SEMPRE TEM ALGUÉM QUE NOS VIGIA DA JANELA.


Se cria na gente, um estado de excitação muito grande, ao roubar uma imagem sem pedir permissão, sem que a pessoa veja que está sendo fotografada. Roubar no bom sentido, o que às vezes funciona, noutros momentos não!..
Tu tá de bobeira, em algum lugar público, com uma câmera fotográfica na mão, que chama muito a atenção, ou com o celular e de repente surge a imagem na tua frente pronta, te pedindo para ser registrada. Então tu corre contra o tempo, liga a câmera, arruma o foco, verifica ângulos e a o mesmo tempo, tenta não ser visível ou pelo menos discreto, para não ser descoberto na invasão.
Mas daí é que vem aquela pergunta: O que é de domínio publico ou privado, quando se está numa rua, cercado de centenas de outras pessoas em atitudes comuns?.. 
O certo é que sempre tem alguém, que discretamente nos vigia na multidão ou de alguma janela!.

MEDO DE MORRER PELOS PÉS.

Já devo ter falado aqui no blogue, que existe três coisas que gosto de fazer, viajar, fotografar e contar histórias. Então vou contar uma que lembrei agora: Um amigo que já partiu deste mundo a alguns anos, sempre teve medo de morrer pelos pés. Dizia pra mim, que deitaria na cama, com os pés apoiados sobre travesseiros, na direção de uma janela entre aberta e algo, uma força desconhecida, tragaria seu corpo por inteiro, começando pelos pés. Pensava nisto com alguma frequência e acreditava nesta fatalidade, que fazia-o se prevenir, dormindo sempre com os pés encolhidos e protegidos pelas cobertas. Vai saber!..


Quando soube de sua morte, alguns anos depois, pensei nesta história, mas logo fui informado que tivera um AVC, num quarto de hospital, onde permaneceu por três dias e depois sucumbiu. Também fiquei pensando se no momento em que tentava convalescer da doença, poderia estar com os pés desprotegidos e na direção de alguma janela.

A COR DESTA CIDADE SOMOS NÓS

foto by  Eurico Salis
A cor desta cidade é cinza, uma mistura de todas as cores vibrantes que já não enxergamos mais. Sua voz é o ruido dos motores, dos buzinaços, das freadas, xingões, tiros, dos vendedores ambulantes gritando, de gente falando alto ao celular, chorando baixinho, uma profusão de sons e cores que produz sua própria identidade.
A gente também contribui e faz parte disto, na intenção de ser ouvido, de ganhar um voto de atenção que é rapidamente dispensado, esquecido. Somos co-responsável por este caos.


GESTOS DE PREGUIÇA E OBSCENIDADE INCONSCIENTE

Depois que desperto, volto a deitar na cama. Troco os dias pela noite, Ponho a cabeça onde coloco os pés, os pés onde descanso a cabeça. 
Gosto dessas inversões extravagantes em que submeto meu corpo cansado, onde contrario costumes, regras e horários; De experimentar ângulos diferentes, de inverter, perder toda a noção do espaço que ocupo, de me alongar, de esticar e encolher os músculos em exercícios de liberdade, preguiça e obscenidade inconsciente.


PIMENTÕES VERMELHOS


Sonhei que caminhava de braço dado, com uma amiga, numa grande plantação, dentro de um condomínio de apartamentos na cidade, onde encontrava-se além de uma variedade de verduras, flores e frutos, pimentões vermelhos.
Os pimentões eram enormes e de proporções anormais e por isto me chamavam a atenção, enquanto caminhávamos e falávamos sobre a vida, sobre as relações que não se acabam, as que são conturbadas, e as que rapidamente são esquecidas. Era uma conversa animadora e estimulante, embora ela tivesse menos da metade da minha idade. Falávamos também sobre os embustes da emoção, dos sentimentos que se perdem, dos que camuflamos no coração e nos arrependemos mais tarde.
Mas os pimentões enormes e vermelhos, não saiam do meu campo de visão, durante o sonho, na conversa animada e depois que acordei. Não saiam da minha cabeça.
Que  relação tinham os pimentões naquilo tudo, pensei com meus botões. Será que é por que pimentões lembram de corações?.. Não sei!

A POUPANÇA BAMERINDUS CONTINUA NUMA BOA

"O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa". Esqueci que muita gente não conhece este jingle da década de 90, alguns nem eram nascidos. Mas eu vivi esta época e quase sempre me lembro dele, quando percebo que certas coisas na vida não mudam, continuam sempre do mesmo jeito, estáticos e sem qualquer alteração profunda. 
Isto também vale, pra pessoas do nosso meio de relações, que a gente acredita terem mudado na sua essencial, com a modernidade, com a evolução de alguns costumes e que nada.., continuam pensando ou pelo menos agindo da mesmas forma, pra nossa decepção. O discurso é um e a atitude é outra. Talvez a culpa não seja deles, mas da gente que investe numa mudança que nunca aconteceu.

E AGORA JOSÉ?

           


    E agora, José? 
    A festa acabou, 
    a luz apagou, 
    o povo sumiu, 
    a noite esfriou, 
    e agora, José? 
    e agora, você? 
    você que é sem nome, 
    que zomba dos outros, 
    você que faz versos, 
    que ama, protesta? 
    e agora, José?

    Está sem mulher, 
    está sem discurso, 
    está sem carinho, 
    já não pode beber, 
    já não pode fumar, 
    cuspir já não pode, 
    a noite esfriou, 
    o dia não veio, 
    o bonde não veio, 
    o riso não veio 
    não veio a utopia 
    e tudo acabou 
    e tudo fugiu 
    e tudo mofou, 
    e agora, José?...

DA VIDA.



Vejo a vida onde não parece ter,
 Assim percebo milagres que se acendem no escuro.
Nos objetos que às vezes encontro.
No brinco perdido.
No sapato empoeirado, debaixo da cama.
No que está pendurado no varal, dançando a o vento.
No que foi perdido no chão e fica escondido,
zombando, rindo, me virando a cara.
Ademais, tudo em volta, me parece igual,
vazio e morto.
 Sumariamente morto.

SIMPLES ASSIM.


Hoje ouvi, de uma pessoa, que não tem a minima noção de como funciona a vida, os sentimentos humanos, enfim,.. Que não tem noção da sua própria ignorância quando acredita que suas ideias preconceituosas, fundamentam com lógica, entre outras coisas, a razão de existir a homossexualidade humana, um verdadeiro absurdo. 
Ele conta que uma irmã da sua congregação religiosa, foi surpreendida pelo único filho, que confessou ser gay e saiu de casa. Desesperada com a revelação do filho, esta irmã procurou uma outra (irmã) que depois de ouvir sua historia, prometeu ajuda-la a encontrar uma resposta de Deus para este dilema, através de orações. Depois de algumas semanas orando à Deus, ouviu uma voz que lhe dizia ao ouvido: "Pergunte a ela como foi a relação dela com o marido, nos últimos anos!.."
Assim que teve uma oportunidade, esta irmã procurou a outra e lhe fez a pergunta. Chorando e envergonhada a irmã explicou, que por motivo de uma doença que contraíra e a fazia sangrar, decidira fazer somente sexo anal com marido a algum tempo, o que lhes garantia uma maior segurança nas relações. Por outro lado, muito surpresa, não imaginava que seria punida por Deus, por aquela atitude.
Bom, arrependida de seu pecado, ela parou de fazer sexo anal com o marido e o filho que tinha ido embora, retornou pra casa.
Conclusão deste caso: A homossexualidade do filho era um castigo de Deus, porque seus pais praticavam sexo anal,  considerado um pecado. Simples assim.

* Eu fico pensando que algumas pessoas quando não conseguem uma resposta lógica pra suas duvidas e embates na vida, inventam qualquer absurdo para justifica-lo e transformam numa verdade absoluta pela falta de alcance. Em alguns casos, colocam Deus como um juiz poderoso e pronto a castigar quem não segue a cartilha moral, criada pelo próprio homem moralista e não Deus.

CAIA A TARDE FEITO UM VIADUTO.



"Caia a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos..." Eu me perguntava o que que significava na musica "O Bêbado e a Equilibrista", magistralmente interpretada por Elis Regina, esta expressão; caia a tarde feito um viaduto, já que viadutos não caem rotineiramente como as tardes, então fui atrás de resposta junto a o seu Google que prontamente informou. Para os curiosos como eu, aí vai, mastigadinha:

Em 20 de novembro de 1971, o Rio de Janeiro viveu uma de suas maiores tragédias: Um trecho de 50 metros do Elevado Engenheiro Freyssinet — mais conhecido como viaduto Paulo de Frontin — desabou sobre o cruzamento da Rua Haddock Lobo com a Avenida Paulo de Frontin, na Tijuca, matando 29 pessoas e ferindo outras 18. O acidente no elevado, que ocorreu na manhã de um sábado, mobilizou a cidade durante vários dias, com a população acompanhando o passo a passo da retirada dos escombros e do resgate dos corpos das vítimas.
O desabamento aconteceu quando um caminhão betoneira de 2,5 toneladas — carregando oito toneladas de cimento — tentou atravessar o vão da Haddock Lobo. O peso fez a construção quebrar, com as vigas e o concreto desabando sobre os carros que aguardavam no sinal. Depois do desastre, num trecho de 122 metros do elevado, sobraram apenas as colunas.
O texto acima, é credito do Acervo do Jornal O Globo. 
Han han, agora já sabemos!




AINDA HÁ TEMPO PRA MUDAR

Encontrei este vídeo postado na pagina do Face book de uma colega de serviço, também de raça negra e fiquei aqui matutando com meus botões: O preconceito é uma merda, um sentimento tão profundo e dissimulado, guardado, escondido, que as pessoas não se dão conta, que também estão discriminando ou então ajudando a promover a discriminação. Quando assisti este vídeo fiquei pensando e me perguntei:
Por que esta mulher do vídeo é chamada a atenção para manter seus cabelos presos e não pode deixa-los soltos, usa-los como bem quiser? Por que é negra? Por que é gorda? Por que alguns a acham feia?
Posso até estar radicalizando, mas uma grande parcela das pessoas em geral, banalizam e ridicularizam o que é diferente dos seus conceitos de beleza. Conceito este que as vezes nem elas se encaixam.


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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...