Rosa branca e vinho tinto

Ontem fiquei admirado, olhando a rosa branca plantada num pequeno vaso sobre a mesa de jantar na casa de uma amiga. Magnificamente alva e solitária, presa num caule fino e coberto de espinhos quase invisíveis que pareciam uma escada de degraus perigosos. Quando servi-me de vinho, tive ímpetos de derramar sobre suas pétalas algumas gotas do vinho tinto e imaginar que ela pudesse estar sangrando. Depois olhando pela janela pensei em como eu tenho o hábito de capturar imagens soltas e molda-las com a minha imaginação, guardar frases lidas ao acaso que me causam algum tipo de efeito interno e que ficam encravadas dentro de mim por semanas, meses à fio, como a que li dia desses num blog: "Quando o silêncio pede palavras...".

Mascaras

O dia amanheceu chuvoso e sem perspectiva de melhora, o churrasco do qual fui convidado, tive de adiar depois da ligação de pedido de ajuda que até o momento estou acreditando ser por uma boa causa, pode ser que amanhã venha me arrepender. Dia desses escrevi sobre as mascaras que utilizamos para nos proteger e nos transformamos em personagens que acreditamos ser. Hoje percebi que algumas pessoas escondem por trás dessas mascaras, segredos de difícil aceitação social e que me faz pensar em que tipo de seres humanos são, capazes de se transformarem quando abatidos por traumas da infância, sofrimentos e dores acumuladas, quando retiram estas mascaras na urgência de poder respirar. Diante dos meus olhos vi o medo, lágrimas e o desespero de quem é arrastado por sentimentos sombrios e agora é descoberto. Afinal quem somos e o que sentimos de verdade na eminência destes fatos se a mascara acabou de cair?

Desejo de Liberdade

Três mulheres com historia de passados diferentes e amarradas a uma figura masculina opressora, buscam um desejo latente de alterar seus destinos.
Diante de (situações-limite), elas necessitam de coragem para mudar suas vidas. Olívia (Sophia Loren) trabalha e cuida do marido paraplégico. Artista nata, ela desenha os sonhos que a perturbam toda noite. Seus desenhos acabarão por levá-la à filha que lhe foi tirada ainda jovem.
Natália (Miro Sorvino) é filha de um fotógrafo consagrado e acaba de ter publicada na capa da revista Time sua primeira grande foto. Mas a vontade de saber o que aconteceu com a garotinha do retrato a dirige por um novo caminho.
Catherine (Deborah Kara Unger), violoncelista primorosa, abandonou marido, filha e carreira para dar vazão ao rancor que guarda pelo pai e vingar-se de um homem que já passou 22 anos na prisão. Enquanto as histórias se desdobram, as três mulheres tem a mesma visão de uma menina, imagem que traz à tona lembranças de desejos não realizados e as inspira a seguir seus sonhos.
Título Original: Between Strangers
Origem: EUA/ITA
Ano: 2002
Director: Edoardo Ponti
Elenco:
Klaus Maria Brandauer,
Gérard Depardieu,
Sophia Loren,
Malcoln McDowell,
Pete Postlethwaite.

Duração: 95 min.
Gênero: Drama

Arte Francesa em PoA

Fui na terça-feira, durante à tarde, visitar a exposição no MARGS dos grandes mestres do realismo francês: "Arte na França 1860/1960-Realismo". A exposição reúni mais de cem obras de artistas de grande importância, criadas sob a influencia do realismo francês, entre eles: Courbet, Monet, Van Gogh, Degas, Renoir, Cézanne, Balthus, Millet, Dérain, Miró, Dalí e Manet.
A ascendência do estilo sobre artistas brasileiros também é revelada na mostra, que também traz obras de Cândido Portinari, Almeida Júnior, Iberê Camargo, Lasar Segall e Guignard produzidas na França.
A exposição “Arte na França 1860 – 1960: O Realismo” é uma realização do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com a Secretaria Estadual da Cultura e o MARGS, com patrocínio Banrisul, Grupo Gerdau, CEEE, Corsan, Caixa/RS e Sulgás.
Meu ingresso? Um saquinho de arroz que será destinada ao comitê de Ação Solidaria do Governo Estadual, para a Campanha do Agassalho.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS)
Praça da Alfândega, s/n° - Centro – Porto Alegre
De 14 de julho a 30 de agosto
Visitação de terças a domingos, das 10h às 18h



Preconceito no Twistter

O preconceito quando não assumido publicamente, está dissimulado na nossa sociedade sob gestos, olhares, atitudes e também comentários entre pessoas que não se esperava uma atitude descriminatória, por que supõe-se que elas são livres destes vergonhosos sentimentos, mas quando são formadores de opinião, e tem vida pública e assim subentende-se responsabilidade sobre oque falam e pensam e servirem de certa forma como exemplo a toda a sociedade, até que num determinado momento elas mostram oque realmente pensam e terminam defecando pela boca e daí o remendo fica pior do que bater no peito e assumir de uma vez o que já se sabe. Fiquei não sómente pasmo, mas também revoltado ao ler esta reportagem num jornal-revista na Internet e que copiei aqui no blog para voces analizarem o ocorrido:
O humorista Danilo Gentili, do programa "CQC" da TV Band, será investigado pelo Ministério Público de São Paulo por possível crime de racismo. De acordo com a coluna Zapping, assinada por Alberto Pereira Jr., ele publicou uma piada em seu perfil do Twitter na noite de sábado, 25, que gerou repercussão. Gentilli escreveu: "Agora no Tele-Cine KingKong, um macaco que depois q vai para a cidade e fica famoso pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Minutos depois, ele voltou a escrever no perfil tentando justificar a brincadeira: "Alguém pode me dar uma explicação razoável porque posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco?". Não satisfeito, Gentili, continuou se justificando: "Reparem: na piada do KingKong nao disse a cor do jogador. Disse que loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeca de vocês que tem preconceito, hein".
No domingo, Gentili voltou ao Twitter para postar uma foto e comentou: "Obrigado, pessoal. Vocês conseguiram me prender igual a um macaco por denúncias de racismo."
Ainda indignado com tudo o que está acontecendo, Gentili preferiu usar um espaço maior, além dos 140 caracteres oferecidos pelo Twitter, para continuar o assunto. Em seu blog, o repórter do CQC falou sobre a diferença de raças para explicar o seu ponto de vista sobre o assunto.
"Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?", diz o humorista em seu blog.

O DIA QUE NEVOU EM PORTO ALEGRE

Amanheceu um lindo dia ensolarado nesta terça-feira, cujo o inverno aqui no sul tem sido um dos mais rigorosos das ultimas décadas. Poucos estavam acordados para sentir, mas a cidade registrou na manhã de sábado, 25 de Julho, o frio mais intenso dos últimos dez anos, informado pelo Instituto Nacional de Meteorologia, localizado no Jardim Botânico, zero graus.

Lembro-me de 24 anos atrás, quando eu, com 26 anos, abri a porta da cozinha da casa de minha mãe, em Viamão e deslumbrei a paisagem mágica da neve caindo sobre o pátio e pomar e a fumaça da chaminé do fogão à lenha se misturando entre os flocos de gelo que caiam e flutuavam no ar. A neve caiu por aproximadamente uma hora.
Era 24 de Agosto de 1984, data que eu me esforcei para não esquecer, dado a um evento incomum desses. No outro dia, para provar que não foi historia de pescador, saiu a reportagem com as fotos no jornal ZH, mostrando aos leitores, esta bela manifestação da natureza e também para os incrédulos que estivessem alimentando alguma dúvida sobre o ocorrido. 
Até então o jornal informava que desde 1909 não caia neve na cidade. Foi a primeira vez que vi neve na minha cidade e na minha vida, a segunda vez, foi em Gramado, depois em Nova Iorque e Buffalo nos EUA muitos anos depois...


Carta Vieja/Carmenére 2008/Chile

Carta Vieja Carmenére 2008/ Chile. Faltou corpo que aveluda a lingua e encanta no primeiro gole, no primeiro momento que se guarda em alguns segundos dentro da boca, depois excedeu um certo toque amargo que persistiu e não passou boa impresão. Não aprovou!

Trilhas sonoras da vida

Ontem, na casa de meu irmão pôr ocasião de seu aniversário, a família e alguns amigos estavam reunidos. Entre muitas gargalhadas e brincadeiras coletivas, assistíamos alguns vídeos de cantores americanos dos anos 70 da coleção particular de meu irmão. Lembrava-me de algumas musicas, mas sem saber ao certo onde exatamente elas se encaixavam na minha história. Pôr breves minutos tive aquela sensação de que o tempo passou rápido para mim, minha família e todos ali reunidos e que aquelas musicas eram no momento, algum ponto de atração que nos puxava para um mesmo espaço em comum do passado, onde todos de alguma forma foram felizes a sua maneira, então restava cantar, lembrar e aplaudir com muita saudades aquelas trilhas sonoras inesqueciveis de nossa vida.

Auto-encenação

Há duas maneiras de nos relacionarmos conosco e com os outros: Acreditar no que realmente somos ou ver nossas faces como personagens de nós mesmos e é quando utilizamos alguns tipos de disfarces e tentamos convencer a nós e aos outros sobre aquilo que pensamos que somos e que criamos no nosso mundinho falso. Muitas vezes passamos até a acreditar nestas mentiras (e em cima disto, alicerçamos histórias, emoções, opiniões que não são as nossas, que são inventadas, forjadas por este personagem que criamos). Isto acontece por que de alguma forma ficamos inseguros, temerosos de que percebam alguma fragilidade em nossa vida, que nos tornemos fracos, incapazes na opinião dos outros. Mas vale a pena lembrar que nossa opinião sobre nós mesmos é tão ou mais importante, que a destas pessoas que tentamos nos esconder, nossa opinião tem um peso muito maior que julgamos saber no perimetro da consciencia, somos duros com nos mesmos. Foi assim que me percebi semana passada, quando levantei o telefone e me pus a conversar com algumas pessoas que eu não falava há meses e que eu já percebera ter perdido a minha confiança nelas ou que talves nunca tivesse tido. Fui sentindo que meus gestos e expressões se modificavam na medida em que ia falando sobre mim mesmo, justificando-me após cada opinião que formava a respeito de algo na minha vida, era subjetivo, parecia tentar provar onipotencia e assim afasta-los do que realmente sou e que talvés precisasse na urgência de minha insegurança esconder. Por alguns instante me parecia com uma outra pessoa, falando de outra pessoa, criando um falso discurso que nem eu mesmo acreditava. Por outro lado, elas alimentavam este meu discurso, fazendo perguntas em cima de perguntas, se mostrando curiosas de saber tudo sobre a minha vida embora não se importasse com isto, curiosos sobre a minha grande mentira.

Falando de viagem

Rita deu um pouco de seu tempo para me contar sobre sua viagem para a Europa e em particular sua impressão a respeito de Roma, Paris e Atenas, cidades que por razões pessoais mais lhe chamaram a atenção por sua beleza. Enquanto falávamos percebi em seu olhar um entusiasmo que eu julgava fosse maior quando converssasemos a respeito. Fiquei pensando se é possível visitar um lugar destes sem ficar basbaquiado com sua arquitetura, museus, pontes, cultura, tudo que se pode ver e sentir nestes locais aclamados pela opinião geral. Lembrei-me de alguém ter me dito que depois de algum tempo viajando tudo parece ser um lugar comum, como se uma ruela em Paris fosse parecida com uma outra na Argentina, um vale na Espanha lembrasse algum recanto no sul do Brasil, Pittsburgh com Recife e então as pessoas não percebem mais as diferenças... Estar na Bélgica e como estar em qualquer lugar, isto é possível? Na minha opinião viajar tem que ter um gosto maior do que simplesmente conhecer lugares, é visitar com olhos de conquista, com a atenção de quem busca o diferencial em pequenas detalhes que talvés não seja encontrado na arquitetura, nos pontos turísticos, mas nas relações que se cria entre você e as pessoas, entre você e o meio. Em diferentes locais é necessário ter um olhar diferente. Observar detalhes, captar elementos que vão alem de sua historia. Sim por que cada recanto, vila deve haver alguma história, algum segredo. Impossível pensar na Torre Eifel, apenas como um gigantesco monumento de aço. Precisamos nos deixar seduzir, agregar emoções, observar ou criar situações que virem referencia em nossa vida, que atinge nossa alma, para que um dia possamos nos lembrar. Com certeza aquele banho de Anita Ekberg, no Fontana di trevi no filme La doce Vita, acho que jamais foi esquecido por ela como por todos que a assistiram.

Postagem em destaque

PINGOS

Hoje eu acordei com os pingos da chuva, pingando, pingando... Pingando nos telhados, nas calçadas até o amanhecer. Escorrendo nas paredes e ...