RAMILONGA, A ESTÉTICA DO FRIO


Porto Alegre é a cidade onde eu nasci e vivo até os dias de hoje e que não consigo me imaginar vivendo longe ou em outro lugar. Porto Alegre está para Montevidéu, como Montevidéu está para Buenos Aires e uma Europa distante, mas tão próximas no clima frio de inverno, nas ruas cobertas de plátanos e Ipês coloridos na primevera, nas pessoas sentadas nas praças, dos chapéus e cachecóis, do apreciar o Guaíba como o Rio da Prata, bebendo chimarrão ou mate, ouvindo a milonga tristonha e leve de Vitor Ramil.



Quando retorno de minhas viagens, bate aquela saudades das noites frias o amenas de Porto Alegre, pois adoro o inverno daqui, dos ângulos de alguns telhados conhecidos, dos becos que se conhece de olhos fechados, do pôr de Sol ao entardecer, das praças, das pessoas que temos a sensação de que conhecemos de outros tempos.


Porto Alegre, vagarosamente vem mudando a sua estética urbana as necessidades do tempo e da vida moderna, mas não a sua alma que parece ser ainda aquecida por noites de vento, manhãs de geada e bolinhos fritos com café nos finais de tarde.


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