João do poço.
GUARDA DO EMBAÚ - SANTA CATARINA.
Um micro xis-burguer catarinense R$ 8,00. Café da manhã não se encontrava por menos de R$ 15,00. Almoço composto de um peixe grelhado com arroz e salada para duas pessoas não baixava de R$ 38,00 à R$ 42,00 enquanto que nas praias vizinhas o preço habitual era de R$ 21,00 á R$ 23,00. Sem falar na travessia que se fazia de barco para chegar até o mar: R$ 2,00 de ida e mais R$ 2,00 a volta, sem choro nem vela. Reclamei à uma moradora e comerciante do local sobre os altos preços cobrados na praia o que ela me disse que tal valorização dava-se a o fato do modelo Paulo Zulu morar e ter uma pousada no vilarejo.
Me pergunto: Será que ator e modelo - celebridade é responsável por transformar uma bela e pequena vila de pescadores num reduto de mercenários? Não posso crer!
Fomos visitar a Ponta do Papagaio, praia de beleza indiscutivel (foto acima), que se separa da Praia do Sonho por apenas uma estreita faixa de terra. Depois de uma longa caminhada almoçamos um delicioso namorada grelhado com molho de limão, depois conhecemos a praia do Sonho e um pulinho em Pinheira. Diferentes da Guarda as duas praias, são mais familiares, portanto, mais propicias ao descanso.
O visual lá de cima da serra é um presente.
Na pousada em Guarda do Embau, fizemos amizade com dois casais do interior do Rio Grande do Sul muito simpaticos. Os mais jovens pareciam em crise no casamento. Ele enchugava tudo que vinha pela frente e ela mais atraz tentando esconder o que era evidente. Reclamaram tambem dos preços salgados aplicados na praia e no terceiro dia arrumaram as malas e partiram para outra praia.
No quinto dia vieram amigos de Poa (Cleusa, Vó e os sobrinhos), que se estabeleceram por uns tres dias e depois mudaram-se para Garopaba pelos mesmos motivos. Mas isto com certeza ficará para um outro post!..
ALTA TENSÃO
dos cafés mais amargos
das bebidas mais fortes
e tenho
apetites vorazes
uns rapazes
que vejo
passar
eu sonho
os delírios mais soltos
e os gestos mais loucos
que há
e sinto
uns desejos vulgares
navegar por uns mares
de lá
você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.
do livro "O perigo do Dragão."
Acordei-me mais tarde sem as urgentes necessidades de avaliar minha vida, de contestar o mundo, de procurar respostas para as coisas que não tem respostas. Acho que estou me cansando dessas lutas intermináveis que militei desde que abri os olhos para a vida. A duras penas estou tentando ser mais leve comigo mesmo,mais condescendente com o mundo.
Menos Intransigente com as pessoas.
Antropofagia
A o final, depois de me mastigarem, todas se olharam colocando a mão no estômago, com cara de indigestão. Montei meus pedaços que sobraram e sai andando.
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Não tenho paciência de ser uma opção a mais.
Um paliativo para doenças crônicas.
Eu tenho presa de viver.
Compromissos inadiáveis com a vida,
com a alegria,
com o prazer,
com a paz.
Nada além disto.
Ontem bebi uma garrafa de vinho tinto, saudando todas as impossibilidades que se fizeram diante de minha vida. Os sonhos que não se realizaram, o casamento que se rescindiu, os desencontros entre amigos, os convites desfeitos com previas desculpas. Bebi em paz sem mágoas, na santa paz. Aveludando a língua, o céu da boca.
Numa boa.
São impressionantes os erros de comunicação que se criam entre as pessoas e porque não dizer de interpretação. Não temos ainda o poder de sabermos o momento certo de estender a mão ou de recolhê-la quando se faz necessário. De falar e de calar-se. De olhar para dentro do outro e saber do que necessita qual sua urgência maior. Como proceder para minimizar sua dor e acrescentar-lhe o que falta? Obviamente precisamos uns dos outros em vários momentos da nossa vida e daí vale a regra de uma mão lava a outra, porem cria-se circunstancias em que precisamos ficar só, sem mimos, sem o ombro amigo para encostar-mos a cabeça. Queremos ficar só, com nossas angustias, com nossas faltas de respostas. Precisamos respirar. Precisamos apenas de nossa própria companhia. Sem suportes externos. A ajuda se torna imprópria, desagregada. Necessitamos apenas de silencio para o consenso de nossa dor.
Dirigia pelas ruas da cidade, como se não estivesse ali sentado atrás do volante, dividia-me entre os cuidados que se deve ter com o transito violento e as nuvens vagas do meu cérebro sem uma direção linear. Não me sentia presente em mim mesmo, dentro do meu corpo, da minha vida. Necessitava ver alguém mesmo que fosse o vizinho mal humorado do andar de cima, ou um estranho simpático que me emprestasse o ombro para que eu chorasse compulsivamente como uma criança perdida...
*Depois passou este meu estágio de crescimento, onde parece que tudo doi!..mas para melhor...
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