito boa e animada. 

BAR RESTAURANTE TOFFOLO

Algumas dicas importantes: 
A o passear por Ouro Preto, use roupas confortáveis. Use calçados baixos e aderentes para andar nas ladeiras ìngremes e resvalantes de Ouro Preto. 
Durante o dia faz calor, mas a noite a temperatura cai.
Para visitar os espaços turísticos, fique atento ao horário de funcionamento, muitas atrações não abrem às segundas-feiras. Em algumas, há cobrança de ingresso e não é permitido o uso de câmeras fotográficas e filmadoras.
Taxis:
O serviço de táxis por lá, parece comunitário. Varias pessoas compartilham o mesmo veiculo e é cobrado uma taxa única para cada passageiro.

Compras de artesanato:
O souvenir típico de Ouro Preto, é o artesanato em pedra-sabão, encontrado nas principais feiras da cidade: O Largo de Coimbra e da Associação dos Artesãos de Ouro Preto (Avenida Padre Rolim), que funcionam todos os dias.
Lugares para comer: 
São muitos espalhados pela cidade, mas eu recomendo: O Passo Pizza Jazz- Rua São José 56/andar-1.
e o Bar Restaurante Toffolo- Rua São José 72 que faz mais o meu estilo.

Passagem de trem Ouro Preto/Mariana: 
Ingresso: R$22,00 à partir das 10 h e somente nos fins de semanas e feriados.
Mina de passagem: 
Ingresso: R$24,00

Restaurante em Mina de Passagem:
R$ 22,00 comida mineira-bife livre
R$ 26,00 comida mineira-bife livre+ sobre mesa.
R$ 29,00 comida mineira/bife livre+ Churrasco.


O que deixamos de visitar e ficará para um nova oportunidade:
A cidade de Tiradentes, 
Os doze profetas em Congonhas, 
A mina do Chico Rei
Cemitério afro da cidade.

Até o próximo passeio gente!

Foi o Vinte de Setembro..




Foi o Vinte de Setembro o precursor da Liberdade!...

Se não ganhamos a guerra, ganhamos o direito de fazer a festa! Mas eu particularmente não me ajusto a festa, as comemorações tradicionalista das minhas origens, então devo buscar o que me convém: Tudo é Jaz - Ouro Preto - Minas!. A nona edição aconteceu neste fim de semana com a participação de varias expressões do Jaz internacional e muita canja musical nas ruas, bares, escadarias de igrejas, onde era possível expressar e dividir musicalidade de bom gosto, comida e bebida do jeitinho mineiro.

Para onde vão algumas pessoas?

"Os bons vão para céu, os maus para o inferno, mas os aventureiros para qualquer lugar!.."
Hoje li na pagina de um blog, esta frase que achei interessante.  Isto dá aos aventureiros a possibilidade de conhecer e portanto fazer escolhas, de certa forma, uma liberdade que se difere dos demais.

Algumas coisas que damos o nome de coincidência

Tem coisas que não temos explicação nesta vida e então por pura preguiça ou comodidade intelectual, damos o nome de "coincidências".
O fato é que nestes dias, me tem chegado as mãos "coincidencidentemente", alguns filmes com temas espiritualistas para assistir, sem que eu os tenha escolhido.
Primeiro foi "Minha vida no outra vida" que assisti na casa de uma amiga na Sexta- feira de tarde e que me deixou constrangido por ter me deixado com aqueles nós insolúveis na garganta depois de ter acabado o filme. Cafés e mais cafés e o nó perssistia!
No Domingo à tarde, "As Cinco Pessoas que você encontra no Céu"_ pela Ulbra TV, durante o plantão com meu colega e que mesmo tentando disfarçar, não consegui esconder os olhos vermelhos. Hoje ele retirou de sua pasta o DVD com o filme, "Chico Xavier"que de todos, menos mexeu com minhas emoções, mas tambem não deixou em certos momentos de me balancear e levantar certas questões.
Se não fosse pela minha insistência em acreditar nas "coincidências", eu diria que a vida está tentando me aprontar algo!..

As Cinco Pessoas Que Você Encontra No Céu.


Com título sugestivo e por isto causando certa curiosidade, o filme conta uma história para nos fazer refletir sobre o verdadeiro significado de nossa existência. As Cinco Pessoas que Você Encontra no Céu, conta a história de Eddie, o mecânico de um parque de diversões que morre no dia de seu aniversário de 83 anos, tentando salvar uma garotinha.
Imerso numa rotina de trabalho e solidão, ele passou a vida se considerando um homem fracassado. Ao acordar no céu, encontra cinco personagens inesperados que lhe mostram o significado e a importância de sua vida sobre algumas pessoas com quem ele conviveu. Independente de qualquer apelação espiritualista que o filme possa sugerir, ele é uma lição de vida, pois frequentemente nos sentimos frustrados, impotentes e sem a importância que gostaríamos de ter. Nos faz lembrar que vivemos numa ampla teia de ligações inexplicáveis e que ainda assim temos o poder de mudar o destino dos outros, com pequenos gestos muitas vezes pouco valorizados.

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