SÃO JOSÉ DOS AUSENTES.

São José dos Ausentes possui uma beleza natural que se diferencia de todas as outras cidades da serra gaucha e possivelmente do mundo. A imensidão de vales verdes, campos altos, rios turbulentos, cascatas e cachoeiras que escorrem por paredões rochosos e cânions, parece existir somente na aquelas terras solitárias, desbravadas por tropeiros e que hoje tem servido como pano de fundo para gravações de novelas, mini-series e filmes de TV.


Descrever São Jose dos Ausentes, não é tarefa fácil, já que a cidade derrama diante dos olhos de seus visitantes lugares inacreditavelmente paradisíacos e ao mesmo tempo selvagens, despertando aqueles sentimentos de inquietude da alma ou solidão necessária. Arrisco-me a dizer que as pessoas que conhecem Ausentes, amam ou odeiam!


A todo o momento cruza-se por pontilhões de madeira, por onde escorre um braço de rio, casas de taipa, murões de pedras a se perderem de vista, campos no horizonte, que se sobressaem por sua beleza, como num cartão postal.
Nos dias frios, então, tudo fica ainda ainda mais bonito, sob o efeito da neblina que sobe dos precipícios, invadindo o lugar e tornando tudo misterioso.
Em função de todos estas características que envolve a cidade e seus vastos campos, decidi realizar uma excursão entre amigos com o objetivo de apresentar-lhes este lugar magnifico, cheio de belezas naturais encontradas somente lá.




ORIGEM DO NOME:
A região de São José dos Ausentes está ligada a muitos fatos históricos do século 18 e lá se encontrava o maior latifúndio do Rio Grande do Sul. Com mais de 1.000 quilômetros quadrados, a Fazenda dos Ausentes compreendia uma grande parte dos campos de cima da serra. Segundo alguns registros da época esse nome se deve a que seus primeiros proprietários nunca assumiram essas terras e as mesmas foram enfim leiloadas. Sendo assim, a região passou a ser chamada de Ausentes.
Outra versões é de que poucas pessoas ficavam morando neste local por muito tempo, devido as péssimas condições climáticas, o frio era tanto que a cidade freqüentemente tinha seu povo ausente.
Após os primeiros donos nunca terem assumido. A fazenda foi por duas vezes leiloada, por abandono de seus proprietários ou na inexistência de seus sucessores. Os últimos rematadores foram três paulistas, que venderam ao português, Antonio Manoel Velho, comerciante que estava se fixando em Laguna.
Início do desbravamento foi no ano de 1719, históricamente o maior latifúndio do Rio Grande do Sul. As Três Sesmarias conhecida como dos “Ausentes”, abrangia uma àrea de 129.336,69 ha; passando de Dez Sesmarias, que só foram subdivididas a partir de 1874, data do falecimento de Ignácio Manoel Velho, um dos herdeiros, que manteve a área intacta. Deixou a fazenda a seus sucessores, um deles joaquim inácio velho. Por volta de 1925 a sede da fazenda ficou para um dos herdeiros Dionísio Joaquim Velho (nizóca).
Atualmente Dalvone Borges Velho, descendente ( 5ª geração) mantém as porteiras abertas ao turismo rural, também acervo histórico cultural, na sede da fazenda dos ausentes.




O QUE FAZER EM SÃO JOSÉ DOS AUSENTES:
Dentre tantas opções para se fazer na cidade como, apreciar uma boa comida campeira,  realizar uma cavalgada guiada com alguns amigos sobre os campos, ou mesmo na beirada dos cânions, pode-se visitar e fotografar as inúmeras cachoeiras, alem das propriedades rurais que comercializam produtos como queijos, salames, geleias, cachaças artesanais.


[Já experimentou fazer uma cavalgada num dia de chuva em Ausentes?. Está aí a proposta lançada. É inesquecível!]
[E que tal provar dos licores de frutas comercializados nas propriedades rurais? É literalmente de ficar de 4]





Também poderá visitar em São Jose dos Ausentes:


A CACHOEIRA DO PERAU BRANCO:
Formada pelo Rio Sepultura, cai por pedras que parecem formar uma "escada natural". Seguindo a estrada para o Cânion do Monte Negro, é preciso entrar à esquerda na bifurcação em direção a Bom Jardim da Serra (40 km). Depois de 3 km fica o estacionamento e, a partir dali, uma caminhada de 1,5 km em subida íngreme leva à queda. Se quiser o acompanhamento de um guia, peça indicações nas pousadas.


O MONTE NEGRO:
É o ponto culminante do estado - de lá, em dias claros, é possível ver o litoral sul de Santa Catarina. Para subir ao topo não há indicações ou trilha pela mata. Mas o cânion do Monte Negro também vale a visita e tem acesso fácil: uma caminhada de 10 minutos por terreno plano, em trilha aberta, a partir da Pousada Fazenda Monte Negro. Vá de manhã, pois à tarde o risco de neblina é maior.acesso pela estrada p/ Faz. Monte Negro, 45 km de terra
Pousada Fazenda Monte Negro.



CÂNION DA BOA VISTA:
Os paredões de pedra impressionam pela extensão e pelas bordas cobertas de mata nativa. Vá de manhã, quando há menos chance de pegar neblina, e tome cuidado na estrada, uma das piores da cidade, com vários trechos cobertos por pedras. A partir da pousada, uma caminhada de dez minutos leva à borda do cânion. O acesso pela Pousada Ecológica dos Cânions, 43 km de terra (9 km precários).












CACHOEIRÃO DOS RODRIGUES:
O nome dá uma ideia do porte da cachoeira, com intenso volume de água que faz surgir uma cortina branca sobre as pedras. Abaixo da queda, o rio se transforma numa piscina natural, boa para nadar no verão. O acesso mais fácil é pela pousada Cachoeirão dos Rodrigues, com trilha de 15 minutos. A entrada de turistas só é permitida com guia. Grátis.


RIOS SILVEIRA E DIVISA:
Os dois rios têm curso paralelo e direções contrárias - o desnível de 18 m entre eles permite ver as correntes de cima. Para isso, é preciso atravessar o Rio Silveira a pé, com a água no joelho, sobre o leito de pedras. Quando há fortes chuvas, que fazem com que o rio “mais alto” transborde, há formação de corredeiras entre um e outro aumentando ainda mais o espetáculo. 


A única entrada é pela Fazenda Potreirinhos e a entrada custa R$ 3 para os turistas que não estão hospedados em Ausentes e que vêm com guias de fora do município. A partir da sede, a caminhada até a margem do rio leva dez minutos.



SERRA DA ROCINHA:
Localizada em Timbé do Sul, a Serra da Rocinha é atualmente um dos cartões postais da região. Sobre ela é possível passear de carro,  admirando a imponência de morros e abismos, muito comum naquela região. Foi construído um mirante onde os visitantes podem deslumbrar sua exuberância.








MUSEU WALDEMAR DOS SANTOS BOEIRA:
Localizado no Distrito de Silveira, 20 km de São José dos Ausentes, o museu organizado pelo próprio Waldemar Boeira, tem um acervo com mais de 5 mil peças do século 18. A visita deve ser agendada na Pousada e Restaurante Tropeiro, com a proprietária da pousada.




RESTAURANTE SABOR DA SERRA:
Outra dica, é experimentar uma tipica comida caseira, feita no fogão a lenha, no Restaurante Sabor da Serra, de propriedade da Dona Berê, no vilarejo de Silveira. A proprietária transformou sua casa simples, num restaurante muito aconchegante, onde recebe os viajantes que por ali passam para visitar os atrativos oferecidos pela cidade.







O TERMÔMETRO DA CIDADE:
Outro atrativo muito procurado pelos turistas que visitam a cidade, é o Termômetro gigante, localizado na Rua Ismenia B Ribeiro Velho, centro da cidade, em frente da igreja matriz. No dia em que fiz o passeio acompanhado de amigos, fazia 12 graus em Bom Jesus, enquanto que em Ausentes, marcava 7,5 gruas, no termômetro da cidade.



Em Ausentes você irá encontrar aquele jeito pacato de uma cidade pequena do interior e longe do grande agito dos centros urbanos. Se você for até lá em busca de festas, agitação, baladas, compras e todo um mundo consumista dos grandes centros, estará no lugar errado.
Ausentes é a cidade da tranquilidade, do silencio, da introspecção, do cantar dos pássaros, do ruído dos rios e cachoeiras, do silencio necessário para se ouvir a natureza como um presente divino.
Assista a este vídeo interessante, sobre algumas histórias e costumes do povo gaúcho:


Até o próximo passeio!


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