EXISTE BELEZA SIM, NO QUE É VELHO.


Venho andando por esta vida,
 observando  velhos objetos,
que foram condenados pela imposição do tempo.

Alguns resistiram bravamente e por isto,
 tem a sua própria historia para contar
no silencio de suas linhas desbotadas, 
amarrotadas,
descascadas, 
que ninguém mais crê,
ninguém mais percebe,
ninguém mais dá valor.


Há no homem um desapego, 
que o impede de ir em busca de sua história,
que não preserva suas raízes.

Vive a filosofia do novo, 
do moderno, que descarta e condena impiedosamente
a sua própria identidade ao esquecimento.


Lacra seus porões, portas e janelas.
Joga tintas, troca objetos.
Derruba paredes com a mesma sagacidade de um algoz
que observa tudo aos pedaços,
sem culpas e com a justificativa do 'é necessário'.

Um dia o que é novo perderá a cor,
o brilho não será o mesmo,
amarrotará,
descascará superfícies,
neste processo de mudanças que ninguém escapa
e quem irá identificar,
acreditar,
perceber...

SERRA DO RIO DO RASTRO.

Enfim, realizei este passeio que eu tanto queria, mesmo sem uma companhia para testemunhar e dividir esta emoção. 
O principal atrativo deste passeio, é sem duvidas a beleza da serra catarinense e a sensação de periculosidade ao trafegar por uma estrada sinuosa e de curvas absolutamente fechadas; 284 curvas para ser exato.  Mas valeu muito a pena toda a experiencia.


No Domingo pela manhã subi sozinho, sem nenhum acompanhante no carro, a Serra do Rio do Rastro, passeio que a muito tempo queria fazer e que por motivos ora alheios a minha vontade, perdi a oportunidade. Aproveitei que estava numa cidade próxima, Jaguaruna com a amiga Rose e sai em torno das 10 horas , com muita disposição e maquina fotográfica preparada do meu lado, perfazendo 216 km em 3 horas e 40 minutos, com paradas para fotografias, almoço e uma esticada ate Bom Jardim da Serra para comprar alguns produtos coloniais. O principal atrativo deste passeio, é sem duvidas a beleza da serra catarinense e a sensação de periculosidade ao trafegar por uma estrada sinuosa e de curvas tão fechadas; mas tudo se torna inesquecivelmente lindo a o se contemplar a mata, as montanhas gigantescas e seus profundos abismos de tirar o fôlego.



Escolhi como rota, ir de Jaguaruna, ate as proximidades de Tubarão, cruzar a BR - 101 por baixo do viaduto na direção de Gravatal, seguindo pelas cidades de Braço do Norte, São Ludgero, Orleans e Lauro Müller onde se inicia a serra, (12 quilômetros até o topo).
No trajeto de subida a velocidade deve ser cautelosa, em media uns 20 - 30 km/h afim de não maltratar o carro e também por medida de segurança, uma vez que na rodovia SC - 390 (nome oficial da estrada) é caracterizada por subidas íngremes e curvas tão fechadas (em cotovelo), que uma simples desatenção, tem-se o risco de avançar a pista contraria e provocar algum acidente.
A pavimentação desta rodovia, feita em blocos de concreto, durou 2 anos para ser concluída. De 1984 à 1986 e foi a primeira estrada catarinense a ser pavimentada com blocos maciços de concreto e ranhuras especiais, para garantir que no inverno os veículos tivessem aderência sobre a pista.




MIRANTES NATURAIS:
A serra do Rio do Rastro é sem duvidas tudo aquilo que eu esperava em termos de beleza, exuberância e a sensação de estar muito próximo de Deus e sua grandiosidade. Teve momentos, lá em cima, em que a tempo começou a ficar instável e os raios e trovões pareciam estourarem do lado do carro, dando uma sensação de prenuncio do fim do mundo e causando-me uma certa insegurança.
Existe no decorrer da estrada, vários pontos, (acostamentos), onde se pode parar o veiculo e contemplar toda a sua beleza composta por morros, precipícios, mata nativa, pequenas cascatas que brotam das pedras e registra-las em fotografia.

MONUMENTO DO TROPEIRO:
Uma das atrações da Serra do Rio do Rastro é o Monumento aos Tropeiros, na curva da Cascata Iluminada, feita num único bloco de basalto, com aproximadamente quatro metros de comprimento, um metro de altura e setenta centímetros de profundidade, que obriga a todos os turistas a pararem e contempla-la. A obra retrata um tropeiro acompanhado de cinco mulas carregadas de bruacas (sacos de couro cru).



ORIGEM DO NOME RIO DO RASTRO:
Inclusive o nome Rio do Rastro, surgiu porque na perigosa descida pelas encostas, os bravos tropeiros do passado, deixavam os animais irem à frente para depois seguirem o rastro dos bichos, dai o nome de rio  e do caminho que seguiam, (rastro) e que atualmente deixam os turistas maravilhados.
Seguindo viagem serra acima, encontra-se também alguns estabelecimentos para tomar um café com produtos coloniais ou fazer um lanche, apreciando uma das paisagens mais belas do país. 



MIRANTE:
No topo da serra, um mirante (ponto mais elevado - 1.421 metros de altitude ), proporciona uma bela visão, do Morro da Ronda, que tem um sugestivo banco de frente ao cânion de mesmo nome, o Monte Negro (ponto mais elevado do estado do Rio Grande do Sul) e o Morro da Igreja, um dos pontos mais elevados de SC.
É nesta plataforma de observação, que famílias inteiras de quatis, se aproximam dos turistas, sem qualquer timidez para confiscar alimentos. Os bichinhos são muito espertos que qualquer desatenção, eles roubam a sua comida.


PARQUE EÓLICO:
Outra pedida para quem gosta, é visitar o Parque Eólico, localizado a uns 50 metros depois do mirante da serra do Rio do Rastro. Tem uma entrada a esquerda de quem segue para Bom Jardim da Serra, com uma placa sinalizando. Segue-se em estrada de chão até uma guarita.
Lá o seu Jorge, um dos donos da propriedade, é o manda chuvas e quem irá guia-lo pelo parque eólico e ainda ao cânion da Ronda. Paga-se R$10,00 por carro e a visita depende das condições climáticas.


ONDE ALMOÇAR:
Seguindo viagem na direção de Bom Jardim da Serra, existe alguns restaurantes, mas por minha conta e risco, parei para almoçar na Churrascaria Cascata, cujo o principal atrativo é possuir uma convidativa cascata, nos fundos do prédio, onde turista e moradores locais podem tomar banho.




O almoço na churrascaria, achei os preços aplicados, um tanto salgado, mas quem está num lugar desses, cercado de tantas belezas naturais, não deve dar espaço a o stress por tão pouco. Os 52 reais pagos por um bufê livre, grelhados, sobremesa e duas latinhas de coca cola, couberam no meu orçamento, sem o risco de me levar a falência. 
Estando lá em cima, me senti um privilegiado solitário sobre as nuvens que surgiam pelas encostas de alguns morros. Ouvi alguém dizer no restaurante que viria chuva e antes de eu chegar ate o centro da cidade de Bom Jesus da Serra, já ouvia algumas explosões sobre a minha cabeça.


BOM JESUS DA SERRA:
Segui caminho até o centro da cidade de Bom Jardim da Serra, composta por uma igreja matriz de traços modernos, atualmente em reforma, uma prefeitura e muitas casinhas simples cujos proprietários comercializam produtos coloniais, como queijos, salames, compotas de doces e licores.
Comprei alguns produtos e por alguns minutos pensei em seguir viagem em direção a Serra do Corvo Branco, mas providencialmente outros raios riscaram no céu, acompanhado de seguidos estrondos, avisando-me que viria chuva forte nas próximas minutos. 



A HORA DE VOLTAR:
A estrada seguia serra acima, possivelmente exibindo mais maravilhas a serem contempladas, mas a razão falou mais alto, fazendo-me declinar da ideia de conhecer a Serra do Corvo Branco, que dizem ser tão linda quanto a do Rastro, porém mais selvagem, menos sinalizada e mais arriscada em dias de chuva.
Desci a Serra do Rio do Rastro, de volta para Jaguaruna, com chuva forte batendo no para brisas do carro, grandes explosões no céu e com a certeza de que faltou mais coisas para conhecer. 
Tenho planos de voltar num outro dia sozinho ou acompanhado, para dar seguimento a o que ficou pra traz, como a Serra do Corvo Branco. 

A Serra do Rio do Rastro se localiza no Sul do estado de Santa Catarina. Os principais acessos, são: Por São Joaquim e Urubici, seguindo por Bom Jardim da Serra (por cima da Serra). Por Criciúma ou Tubarão, seguindo por Lauro Müller (por baixo da serra).

Até a próxima passeio!

CASA DA NAÇÃO, UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO QUE SE PERDEU NO TEMPO.


Estávamos passeando, Rose Milene e eu, pela avenida principal do Balneário do Camacho em Jaguaruna-SC, quando uma placa presa a um poste nos chamou a atenção. Nela estava escrito: Casa da Nação e então curiosos, nos perguntamos do que se tratava. Seria alguma casa afro-religiosa?.. O que pra mim parecia improvável.
Seguimos a indicação da placa, que apontava para uma pequena rua sem saída e sem conseguir enxergar algo que nos chamasse a atenção, perguntamos a o primeiro morador, que saia de sua casa em direção a rua, do que se tratava e onde estava a Casa da Nação.


Muito simpático, ele nos mostrou o que era, ou pelo menos o que sobrou das ruínas da Casa da Nação, onde atualmente estava sendo construída uma casa de alvenaria cuja  as paredes estavam apoiadas sobre a grossa camada feita de pedra, terra, conchas e óleo de baleia, considerado um patrimônio histórico, e que no presente servia apenas de apoio estrutural para uma nova casa em construção. Era inacreditável!


Descobrimos, que existem muitas hipóteses referentes a origem e função da Casa da Nação, pois alguns moradores informaram que a mesma, tinha por objetivo abrigar soldados durante as batalhas e armazenar armas. Servia como uma especie de pousada em tempos de guerra, sem custos. A casa, não possuía proprietário especifico, pois era de todos, já que pertencia a nação.
Mas de que batalhas?.. A dos Farrapos?.. Qual, quando?... Perguntávamos sem que obtivéssemos uma resposta pertinente.


Soubemos também, que havia algumas exigências ao se hospedar nela. Os mantimentos usado pelos soldados, eram necessários serem repostos antes de seguirem viajem, o que servia de moeda por sua utilização e abrigar novos soldados que por ali passavam.
Rose e eu lamentamos que um fato histórico desta natureza, tenha se perdido no tempo e que o objeto de sua existência, gradativamente vem sendo destruído pela falta de informação e da importância que foi no passado. Pior ainda: Sem nenhuma proteção dos órgãos governamentais, para manter viva a sua história.
Em casa, atrás de respostas na Internet, o que encontrei foi informações que se divergiam da que ouvimos dos moradores. 
Segundo o NOTISUL, um jornal catarinense, a construção nada tem haver com personalidades da revolução Farroupilha como David Canabarro, Anita e Garibaldi. Eles nem sequer viram a casa. Ela não existia. A passagem dos farrapos ocorreu em 1839 e a casa foi construída em 1857. Anita faleceu, na Itália, em 1849.
A pousada foi concluída em 1858, com o objetivo "sim", de abrigar militares e viajantes. mas "não" no período da revolução farroupilha, como é contado. 
Documentos explorados e estudados por acadêmicos, descrevem a existência de mais quatro construções idênticas, do Camacho a Torres, com o objetivo de promover o repouso de viajantes e seus cavalos, que por ali cruzavam.

A MISTERIOSA PEDRA DO FRADE.

Faz muito tempo que eu queria conhecer este lugar, mas sempre surgiram contratempos, que me impediram de conhecer, desta vez dediquei uma tarde inteira para isto. 
Quando fomos chegando perto da pedra e percebemos o seu tamanho e a sua posição, num ponto isolado e na beira do mar, uma sensação mística e de medo, foi batendo em mim. Estas coisas que se sente, mas não sabemos explicar!..
😱Bendita natureza e seus mistérios!..


Era uma Sexta Feira 10/10/2014 durante a tarde, eu e minha amiga Rose Milene, decidimos conhecer a misteriosa Pedra do Frade, localizada na extremidade norte da Praia do Gi, a mais ou menos 8 quilômetros do centro de Laguna-SC. 
O que instiga quem visita esta misteriosa pedra é o fato dela estar sustentada sobre três pontos de uma superfície rochosa e inclinada sobre o mar, desafiando a lei da gravidade, de Isaac Newton,
É inacreditável!!
No alto desta pedra, outro pedaço de rocha menor, que curiosamente se equilibra sobre a primeira, faz com que as pessoas se questionem se a estrutura seria uma obra da natureza, ou construída por mãos humanas.
Esse monolítico de nove metros de altura e cinco metros de diâmetro, recebeu o nome de Pedra do Frade, pela semelhança com um padre franciscano.


Estudiosos relatam duas histórias sobre o monumento: A primeira diz que a Pedra do Frade foi colocada estrategicamente pelos índios pré-históricos que habitavam a região, há mais de 3 mil anos. A outra, mais conhecida, aponta a Pedra do Frade como o verdadeiro marco inicial do Tratado de Tordesilhas, acordo assinado entre Portugal e Espanha, em 1494.


A terceira hipótese, é que a pedra estaria ali como referência para os navegadores, já que está colocada no fim da última baía do litoral sul brasileiro, dali para a frente eles teriam que enfrentar o alto-mar.
Há ainda a tese dos espiritualistas,  que afirmam a pedra ter sido colocada naquele ponto, por seres extraterrestres e  que quem visita o lugar e abraça a Pedra do Frade, consegue sentir uma energia fora do normal.



Na verdade todo o local que circunvizinha o monumento, é de uma grande beleza e misticidade sentida não só na quantidade de pedras enormes e de diferentes formas e tamanhos, mas também no cume do morro por onde se sobe, para se ter acesso a pedra, formado por um planalto circular, de onde se vê o mar e parte da cidade, dando a sensação de que estamos num outro mundo. Estaríamos?




O fato é que, assim como em pedras enigmáticas como Stonehenge, no Reino Unido e a Cama de Anchieta, em Itanhaém-SP, a grande atração que se cria é a inquietação acerca da sua formação.







Ainda na Praia do Gi, olhando-se na direção do mar, podemos observar uma outra formação rochosa que se assemelha muito com uma baleia nadando nas proximidades da costa.  Quando a onda bate num de seus lados, é possível vermos um efeito parecido com o suspiro de uma baleira; esta formação rochosa recebeu o nome de Pedra da Baleia. 
Até a próxima viagem!..


EU ACREDITO, MAS...


Trafegar de carro pelas ruas das grandes cidades, está cada vez mais tornando-se um ato heroico de paciência. Além dos engarrafamentos e das imprudências cometidas no transito diariamente é de se pensar que um dia isto chegue a um colapso total... O vídeo a seguir alimenta uma discussão interessante, o carro ainda é o melhor veículo para se locomover pelas cidades?.. Claro que não!


Mas eu particularmente ainda prefiro uma melhora significativa na qualidade do transporte publico, lembrando que nem todos os cidadãos tem condições físicas, econômicas e de saúde para transitarem para o trabalho ou pela cidade de bike. A bike ainda passa para a maioria das pessoas a ideia de um instrumento de lazer usável nos finais de semana em parques. Outra coisa; que garantia temos que chegaremos vivos ao nosso destino, em cima de uma bike, a mesma de uma motocicleta?
Acontece que as pessoas não absorveram esta cultura de se locomoverem em bikes, como também de respeitarem ciclovias criadas para este proposito, Vejam AQUI.


Quando visitei Amsterdã em 2013, sabe quem invadia as ciclovias da cidade deixando os usuários deste transporte completamente enlouquecidos? Sul americanos, cuja a maioria eram brasileiros.
Acho positivo essas campanhas geridas pelo governo com o objetivo de estimular esta mudança de hábito, que também é de seu interesse, mas antes de tudo deve haver leis de amparo e fiscalização eficiente para evitar o prejuízo de vidas.


FLORES DA CUNHA E OTÁVIO ROCHA.

Campanário da Igreja Matriz
em Flores da Cunha

Neste Sábado pela manhã, 04/10/2014, dia de pré eleição no país, eu uma amiga realizamos um passeio nas cidades de Flores da Cunha e Otávio Rocha na região serrana do Estado. 
O passeio veio a convite de uma amiga em comum, Maria da Graça, que realiza estes eventos turísticos já alguns anos, proporcionando estes momentos de integração, diversão e conhecimento cultural para os que participam de seus eventos. 
Estávamos entre dez pessoas, alem de Maria da Graça como guia turístico e o motorista da Van, que nos proporcionou  a facilidade de sermos pegos em nossas casas e depois trazidos de volta, sem os desconfortos de locomoção.

Portal da cidade em Flores da Cunha.
FLORES DA CUNHA:
Foi a primeira cidade a conhecermos, também conhecida como a "Terra do Galo" devido a um episódio, onde um mágico passou pela cidade dizendo que iria cortar a cabeça de um galo e que, em seguida, iria fazer uma mágica. O pescoço novamente se uniria ao resto do corpo e o galo voltaria à vida. Porém, na hora da apresentação, após perceber que ali estavam diversas autoridades, viu-se em apuros e disse que havia esquecido o pó mágico e que ia buscá-lo. Neste meio tempo, ele fugiu da cidade deixando todos sem entender o que havia ocorrido.

Praça central em Flores da Cunha
A PRAÇA PRINCIPAL:
Como o dia estava ensolarado, neste Sábado, muitos jovens encontravam-se na Praça principal da cidade localizada em frente a igreja Matriz. Um rotina comum entre os moradores das cidades do interior, que fazem desses lugares públicos um ponto de encontro, o point.


Flores da Cunha é a maior produtora de vinhos do Brasil, a primeira produtora de bebidas alcoólicas do Estado e a segunda maior produtora de vinhos e de alho do Estado. Sua colonização é italiana, com forte influencia sentida na língua falada, gastronomia, música e religiosidade de seus moradores.

IGREJA NOSSA SENHORA DE LOURDES:
Um dos principais pontos turísticos da cidade, alem das Vinícolas, é a sua Igreja Matriz datada de 1914 com um imponente campanário de 55 metros de altura, cujo os quatro relógios, com mostradores de três metros de diâmetro, foram fabricados em Estrela, no Rio Grande do Sul, em 1948. Os cinco sinos foram fundidos em Savoia, na França.

Vista lateral da Igreja Matriz em Flores da Cunha.
VINÍCOLA MONTE REALE VALDEMIZ:
Como Flores da Cunha é a maior produtora  de vinhos do Estado, seria um sacrilégio visitar a cidade e deixar de conhecer uma de suas vinícolas para uma degustação. Paramos na Monte Reale - Valdemiz, na entrada da cidade e experimentamos algumas doses de Chardonnay, que eu não conhecia, com preços  bem acessíveis  ( entre 24 à 28 reais).


CASTELO CASTELLAN:
Outro local interessante de se apreciar, mas somente da rua, é um Castelo, que ocupa uma quadra na rua Prof. Maria Dal Conte, 2800, no centro da cidade. O local não aceita visitações por se tratar de uma residencia particular, que pertence a Lourenço Castellan, dono da empresa "Móveis Florense", que merece uma espiada. O imóvel possui três andares, construído entre frondosos arvores nativas e palmeirais e suas janelas são de cristais.


OTÁVIO ROCHA:
Segundo viagem na direção oeste, fomos visitar Otávio Rocha, um pequeno município a mais ou menos quatorze quilômetros de Flores da Cunha, encravado entre vales de florestas nativas e extensos parreirais que podem ser apreciados da estrada.
Suas casa foram construídas com pedras, retiradas da própria natureza e o nome das ruas homenageia a diversidade de uvas produzidas no município de Flores da Cunha.


Na Praça principal, denominada Praça Regional da Uva, em frente à Igreja Matriz São Marcos, na Rua Uva Itália, está sendo construído um túnel que será coberto por aproximadamente 100 mudas de videiras, que formarão um túnel verde com 80 metros de cumprimento e 5,6 metros de altura. O lugar é de grande beleza, principalmente aos apreciadores de ambientes rurais simples, que valorizam e são  reportados para um passado rico de história e cultura, que ainda sobrevive quase que anonimamente espalhado pelos cantos do nosso estado e que lentamente vem criando espaço para serem reconhecidos.




PARQUE DA GRUTA:
Ainda, podemos visitar, à cerca de 10 quilômetros do centro da cidade, o Parque da Gruta, cuja natureza exibe entre pedras e mata nativa, uma bela cascata e uma gruta. O lugar foi construído para ser uma hidrelétrica, que durante algum tempo forneceu energia para os moradores da região. Agora virou atrativo turístico.
Em nosso retorno a Porto Alegre, paramos alguns minutos para visitar o Santuário Caravaggiano em Farroupilha, que foi construído em 1960 e que substituiu o antigo santuário e a capela construída em 1879 ao lado da atual.

Atual Santuário Caravaggiano em Farroupilha.

HISTORIA DE UMA PADROEIRA:
Nossa Senhora de Caravaggio está intimamente ligada aos colonos desta região através de uma historia. 
No ano de 1878, na Linha Palmeiro (Caravaggio do atual município de Farroupilha - 7 km do centro de Farroupilha), os imigrantes italianos se reuniram para a celebração da sua primeira missa, oportunidade em que decidiram escolher o nome do padroeiro ou da padroeira da capela. Uns elegeram Santo Antônio e outros Nossa Senhora de Loreto. Diante da indefinição, os representantes da capela fizeram um trato: Que iriam até São Sebastião do Caí, para comprar uma estátua e a que conseguissem, seria a imagem eleita, porém, retornaram de mãos vazias. Para solucionar o impasse, o morador da localidade de Linha Palmeiro, Natal Faoro, emprestou o quadro de sua santa de devoção, trazido da Itália, uma tela de 33 por 40 centímetros. Contudo, não se tratava de Nossa Senhora de Loreto. Daquele dia em diante, Nossa Senhora de Caravaggio tornou-se a padroeira da colônia que recebeu seu nome.

Antigo Santuário

Voltei para casa, vislumbrado com cada detalhe da bela paisagem rural, que corria diante dos meus olhos. Fiquei pensando sobre tudo, que o que vi, não foi somente beleza ficando pra traz, mas o registro de vidas, que lutaram geração após geração, por sua  sobrevivência através de um trabalho árduo, simples, digno na construção de sua própria história. e isto tudo,  merecia o meu mais profundo respeito.
Até a próxima viagem!

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...