ROMA. A CIDADE ETERNA.

Eu tinha um sonho, o de chegar na Fontana de Trevi durante a noite e tomar um banho de roupa, naquela fonte gigantesca e maravilhosa. Era um fetiche, que deve ter nascido com as cenas do filme de Felline e que foi desaparecendo com o tempo e também quando descobri que poderia ser preso por isto. A fonte é realmente grande, iluminada a noite e dando aquela vontade de se jogar pra dentro.


A oportunidade de passar 10 dias na Itália bateu de repente na minha porta, dando-me  a chance de vivenciar momentos mágicos, de estar em lugares que até então me pareciam inventados pelo cinema italiano e paginas de revistas me provando que tudo é real. 
As coisas funcionam meio que desta forma pra mim: Elas só passam a existir de fato, quando tenho algum contato visual.
O pacote foi de 10 dias (06/04 à 16/04/2018), onde deu para conhecer 10 cidades. Um pouco apertado, mas valeu a pena, tratando-se de um lugar como a Itália e em particular Roma e Veneza que corresponderam a todas as minhas expectativas.


Mas mesmo sendo tudo tão real, Roma me pareceu uma cidade cenográfica, por comportar tanta beleza, cultura e história em suas ruas estreitas, avenidas, praças, pontes, prédios e monumentos seculares. As ruas estreitas e sinuosas de alguns bairros, por exemplo, te reportam para as cenas inusitadas dos filmes de Fellini, de Rossellinni, de Vittorio De Sica, transformando tudo em nossa volta, como numa cena de filme, porém, inacreditavelmente real. É só se beliscar, para se ter certeza de que não é sonho e que estamos acordados!
Por vezes me sentia dividido entre o sonho e a realidade. Era muita coisa para ver, admirar, administrar...


Roma é de fato o berço da civilização ocidental, onde o passado e o presente se encontram em cada esquina com seus surpreendentes monumentos, um museu a céu aberto com mais de 2.700 anos de existência e que nenhuma outra cidade do mundo conseguiu superar.
Como as vezes dizia a guia de turismo para o grupo: "Tudo começou aqui!..
Apesar disto, Roma nos dias de hoje, possui pouco espaço nos centros urbanos para se viver, as construções são baixas e sem garagens para guardar carros, poucos estacionamentos de rua, que obriga os romanos a comprarem veículos cada vez menores.
O sistema de linhas de metrô, por exemplo, tem um cumprimento de 38 quilômetros, operando somente duas linhas A e B ao redor da cidade, contra os 213 quilômetros de linhas de Paris e os 408 quilômetros de linhas de Londres. A frágil composição geológica da cidade e a descoberta de sítios arqueológicos com artefatos de grande valia,  tornaram inviável as grandes escavações, para projetos arquitetônicos e transportes urbanos de grande porte.


Um fato comum em Roma é você estar andando de carro, de ônibus ou a pé pelo centro da cidade e de repente numa esquina, se deparar com um grande monumento como o Coliseu, os muros do Vaticano, ou o templo da deusa Vênus. É de arrepiar!
Caminhar sobre a ponte do Rio Tibre ao entardecer é também uma forma de se deliciar com todos os elementos que a cidade tem a oferecer. Durante a noite, quando a cidade está toda iluminada, cai a ficha e se tem noção do porque a cidade é uma das mais visitadas do mundo.

RIONE TRASTEVERE:
Nas proximidades do Vaticano pode-se visitar Trastevere, um bairro charmoso e boêmio da cidade eterna (Roma), cuja a movimentação de pessoas em busca de restaurantes, bares e lojas de antiguidades em geral, lembra a nossa Cidade Baixa, aqui em Porto Alegre, só que em menor tamanho. 
Localizado na margem ocidental do rio Tibre e ao sul do Vaticano, o nome Trastevere vem do latim e significa além do Tibre ou além do Tevere. Ou seja, depois do Rio Tevere.
Caminhar por suas ruas estreitas e cheias de restaurantes, bares, tratorias, atelieres, até se perder é algo que ficará pra sempre na memoria de quem o visita. O bairro abriga galerias de arte e recebe feiras livres, principalmente durante o verão, quando as margens do rio são tomadas por bares, restaurantes e outras atrações, como um cinema ao ar livre.


No bairro, não faltam lambretas coloridas, pequenos carros para uso de duas pessoas, gente jovem e bonita, que preferem um lugar de encontro mais alternativo, porem com a mesma qualidade gastronômica, que os grandes centros do mundo.
Neste lugar o uso do forno de micro-ondas nos restaurantes é terminantemente proibido. Todo e qualquer ingrediente no preparo de pratos é fresco e levam no mínimo 40 minutos para serem servidos. A ordem aqui é sentar, beber e apreciar sem pressa o que de melhor existe em termos de gastronomia.
E por falar em comida...

CURIOSIDADE 1 
  • A salada:
Na Itália, a salada é servida como um prato, seria a segunda etapa de uma refeição e nunca o primeiro. Pedir uma salada como um aperitivo ( ou entrada) não é comum: os italianos preferem usar salada para limpar o paladar depois de comer a maioria de sua refeição.

  • Massas e carne no mesmo prato: 
Os italianos nunca colocam os dois no mesmo prato. Pasta é uma coisa, carne, frango e almôndegas são outra: você nunca vai vê-los misturados. 

CURIOSIDADE 2: 
  • O café:
O café italiano é bem forte e concentrado em uma pequena dose. Não se assuste quando você ver o café, é a metade de um expresso brasileiro, às vezes até menos. Então não pense “que mãos de vaca! Por que colocou só isso?”. Se quiser um expresso como o do Brasil, peça um café lungo. Caso goste do café bem fraquinho peça um café americano. Vivendo e aprendendo



COLISEU:
Uma das atrações mais clássicas de Roma e também conhecido como Anfiteatro Flaviano, o Coliseu era o local de uma série de espetáculos, entre eles os combates entre gladiadores e a morte de escravos e cristãos devorados por animais selvagens.
Erguido durante a dinastia Flaviana, o Coliseu resistiu à terremotos, incêndios e saques. Aproximadamente 2/3 da fachada original foram perdidos.


O Coliseu é um dos monumentos mais visitados do planeta e uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Vale lembrar que a visita ao Coliseu faz parte de algo muito maior. O anfiteatro está ao lado do Fórum Romano, coração da antiga Roma, e do Palatino, casa dos imperadores.


VATICANO:
Mas a visita a Roma não estaria completa sem conhecer os museus do Vaticano, um conglomerado de museus em um só, fundado em 1506 pelo Papa Júlio II, com uma vasta coleção de arte e peças reunidas ao longo dos séculos.
Nos Museus você encontrará a história do mundo, como a Estátua de Hércules, a estátua em mármore de Laocoonte e filhos datada de 40 a.c., os bustos de deuses da Roma Antiga, múmias, a divina Capela Sistina, pintada por Michelangelo e o sarcófago de Santa Helena.

Mas quem foi Santa Helena?
Nascida no ano de 255 em Bitínia, de família plebeia, no tempo da juventude trabalhava numa pensão, até conhecer e casar-se com o oficial do exército romano, chamado Constâncio Cloro.
Fruto do casamento de Helena foi Constantino, o futuro Imperador, o qual tornou-se seu consolo quando Constâncio Cloro deixou-a para casar-se com a princesa Teodora e governar o Império Romano. Diante do falecimento do esposo, o filho que avançava na carreira militar substituiu o pai na função imperial, e devido a vitória alcançada nas portas de Roma, tornou-se Imperador. Aconteceu que Helena converteu-se ao Cristianismo, ou ainda tenha sido convertida pelo filho que decidiu seguir Jesus e proclamar em 313 o Édito de Milão, o qual deu liberdade à religião cristã, isto depois de vencer uma terrível batalha a partir de uma visão da Cruz.
Faleceu em 327 ou 328 em Nicomédia, pouco depois de sua visita à Terra Santa. Os seus restos foram transportados para Roma, onde se vê ainda agora, no Vaticano,


Vai encontrar também, as Salas de Rafael, o Museu Pio Clementino, Museu Gregoriano Etrusco, Museu Gregoria Egípcio, Pátio da Pinha, Apartamentos Borgia, Museu Chiaramonti, Sala Imaculada Conceição, e tantas outras indescritíveis.

As Salas de Rafael:
As salas eram os aposentos privados do Papa Julio II (1503-1513), que chamou o artista renascentista Rafael, quem admirava, para decorar as paredes e o teto.
O trabalho começou em 1508 e levou 16 anos para ficar pronto. Tanto o Papa, quanto Rafael, não chegaram a ver o resultado final, pois faleceram antes do término. Felizmente, o artista deixou o projeto dos afrescos, que serviram de base para a conclusão realizada por seus discípulos.

Apartamento Borgia:
são um conjunto de seis salas no Palácio Apostólico Vaticano , que foram usadas pelo papa Alexandre VI (Rodrigo de Borja ou Borgia) para uso próprio no final do século XV . Tendo encomendado, o pintor italiano Bernardino di Betto di Biagio e seus assistentes, decorando seus quartos com pinturas e afrescos.


Separe pelo menos 4 horas para visitar os museus. Os ingressos para adultos custam €16. Se comprar online pela Internet pagara €27 que apesar de mais caro, tem duas grandes vantagens: não pega fila para comprar o ingresso e corta todas as filas para entrar nos Museus.


O Vaticano ou Cidade do Vaticano, oficialmente Estado da Cidade do Vaticano é a sede da Igreja Católica e uma cidade-Estado soberana sem costa marítima, cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital da Itália que existe desde 1929.


A Cidade do Vaticano é um Estado eclesiástico ou teocrático-monárquico, governado pelo bispo de Roma, o Papa. A maior parte dos funcionários públicos são todos os clérigos católicos de diferentes origens raciais, étnicas e nacionais. É o território soberano da Santa Sé e o local de residência do Papa, referido como o Palácio Apostólico.
Uma visita a este lugar vale a pena para se ter noção da riqueza e do poderio adquirido pela igreja neste passar de séculos.
Até o próximo passeio!

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