Enfatização das nossas diferenças.

Conheci algum tempo atras, uma jovem negra, gorda e de cabelos alisados e presos na nuca por grampos metálicos e que apesar de jovem, carregava consigo o peso da própria aceitação, percebida em suas atitudes de muita timidez. Acho que era por isto o seu silencio e olhar de conivência em grupo que me parecia pô-la tão pouco a vontade...
Depois de algumas conversas, tentei induzi-la a acreditar de que o caminho para sua identidade, talvez fosse obtida através da enfatização da sua própria diferença no contexto social e isto talvez fosse traduzido por algumas mudanças de atitudes e estética, que a deixariam-na mais bonita e verdadeira, como deixar os cabelos naturais, usar roupas mais ousadas e coloridas, o que ela não entendeu pois já estava contaminada pelos padrões morais embranquecidos que ditavam as regras. Eu acredito que a enfatização de alguns pontos, podem fazer a diferença e servirem de ajuda no momento em que instiga e agrega novos valores a serem observados. 

Um sinal

Um sinal, um sinal, estou esperando apenas por um sinal!.. Mas se não surgir e alguém perguntar por mim, diga que fui por ai levando um violão debaixo do braço. Em qualquer esquina eu paro, em qualquer botequim eu entro...

Mudanças são bem vindas.

Eu falei (subentende-se que escrevi aqui no blog em algumas postagens anteriores sobre a minha necessidade de mudar e mudar para melhor). Mudar meu guarda roupas, a cor das minhas camisas, os meus jeans, os meus sapatos, a cor dos meus olhos, o corte dos cabelos, das unhas, mudar meus gostos pessoais ultrapassados, minha perspectiva de vida, minha postura pessoal diante das pessoas. Mudar também meus hábitos alimentares, meus pontos de vista, assumir verdades que nunca assumi  e olha que eu dando passo por passo. Estou chegando lá,  e já me sinto quase um vencedor..

Festas, festas..

Ontem aconteceu a festa de confraternização de final de ano, entre meus colegas de trabalho onde eu também estive presente. A festa, com direito a churrasco, saladas, bebidas, tortas, revelações de amigos secretos, que sempre pedem cadeiras de praia, surpreendeu a todos e principalmente a mim, com o pedido de um colega que sugeriu como presente, livros de Agatha Cristie, usados, de sua escritora predileta. Claro que ele ganhou livros novos de sua amiga secreta. Depois fui até o Ocidente cuja  a fila fazia meia volta na quadra para compra de ingressos. Apesar de não encontrar se quer um conhecido, valeu a pena.

Dúvidas!

Eu tinha duas opções, pegar o telefone e dizer um monte de verdades, que são as minhas verdade e não as dele ou então me silenciar, resolvi ficar com a segunda opção. Mas acontece que tem um segundo numero registrado na minha agenda, que fico tentado a ligar, mas que tudo me leva a crer que não será um bom negócio se o fizer.

Fruta bichada.

Já aconteceu de você olhar para uma fruta de aspecto saborosa pendurada no galho de uma arvore, ao alcance da mão e de repente perceber que algo esta errado, olhando melhor, descobrir que a fruta está bichada? Pois foi o que aconteceu ontem, quando conheci Felipe, não valia o trabalho de ser arrancado pelo menos por mim.

Soltando as correntes.

Mais uma fase se fecha sem dores e sofrimentos, com a possibilidade de abrir outras. Eu pareço ter me equilibrado com os aspectos positivos e negativos que a vida tem me apresentado, aliado a certas exigências da idade, que me tornou mais seletivo e precavido e em busca essencialmente da uma maior qualidade de vida afetiva. Migalhas de pão, correntes e nós, não possuem mais espaço na minha vida, alias, já perdi muito tempo arrastando minhas próprias correntes pra agora arrastar a dos outros. Liberdade, mesmo com os seus riscos!..

A Lua é a mesma.

Nossas revelações pessoais algumas vezes são importantes e necessárias para que nos redefinamos perante a vida e por vezes são recebidas como uma noticia natural ou um evento de grandes dimensões e alardeadas na medida dos preceitos morais de cada um que a recebe e eu percebi que dado o tiro inicial  da largada para isto, deve-se valorizar as pessoas que agem com a naturalidade dos fatos e como se nada tivesse mudado, porque afinal, lembrando das sabias palavras de minha avó: A Lua pode apresentar vários formatos, mas é a mesma no seu tempo e espaço e assim tenho encontrado muitos falsos liberais por esses caminhos.

Cha com bolachas.

Não, não importa os equívocos que a vida nos apresenta e olha que são muitos,  pois o importante é dar a volta por cima com os recursos necessários que se tem a mão e nessas horas os amigos são de extrema  importância,  mesmo que para tomar apenas um chá com bolachas e falar da novela das nove.

Ocidente.

O mundo pode ser pequeno, Porto Alegre ainda menor e em se tratando do Ocidente então, nem se fala. Ontem conheci um cara muito simpático na portaria do Ocidente, enquanto comprava o ingresso e depois nos reencontramos no bar onde ficamos conversando na beira do balcão, apreciando uma cerveja bem gelada.
Conversa vai, conversa vem, acabamos descobrindo que alem dele ser um ex morador do bairro onde eu atualmente moro, ele foi namorado de um conhecido meu, que viajará comigo, no final do més para Nova Iorque. Entre tanta conversa agradável e descobertas, começamos a cantarolar musicas do Chico que ele demonstrou ser um fã incondicional.
Breno é uma simpatia e disse uma frase talvez nem percebida por ele, durante a nossa conversa, mas que me fez reforçar a sua grandeza como pessoa assumida na sua, na minha, na nossa diferença: "Somos o que somos e não temos que ter vergonha disto". A noite correu rápida e agradável sob o som dos DJs Mau Mau e Maurício Lopes. Depois de quase me esvair em suor, ufa, retornei pra casa.

O meu primeiro crime.

Eu saia de Recife, inundada pelas águas, para encontrar voce numa cidade próxima e protegida da catástrofe já aguardada,  então começamos a caminhar pelas ruas estreitas, voce carregando sacolas dentro de sacolas que me deu para segurar e um carinho de bebe amarelo que empurrava e chamava a atenção de todos que cruzavam por nós.
Entramos numa loja para comprarmos coisas que voce achava necessário para a nossa viagem e eu não. Desconfiei do seu olhar que parecia tenso esconder algum golpe sem o meu conhecimento.
O homem gordo que nos atendeu, passou mal enquanto falava com voce, sendo amparado por outras pessoas que surpresas repetiam entre si: "Olha, é um carrinho amarelo, um carinho totalmente amarelo!.." enquanto nós, aproveitando o borborinho, nos afastávamos já a certa distancia, com a pressa de quem foge de um crime. O que estávamos fazendo, que crime cometemos?..
Atravessamos ruas abraçados e depois deslizamos por uma piramide gigantesca de ladrilhos de cerâmicas coloridas. Voce machucou o dedo, enquanto deslizava, que eu fiz questão de chupar, para limpar a ferida, deixando voce meio tímido com a minha atitude.
Do outro lado da rua, um velho e uma criança de mãos dadas, nos observavam surpresos por estarmos abraçados e sorridentes. Possivelmente assistiram eu chupar teu dedo com certo prazer e cumplicidade. Eu não sei para onde íamos e o que pretendíamos fazer das nossas vidas.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...