FLORES DA CUNHA E OTÁVIO ROCHA.

Campanário da Igreja Matriz
em Flores da Cunha

Neste Sábado pela manhã, 04/10/2014, dia de pré eleição no país, eu uma amiga realizamos um passeio nas cidades de Flores da Cunha e Otávio Rocha na região serrana do Estado. 
O passeio veio a convite de uma amiga em comum, Maria da Graça, que realiza estes eventos turísticos já alguns anos, proporcionando estes momentos de integração, diversão e conhecimento cultural para os que participam de seus eventos. 
Estávamos entre dez pessoas, alem de Maria da Graça como guia turístico e o motorista da Van, que nos proporcionou  a facilidade de sermos pegos em nossas casas e depois trazidos de volta, sem os desconfortos de locomoção.

Portal da cidade em Flores da Cunha.
FLORES DA CUNHA:
Foi a primeira cidade a conhecermos, também conhecida como a "Terra do Galo" devido a um episódio, onde um mágico passou pela cidade dizendo que iria cortar a cabeça de um galo e que, em seguida, iria fazer uma mágica. O pescoço novamente se uniria ao resto do corpo e o galo voltaria à vida. Porém, na hora da apresentação, após perceber que ali estavam diversas autoridades, viu-se em apuros e disse que havia esquecido o pó mágico e que ia buscá-lo. Neste meio tempo, ele fugiu da cidade deixando todos sem entender o que havia ocorrido.

Praça central em Flores da Cunha
A PRAÇA PRINCIPAL:
Como o dia estava ensolarado, neste Sábado, muitos jovens encontravam-se na Praça principal da cidade localizada em frente a igreja Matriz. Um rotina comum entre os moradores das cidades do interior, que fazem desses lugares públicos um ponto de encontro, o point.


Flores da Cunha é a maior produtora de vinhos do Brasil, a primeira produtora de bebidas alcoólicas do Estado e a segunda maior produtora de vinhos e de alho do Estado. Sua colonização é italiana, com forte influencia sentida na língua falada, gastronomia, música e religiosidade de seus moradores.

IGREJA NOSSA SENHORA DE LOURDES:
Um dos principais pontos turísticos da cidade, alem das Vinícolas, é a sua Igreja Matriz datada de 1914 com um imponente campanário de 55 metros de altura, cujo os quatro relógios, com mostradores de três metros de diâmetro, foram fabricados em Estrela, no Rio Grande do Sul, em 1948. Os cinco sinos foram fundidos em Savoia, na França.

Vista lateral da Igreja Matriz em Flores da Cunha.
VINÍCOLA MONTE REALE VALDEMIZ:
Como Flores da Cunha é a maior produtora  de vinhos do Estado, seria um sacrilégio visitar a cidade e deixar de conhecer uma de suas vinícolas para uma degustação. Paramos na Monte Reale - Valdemiz, na entrada da cidade e experimentamos algumas doses de Chardonnay, que eu não conhecia, com preços  bem acessíveis  ( entre 24 à 28 reais).


CASTELO CASTELLAN:
Outro local interessante de se apreciar, mas somente da rua, é um Castelo, que ocupa uma quadra na rua Prof. Maria Dal Conte, 2800, no centro da cidade. O local não aceita visitações por se tratar de uma residencia particular, que pertence a Lourenço Castellan, dono da empresa "Móveis Florense", que merece uma espiada. O imóvel possui três andares, construído entre frondosos arvores nativas e palmeirais e suas janelas são de cristais.


OTÁVIO ROCHA:
Segundo viagem na direção oeste, fomos visitar Otávio Rocha, um pequeno município a mais ou menos quatorze quilômetros de Flores da Cunha, encravado entre vales de florestas nativas e extensos parreirais que podem ser apreciados da estrada.
Suas casa foram construídas com pedras, retiradas da própria natureza e o nome das ruas homenageia a diversidade de uvas produzidas no município de Flores da Cunha.


Na Praça principal, denominada Praça Regional da Uva, em frente à Igreja Matriz São Marcos, na Rua Uva Itália, está sendo construído um túnel que será coberto por aproximadamente 100 mudas de videiras, que formarão um túnel verde com 80 metros de cumprimento e 5,6 metros de altura. O lugar é de grande beleza, principalmente aos apreciadores de ambientes rurais simples, que valorizam e são  reportados para um passado rico de história e cultura, que ainda sobrevive quase que anonimamente espalhado pelos cantos do nosso estado e que lentamente vem criando espaço para serem reconhecidos.




PARQUE DA GRUTA:
Ainda, podemos visitar, à cerca de 10 quilômetros do centro da cidade, o Parque da Gruta, cuja natureza exibe entre pedras e mata nativa, uma bela cascata e uma gruta. O lugar foi construído para ser uma hidrelétrica, que durante algum tempo forneceu energia para os moradores da região. Agora virou atrativo turístico.
Em nosso retorno a Porto Alegre, paramos alguns minutos para visitar o Santuário Caravaggiano em Farroupilha, que foi construído em 1960 e que substituiu o antigo santuário e a capela construída em 1879 ao lado da atual.

Atual Santuário Caravaggiano em Farroupilha.

HISTORIA DE UMA PADROEIRA:
Nossa Senhora de Caravaggio está intimamente ligada aos colonos desta região através de uma historia. 
No ano de 1878, na Linha Palmeiro (Caravaggio do atual município de Farroupilha - 7 km do centro de Farroupilha), os imigrantes italianos se reuniram para a celebração da sua primeira missa, oportunidade em que decidiram escolher o nome do padroeiro ou da padroeira da capela. Uns elegeram Santo Antônio e outros Nossa Senhora de Loreto. Diante da indefinição, os representantes da capela fizeram um trato: Que iriam até São Sebastião do Caí, para comprar uma estátua e a que conseguissem, seria a imagem eleita, porém, retornaram de mãos vazias. Para solucionar o impasse, o morador da localidade de Linha Palmeiro, Natal Faoro, emprestou o quadro de sua santa de devoção, trazido da Itália, uma tela de 33 por 40 centímetros. Contudo, não se tratava de Nossa Senhora de Loreto. Daquele dia em diante, Nossa Senhora de Caravaggio tornou-se a padroeira da colônia que recebeu seu nome.

Antigo Santuário

Voltei para casa, vislumbrado com cada detalhe da bela paisagem rural, que corria diante dos meus olhos. Fiquei pensando sobre tudo, que o que vi, não foi somente beleza ficando pra traz, mas o registro de vidas, que lutaram geração após geração, por sua  sobrevivência através de um trabalho árduo, simples, digno na construção de sua própria história. e isto tudo,  merecia o meu mais profundo respeito.
Até a próxima viagem!

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