Arte Francesa em PoA

Fui na terça-feira, durante à tarde, visitar a exposição no MARGS dos grandes mestres do realismo francês: "Arte na França 1860/1960-Realismo". A exposição reúni mais de cem obras de artistas de grande importância, criadas sob a influencia do realismo francês, entre eles: Courbet, Monet, Van Gogh, Degas, Renoir, Cézanne, Balthus, Millet, Dérain, Miró, Dalí e Manet.
A ascendência do estilo sobre artistas brasileiros também é revelada na mostra, que também traz obras de Cândido Portinari, Almeida Júnior, Iberê Camargo, Lasar Segall e Guignard produzidas na França.
A exposição “Arte na França 1860 – 1960: O Realismo” é uma realização do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com a Secretaria Estadual da Cultura e o MARGS, com patrocínio Banrisul, Grupo Gerdau, CEEE, Corsan, Caixa/RS e Sulgás.
Meu ingresso? Um saquinho de arroz que será destinada ao comitê de Ação Solidaria do Governo Estadual, para a Campanha do Agassalho.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS)
Praça da Alfândega, s/n° - Centro – Porto Alegre
De 14 de julho a 30 de agosto
Visitação de terças a domingos, das 10h às 18h



Preconceito no Twistter

O preconceito quando não assumido publicamente, está dissimulado na nossa sociedade sob gestos, olhares, atitudes e também comentários entre pessoas que não se esperava uma atitude descriminatória, por que supõe-se que elas são livres destes vergonhosos sentimentos, mas quando são formadores de opinião, e tem vida pública e assim subentende-se responsabilidade sobre oque falam e pensam e servirem de certa forma como exemplo a toda a sociedade, até que num determinado momento elas mostram oque realmente pensam e terminam defecando pela boca e daí o remendo fica pior do que bater no peito e assumir de uma vez o que já se sabe. Fiquei não sómente pasmo, mas também revoltado ao ler esta reportagem num jornal-revista na Internet e que copiei aqui no blog para voces analizarem o ocorrido:
O humorista Danilo Gentili, do programa "CQC" da TV Band, será investigado pelo Ministério Público de São Paulo por possível crime de racismo. De acordo com a coluna Zapping, assinada por Alberto Pereira Jr., ele publicou uma piada em seu perfil do Twitter na noite de sábado, 25, que gerou repercussão. Gentilli escreveu: "Agora no Tele-Cine KingKong, um macaco que depois q vai para a cidade e fica famoso pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Minutos depois, ele voltou a escrever no perfil tentando justificar a brincadeira: "Alguém pode me dar uma explicação razoável porque posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco?". Não satisfeito, Gentili, continuou se justificando: "Reparem: na piada do KingKong nao disse a cor do jogador. Disse que loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeca de vocês que tem preconceito, hein".
No domingo, Gentili voltou ao Twitter para postar uma foto e comentou: "Obrigado, pessoal. Vocês conseguiram me prender igual a um macaco por denúncias de racismo."
Ainda indignado com tudo o que está acontecendo, Gentili preferiu usar um espaço maior, além dos 140 caracteres oferecidos pelo Twitter, para continuar o assunto. Em seu blog, o repórter do CQC falou sobre a diferença de raças para explicar o seu ponto de vista sobre o assunto.
"Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?", diz o humorista em seu blog.

O DIA QUE NEVOU EM PORTO ALEGRE

Amanheceu um lindo dia ensolarado nesta terça-feira, cujo o inverno aqui no sul tem sido um dos mais rigorosos das ultimas décadas. Poucos estavam acordados para sentir, mas a cidade registrou na manhã de sábado, 25 de Julho, o frio mais intenso dos últimos dez anos, informado pelo Instituto Nacional de Meteorologia, localizado no Jardim Botânico, zero graus.

Lembro-me de 24 anos atrás, quando eu, com 26 anos, abri a porta da cozinha da casa de minha mãe, em Viamão e deslumbrei a paisagem mágica da neve caindo sobre o pátio e pomar e a fumaça da chaminé do fogão à lenha se misturando entre os flocos de gelo que caiam e flutuavam no ar. A neve caiu por aproximadamente uma hora.
Era 24 de Agosto de 1984, data que eu me esforcei para não esquecer, dado a um evento incomum desses. No outro dia, para provar que não foi historia de pescador, saiu a reportagem com as fotos no jornal ZH, mostrando aos leitores, esta bela manifestação da natureza e também para os incrédulos que estivessem alimentando alguma dúvida sobre o ocorrido. 
Até então o jornal informava que desde 1909 não caia neve na cidade. Foi a primeira vez que vi neve na minha cidade e na minha vida, a segunda vez, foi em Gramado, depois em Nova Iorque e Buffalo nos EUA muitos anos depois...


Carta Vieja/Carmenére 2008/Chile

Carta Vieja Carmenére 2008/ Chile. Faltou corpo que aveluda a lingua e encanta no primeiro gole, no primeiro momento que se guarda em alguns segundos dentro da boca, depois excedeu um certo toque amargo que persistiu e não passou boa impresão. Não aprovou!

Trilhas sonoras da vida

Ontem, na casa de meu irmão pôr ocasião de seu aniversário, a família e alguns amigos estavam reunidos. Entre muitas gargalhadas e brincadeiras coletivas, assistíamos alguns vídeos de cantores americanos dos anos 70 da coleção particular de meu irmão. Lembrava-me de algumas musicas, mas sem saber ao certo onde exatamente elas se encaixavam na minha história. Pôr breves minutos tive aquela sensação de que o tempo passou rápido para mim, minha família e todos ali reunidos e que aquelas musicas eram no momento, algum ponto de atração que nos puxava para um mesmo espaço em comum do passado, onde todos de alguma forma foram felizes a sua maneira, então restava cantar, lembrar e aplaudir com muita saudades aquelas trilhas sonoras inesqueciveis de nossa vida.

Auto-encenação

Há duas maneiras de nos relacionarmos conosco e com os outros: Acreditar no que realmente somos ou ver nossas faces como personagens de nós mesmos e é quando utilizamos alguns tipos de disfarces e tentamos convencer a nós e aos outros sobre aquilo que pensamos que somos e que criamos no nosso mundinho falso. Muitas vezes passamos até a acreditar nestas mentiras (e em cima disto, alicerçamos histórias, emoções, opiniões que não são as nossas, que são inventadas, forjadas por este personagem que criamos). Isto acontece por que de alguma forma ficamos inseguros, temerosos de que percebam alguma fragilidade em nossa vida, que nos tornemos fracos, incapazes na opinião dos outros. Mas vale a pena lembrar que nossa opinião sobre nós mesmos é tão ou mais importante, que a destas pessoas que tentamos nos esconder, nossa opinião tem um peso muito maior que julgamos saber no perimetro da consciencia, somos duros com nos mesmos. Foi assim que me percebi semana passada, quando levantei o telefone e me pus a conversar com algumas pessoas que eu não falava há meses e que eu já percebera ter perdido a minha confiança nelas ou que talves nunca tivesse tido. Fui sentindo que meus gestos e expressões se modificavam na medida em que ia falando sobre mim mesmo, justificando-me após cada opinião que formava a respeito de algo na minha vida, era subjetivo, parecia tentar provar onipotencia e assim afasta-los do que realmente sou e que talvés precisasse na urgência de minha insegurança esconder. Por alguns instante me parecia com uma outra pessoa, falando de outra pessoa, criando um falso discurso que nem eu mesmo acreditava. Por outro lado, elas alimentavam este meu discurso, fazendo perguntas em cima de perguntas, se mostrando curiosas de saber tudo sobre a minha vida embora não se importasse com isto, curiosos sobre a minha grande mentira.

Falando de viagem

Rita deu um pouco de seu tempo para me contar sobre sua viagem para a Europa e em particular sua impressão a respeito de Roma, Paris e Atenas, cidades que por razões pessoais mais lhe chamaram a atenção por sua beleza. Enquanto falávamos percebi em seu olhar um entusiasmo que eu julgava fosse maior quando converssasemos a respeito. Fiquei pensando se é possível visitar um lugar destes sem ficar basbaquiado com sua arquitetura, museus, pontes, cultura, tudo que se pode ver e sentir nestes locais aclamados pela opinião geral. Lembrei-me de alguém ter me dito que depois de algum tempo viajando tudo parece ser um lugar comum, como se uma ruela em Paris fosse parecida com uma outra na Argentina, um vale na Espanha lembrasse algum recanto no sul do Brasil, Pittsburgh com Recife e então as pessoas não percebem mais as diferenças... Estar na Bélgica e como estar em qualquer lugar, isto é possível? Na minha opinião viajar tem que ter um gosto maior do que simplesmente conhecer lugares, é visitar com olhos de conquista, com a atenção de quem busca o diferencial em pequenas detalhes que talvés não seja encontrado na arquitetura, nos pontos turísticos, mas nas relações que se cria entre você e as pessoas, entre você e o meio. Em diferentes locais é necessário ter um olhar diferente. Observar detalhes, captar elementos que vão alem de sua historia. Sim por que cada recanto, vila deve haver alguma história, algum segredo. Impossível pensar na Torre Eifel, apenas como um gigantesco monumento de aço. Precisamos nos deixar seduzir, agregar emoções, observar ou criar situações que virem referencia em nossa vida, que atinge nossa alma, para que um dia possamos nos lembrar. Com certeza aquele banho de Anita Ekberg, no Fontana di trevi no filme La doce Vita, acho que jamais foi esquecido por ela como por todos que a assistiram.

A culpa é de Deus?

Agora pela manhã liguei para o celular de uma colega de trabalho, e que considero muito mais que isto, mas uma grande amiga em se tratando do tempo que nos conhecemos e que dividimos um com o outro nossos problemas pessoais e luta profissional por mais de vinte anos. Ela estava na rua quando me atendeu e informou-me com tristeza sobre o falecimento de sua mãe dia 14, sendo atendida por uma equipe do SAMU. Insatisfeita e revoltada com a qualidade do atendimento que foi prestado à sua mãe, disse-me que buscaria os recursos legais para processar o serviço que não valorizou o estado grave em que se encontrava sua mãe quando foi solicitado e durante o socorro. Fiquei perplexo enquanto ela me dava a noticia, com a voz triste o ocorrido com sua mãe, dona Bibi, que eu conhecia de tanto tempo e indiscutivelmente criei laços, como se fosse um familiar meu. Envergonhado de fazer parte deste serviço do qual ela se queixava e que hoje, enfrenta tantos problemas internos quanto estruturais, que tenta abraçar os problemas de saúde de uma cidade que cresce à margem de um defasado numero de recursos técnicos pertinentes a todo o problematico complexo de saúde neste país, como (pessoal, centros de emergências, ambulâncias, hospitais, recursos), com uma legislação bonita de se ler no papel, mas que no dia a dia é impraticavel. Fiquei naquele situação delicada de quem não pode ficar em cima do muro e que precisa tomar partido de algum lado da situação, a dor de minha amiga ou as explicações formais de um serviço instituído, legalizado, informatizado, do qual faço parte e sei que algumas vezes não recolhe informações corretas de quem solicita o serviço e então envia o recurso errado, às vezes nem envia, que desacredita e descredibiliza profissionais de funções menores que atendem na linha de frente. Talvés eu devesse visitar minha amiga e dar-lhe tapinhas nas costas dizendo que havia chegado a hora de sua mãe partir e que nada poderia ser feito, nem mesmo pelo SAMU, talvés eu devesse lhe dizer que eu acreditava que tudo foi feito com a maior competencia, desde o acolhimento médico na hora do chamado até o atendimento final realizado pela equipe, mas eu não tenho certeza de nada!.. Não, eu não consigo ser hipócrita o suficiente para encenar este teatro e acho que ela deveria ir sim em busca da verdade, apurar responsabilidades se tem duvidas sobre o ocorrido ou apenas se consolar, fingir que aceitou e colocar a culpa como a maioria das pessoas fazem, em Deus.

O trote

Hoje é domingo e ainda tenho de trabalhar. O telefone começou a tocar 4h 30 min. da manhã por que alguém do outro lado da linha resolveu passar trotes ou algum golpe e eu fui o escolhido. Foram três absurdos e insistentes pedidos de socorro de alguém que se dizia minha filha, que simulava a voz de uma adolescente chorando e pedindo ajuda, que se dizia estar nas mãos de bandidos. Eu não tenho filhas e então resolvi desligar o aparelho da parede depois da terceira insistencia, imaginando que se não o fizesse viriam frases agressivas falando em sequestro, dinheiro, morte e outras barbaries. Resolvi afastar-me daquele clima, sai do quarto e fechei a porta. Aguardei meu horário de ir para o trabalho sentado na sala, já sem sono., irritado. Impossivel não deixar de se alterar com uma ligação destas, na madrugada interrompendo o sono, mas não quis pensar em quem estava do outro lado, se era simulação ou verdade, se alguém precisava realmente de ajuda, dar vazão ao desespero, preferi acreditar no possível golpe já conhecido e que tantas pessoas foram vitimadas, talvés pra mim fosse mais facil acreditar nisto. Chovia la fora e ouvia a chuva bater na calçada de concreto, nas caixas de proteção de ar-condicionado. Lembrei de meu filho que vi algumas horas antes e combinamos assistir um vídeo juntos nestes poucos dias de ferias escolar. A chuva parecia não desistir de cair, o telefone decididamente eu deixara mudo e trancado no quarto, abri a porta e saí para o trabalho fingindo despreocupação.

Ensaio sobre a Cegueira

Imagine que de uma hora para outra tu percas a visão e depois gradativamente todas as pessoas a tua volta, vizinhos, amigos a cidade, o país inteiro, numa epidemia repentina e inexplicável e todos acabam cegos e reduzidos pela obscuridade, a meros seres lutando por seus instintos. Ensaios sobre a cegueira é um drama que descreve o colapso humano e urbano com a destruição da sociedade perdendo tudo aquilo que se considera civilização. Mostra o caos e a luta das pessoas para se adaptarem a falta destes sentidos (visão e civilidade) e o preço a pagar por isto. Mais do que tudo, é uma reflexão dos valores humanos na medida em que são obrigados a confiar um nos outros para continuarem a sobreviver com a diferença do que eram para o que se tornaram, obrigados a rever valores morais e humanos indistintamente.




Baseado no livro de José Saramago.
Ensaio sobre a Cegueira
tem a direção de
Fernando Meirelles e o Título original -Blindness

Ano: 2008/ Brasil-Japão-Canadá.

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...