CITY TOUR EM PORTO ALEGRE- PELA TERCEIRA VEZ.

Largo Zumbi dos Palmares

Domingo passado reuni uma velha amiga que estava de viagem marcada para Aracaju na terça- feira e fomos fazer um passeio pelos principais pontos turísticos de Porto Alegre, do qual ela ainda não tinha feito.
Tomamos o ônibus turístico que sai do Largo Zumbi dos Palmares, em frente a EPATUR e seguimos viagem admirando alguns locais históricos e outros de lazer onde os porto-alegrenses costumam frequentar nos finais de semana como o Parque Marinha do Brasil, o Parque Moinhos de Vento, o Parque Farroupilha e a Usina do Gasômetro.

Centro Histórico- Praça da Alfandega.

O dia estava ensolarado, mas também soprava um vento que por vezes causava um certo friozinho para quem, como nós, estávamos na parte superior e aberto do ônibus, quase encostando nossas cabeças nas copas das arvores centenárias da cidade. Ficamos impressionados com a diferença visual que se tem da cidade quando a observamos de cima e percebemos o quanto ela é arborizada e colorida.

Rua da Praia.

Fizemos o passeio completo, que dura cerca de uma hora e trinta minutos, girando pelos principais pontos de interesse histórico-turístico da cidade. Depois de um café necessário, nos dirigimos de carro ate a Usina do Gasômetro para apreciar o por do Sol, que não foi tão bonito, pela rapidez com que se pôs sobre as águas do Guaíba.

Orla do Guaíba.

No Centro Cultural da Usina do Gasômetro havia muita gente circulando  e apreciando algumas exposições de fotografias lá expostas. Nos chamou a atenção a exposição da fotografa gaucha Lisette Guerra, mostrando o cotiano do povo cubano e sua semelhança com os brasileiros.
Porto Alegre é uma cidade com muitas opções de lazer e de atividades culturais disponíveis tanto a tarde quanto a noite é só ter disposição. Esta é a terceira vez que faço este city tour pela cidade e acho que não será o ultimo!

Parque Marinha do Brasil.


UM GESTO, UM OLHAR, UMA PALAVRA.


Hoje à tarde, durante um atendimento numa instituição para idosos, na zona sul de Porto Alegre, percebi claramente a necessidade que esses internos possuem de receberem atenção, não importa de quem e por que razão. 
A pequena atenção que damos, é transformada numa atitude de carinho que faz com que eles abram sorrisos largos, como se fossem crianças recebendo um presente inesperado. Cria-se um laço imediato que nos surpreende e até nos constrange. 
A o contrario do que a maioria pensa, eles tem muito a nos dizer e principalmente a nos ensinar com palavras, gestos e olhares. Possivelmente, se tivermos sorte, este poderá ser o nosso futuro na expectativa dos mesmos gestos e palavras que mude a rotina dos nossos dias para não parecerem intermináveis.

PORTO ALEGRE TEM ALMA (2)


Musica me faz bem a o espirito e perceber o obvio em algumas circunstancias, me deixa com cara de idiota e envergonhado na frente de mim mesmos, como num gigantesco espelho de reflexão da alma. Não adianta fugir daquilo que somos  e do que apreciamos de fato, amar a arte é meio doença que entra pelos poros, olhos e ouvidos inventando mudanças. Então resolvi dar um basta ao superficial desta vida, aos papos banais e de infelicidade. 
Pessoas vazias, sem conteúdo, desequilibradas e negativas estão fora, as desequilibradas positivas, até serão bem vindas de acordo com as minhas condições meteorológicas.
Acontece que existe muita coisa pra se fazer, quando parece não existir nada, é só abrir a criatividade ou o caderno de atividades da cidade e se jogar sem medo na rua, na praça, no café, no boteco, no recital e voltar pra casa mais leve. É sobre estas opções que também me refiro, quando digo que Porto Alegre tem alma. Na noite passada, ouvir Puccini com piano e flauta na Casa da Musica, me transformou numa outra pessoa.

RELEMBRANDO CUBA.


Ontem fui apreciar o trabalho da fotografa gaucha, Lisette Guerra, que me fez relembrar de Cuba. quando estive por lá em 2012. Sua exposição fotográfica na Usina do Gasômetro, obriga-nos a comparar e perceber a semelhança entre o povo cubano e nós brasileiros coim muita afinidade.


Existe também e sem sombra de duvidas, uma identidade afetiva entre os dois países, marcada pela cor da pele, alegria, musicalidade, humildade, religiosidade e esperança, que por vezes temos a sensação de estarmos no norte/nordeste do pais ou em outro recanto, cuja a diferença se estabelece apenas na língua falada.


Seu trabalho é um mergulho no cotidiano de personagens humanos, realizado ao longo de sua viagem à ilha caribenha entre 2009 e 2013. O trabalho de Lisette está exposto no segundo pavimento da Usina do Gasômetro onde reúne mais de 50 fotografias.


Além da mostra fotográfica, Lisette lançou um livro de 300 paginas, com o mesmo tema que poderá ser adquirido ao longo da exposição. O texto de apresentação do livro é assinado pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão, que relembra um pouco da história da revolução socialista na ilha e seu envolvimento pessoal com o país.

PRAIA DO CASAMENTO EM VIAMÃO


Depois de acordarmos tarde, neste Domingo mega ensolarado de 24 de Agosto de 2014, em função de uma festa na noite anterior, na casa de um casal de amigos (Carlinhos e Ada), eu e Alba,  nos convidamos para acompanha-los numa indiada no dia seguinte.
Eu sou cara de pau mesmo, pois alem de me oferecer para ir junto, ainda chamo de indiada, por que já era tarde, mais de quatorze horas quando saímos de Porto Alegre para fazermos o passeio.
O lugar de escolha foi dado pelo Carlinhos que queria conhecer a Praia do Casamento e seu Camping de mesmo nome, localizados na Lagoa dos Patos em Viamão.


Fizeram parte do grupo, alem de mim, Carlinhos Stail e Ada Barua, (os idealizadores do passeio), Athos Fonte e Emanuela Menezes, Rosane Carneiro, Alba Borges e Jonathan Rodrigues e sua esposa.
O Camping fica na Estrada Rincão De São Bráz Pimenta, entrando pela parada 76 a direita de quem vai para Viamão e seguindo em direção ao complexo de lagoas existentes naquela região. Andamos longos minutos ate encontrarmos um bar que estava fechado, mas abriu suas portas para nos vender água e refrigerantes.


Na foto acima, registrei a pausa forçada diante do bar, para repor líquidos e fazer um lanchinho maneiro, que Alba se encarregou de levar, um frango assado com polenta, de fazer suar a camiseta dos atrevidos.


Neste ponto, diante do bar em que paramos,  a estrada se bifurca, uma levando para o pescador de Almas que Ada me aconselhou a fazer uma consulta e a outra, na direção esquerda para o Parque eólico, onde seguimos pela esquerda em direção a força dos Ventos, cruzando alguns pontilhões e braços de arroios com pessoas pescando.


Toda a estrada que leva até a praia é de terra com areia solta em alguns trechos exigindo um certo cuidado para os veículos não derraparem no caminho. O risco era aceitável, já que tínhamos como gratificação, toda a beleza e paz de uma paisagem rural, com animais pastando nos vastos campos que se perdiam no horizonte, alguns banhados e magnificas arvores para descansarmos a sombra delas, quando sentíamos necessidade.




Logo que chegamos a o Camping, fechado por um portão de ferro, a proprietária nos liberou alguns minutos para conhecermos o empreendimento de lazer que dirige. O Camping, também lembra uma especie de fazenda ou rancho, com chalés de madeira simples e de pequeno porte, nas proximidades da lagoa que são alugados por dia, onde galinhas e ovelhas andam livremente compondo este clima rotineiro de uma vila de interior.


Eu me pergunto: Quer remédio mais eficaz para combater o stress e as loucuras da cidade, do que visitar um ambiente como este, onde a paz, a beleza, a tranquilidade, a simplicidade e o convívio direto com a natureza são soberanos?


A Praia do Casamento, faz parte do complexo de lagoas menores que compõe a gigantesca Lagoa dos Patos e na sua entrada a formação de juncos lembra um especie de banhado, cujas as águas quase paradas e rasas, se movimentam serenas e conforme a força e direção dos ventos.



As pequenas embarcações, ancoradas em sua margem camuflada por juncos, lembram nada menos do que fotos de cartões postais de algum paraíso, cuja a beleza bucólica inspira serenidade e poesia.



Mas o que mais nos chamou a atenção, foi a beleza do Pôr de Sol alaranjado, ao cair da tarde. Esta região da Lagoa dos Patos e do Lago Guaíba em Porto Alegre, sempre foram agraciados por um dos pores de sol mais bonitos de toda a região.



Retornamos já noite e nos despedimos ainda na estrada em frente ao acesso para a Lagoa da Varzinha onde Ada, Carlinhos e Jonathan com sua esposa ficaram. Seguimos em frente ate a entrada de Itapuã, nas proximidades do Restaurante da Vó e depois na direção de Porto Alegre. Até o próximo passeio.

QUANDO O SEGUNDO SOL CHEGAR...


No contexto da astronomia, Nêmesis é uma estrela hipotética, ou seja, cuja existência ainda não foi provada cientificamente. De acordo com alguns defensores desta teoria, a estrela Nêmesis é uma pequena estrela com a órbita milhares de vezes mais distante que a de Plutão.
Em um episódio do documentário "The Universe" do History Channel, a Nêmesis é designada por alguns como a "gêmea maligna do sol", porque hipoteticamente é responsável por eventos catastróficos a cada 26 milhões de anos (duração da sua órbita em redor do Sol).

Na mitologia grega, Nêmesis era a deusa da vingança, que castigava o comportamento degenerado dos seres humanos. Nêmesis é uma defensora do equilíbrio, justiça e vingança divina, que castigava os homens que quebravam as leis estabelecidas. Além de ser uma opositora da arrogância e orgulho, Nêmesis também defendia as pessoas que tinham sido punidas por crimes que não tinham cometido.

"Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam se tratar
De um outro cometa
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse e eu não pude
acreditar
Mas você pode ter certeza
De que o seu telefone irá tocar
Em sua nova casa que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui la fora e vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação"
                                               
                                                        Nando Reis.

O FANTASMA DE FERRO.

Sonhei que o antigo bonde era um fantasma e então eu, e alguns amigos que já partiram deste mundo, aguardávamos a sua aparição sobre alguns trilhos esquecidos nas ruas da cidade.
O que teríamos de fazer para que ele enfim ressurgisse barulhento das sombras do passado; Enfeitar os postes das antigas ruas com lampiões a gás, usar trajes de época e à rigor, derrubar o Muro da Vergonha?
Acordei olhando pela janela por onde se incidia alguma luz e fiquei pensando, o que é a nossa vida, senão as lembranças ternas do passado?.. Quanto a o presente é apenas a construção do futuro que nem sabemos se um dia vai chegar!

PORTO ALEGRE TEM ALMA

Acordei hoje de tarde, com o telefone gritando em meus ouvidos. Uma amiga ligou intimando-me a levantar da cama e encontra-la no Brique da Redenção, pois me aguardava para um café.
Levantei ainda meio tonto de sono, tomei um banho e fui a o seu encontro. Caminhamos algum tempo, por entre as arvores da Redenção, depois admiramos as faxadas dos prédios mais antigas no centro histórico e eu percebi o quanto a cidade parecia silenciosa num final de semana que se esperava uma grande circulação de pessoas nas ruas.

Porto Alegre tem alma que é manifestada através de seus ruídos, das sombras de suas arvores, dos pequenos becos estreitos e conhecidos, porem com cheiros e cores que se renovam a cada dia, do seu silencio por vezes inesperado.

O BILHETE.

"O olhar, a expressão diz tudo mesmo faltando as palavras. O mecanismo complexo dos traços faciais sempre denunciam nas primeiras instancias o desejo dos algozes e dos apaixonados. 
Os olhos não são as únicas janelas da alma, como todos dizem, mas o corpo inteiro. O que preciso, é saber qual das tuas janelas está aberta para eu desvendar os teus segredos. Existe mistério em toda a tua casa, onde escondes tua alma."                               

Bom este texto aí em cima, não é meu, embora o autor tenha assinado coincidentemente com as iniciais do meu nome e sobrenome. Acho também que não é autoria de Clarice Lispector... Rssss!
Eu o encontrei preso ao tronco de uma arvore, na praça em frente da minha casa, quando retornava hoje pela manhã, do supermercado e me causou surpresa como quem encontra uma poesia dentro de uma garrafa trazida pela correnteza de um rio.
Encontrar um bilhete desses, escrito num guardanapo de papel, me pareceu incomum numa via publica, numa praça, numa cidade, onde tantas pessoas passam, o vento pode carregar, extraviar,.. enfim, me despertou curiosidade.
Primeiro quem a teria escrito? Por que razão? Pra quem? As vezes não importa o destino, mas o conteúdo. De qualquer forma, achei de muita sensibilidade este bilhete, que evidentemente deixei no lugar e que talvez o destinatário nunca o encontre.

A LAGOA AMALDIÇOADA.




Passar diante dela, pelo menos à noite, sempre me causou um certo temor e desconfiança, afinal foram muitos anos visitando as praias do litoral norte e ouvindo historias a respeito desta misteriosa lagoa, que me fizeram perguntar se seria verdade ou apenas lendas criadas a partir do imaginário das pessoas.
O fato de passar por ali inúmeras vezes e nunca ter visto pelo menos um banhista em suas areias sempre fez crescer ainda mais minhas incertezas.


A Lagoa dos Barros, como é chamada, está localizada entre os Municípios de Osório e Santo Antonio da Patrulha, no Rio Grande do Sul e pode ser vista da principal rodovia, a BR- 290-Freeway, que dá acesso as principais praias do Litoral norte do Estado, como Tramandaí e Capão da Canoa. 
Apesar de sua extensão, (cem quilômetros quadrados) e beleza natural, quase num formato de um coração, estendendo-se na margem direita da BR, para quem se desloca para o litoral, ninguém vê barcos navegando naquelas águas, que dizem ser amaldiçoadas.


Muitas historias já foram contadas por moradores e gente que se aventurou por lá, como ondas que surgem do nada, barcos que desapareceram num misterioso redemoinho, ninfas montadas em cavalos brancos a galopar sobre a superfície da lagoa e a torre de uma igreja que podia ser vista em dias de seca, aventando-se a hipótese de haver que no fundo dela, uma cidade que foi submersa, fazendo da lagoa ter como legado, ser mal assombrada.
Mas de todas as historias de assombros, a que ficou mais conhecida, surgiu de um caso real na década de trinta. Uma moça de nome Maria Luíza, de Porto Alegre, foi morta pelo seu esposo, que com requinte de crueldade, a teria enforcado com o próprio véu. 
Os dois voltavam da festa de casamento e ao passar pela lagoa, ele tomado por um descontrole, a estuprou e tirou sua vida. Após, amarrou uma pesada pedra no corpo da noiva e a jogou na lagoa.
Algum tempo depois do ocorrido, o fantasma de Maria Luíza começou a aparecer no meio da estrada pedindo carona para alguns caminhoneiros que passavam naquele trecho da estrada.
Os corajosos que lhe concederam auxilio contam, que depois de sentada no banco do carona, ela simplesmente desaparecia sem deixar qualquer vestígio.  
Estudiosos já fizeram relatos, de que esta lagoa de água doce, alem de extensa, possui uma profundidade máxima que chega aos sete metros, tendo o fundo lodoso, o que permite suas águas serem turvas; Também não possui comunicação com qualquer rio ou o mar, fomentando uma outra lenda à respeito de sua existência:
Um dia um patrão mandou seu escravo fazer um poço e ele cavou tão fundo, mas tão fundo, que pegou um lençol freático, inundando a cidade que ali existiu. Quem garante a torre da igreja que aparece no meio da lagoa em períodos de seca, não seja da tal cidade?

AI EU JÁ NEM SEI O QUE FAÇO E O QUE DIGO.

Quando eu era menino, brincava nos fundos da minha casa, por onde corria um riacho de água limpa e que minha mãe algumas vezes lavava roupas. Acho que este braço de água, também faz parte do Arroio Diluvio, hoje poluidíssimo aqui em Porto Alegre.
Minha mãe enquanto lavava roupas, cantava parte de uma musica que eu lembro ate hoje e que me marcou profundamente pela tristeza das palavras. "Ai a solidão vai acabar comigo!. Ai, eu já nem sei o que faço e o que digo!..." Mas esta tristeza toda serviu de referencial para eu conhecer melhor, anos depois, minha mãe e Dolores Duran e assim ficarmos mais próximos. 
A Internet é difusora de informações que às vezes achamos difícil ou impossível de encontrar, mas que na maioria das vezes não nos deixa sem respostas. Foi só eu digitar uma frase da musica no espaço de pesquisa, acrescentando a palavra +musica e pronto, resgatei aqueles momentos impares em que ouvia minha mãe cantar na beira do riacho. A tristeza na voz de minha mãe e de Dolores Duran, me serviu como um fluido de reflexão para compreender hoje, alguns mecanismos humanos tão necessários para continuarmos vivendo e sonhando.

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...