COMO PEDIR COMIDA, SEM ENTENDER FRANCES, NUM RESTAURANTE EM PARIS:

Ano passado fiz planos de comemorar meu aniversario em Paris e por uma alteração no roteiro da viagem, eu estaria neste dia em Londres e não no lugar planejado. Então dois amigos de viagem, sabedores deste meu plano, resolveram com a minha aprovação, antecipar a comemoração, num tipico restaurante francês pelo centro da cidade.
Não era daqueles restaurantes chiques, mas era francês e cobrava em euros e em função disto, optamos por uma comida simples: Arroz, batatas à dorê, salada mista e um filé de carne de gado, que foi uma verdadeira fortuna e uma novela para pedirmos.


Evidente que não podia faltar a champanhe, cujo o preço da garrafa era inviável, então escolhemos uma minuscula taça para cada um de nós, por nove euros cada.
Este dia foi muito engraçado, por que não aguentávamos mais comer frango, carne de porco, ou comidas orientais que são as mais em conta em Paris e como somos gaúchos, apreciadores de uma boa carne bovina, era tudo o que queríamos e precisávamos para saciar a nossa saudade, de um grosso, macio e suculento pedaço de carne que lembrasse um churrasco. Ja sonhávamos até, se fosse possível algum milagre, com uma magnifica A la minuta e uma porção de feijão preto brasileiro, com ovos fritos e mal passado.


O cardápio foi deixado na mesa ao nosso lado e quando fomos escolher o que comer, foi um verdadeiro pavor, não entendíamos o que estava escrito, pois não sabíamos ler e falar francês e nem os garçons entendiam português e o nosso inglês. Cá entre nos, mesmo que soubessem se comunicar em inglês, o nosso era péssimo e os franceses odeiam se comunicar numa língua que não seja a deles.


Usamos algumas tentativas de comunicação sem dar nenhum resultado, até que o Marcelo, já perdendo a paciencia e com muita fome, apontou para mim e pro outro colega sentado, bateu com as duas mão no peito e depois apontou pra boca, imitando um mugido de boi. "Buuuu, carne de vaca é o que queremos comer!" O garçom francês um tanto esperto, nos olhou surpreso com a atitude do Marcelo, sacudiu a cabeça positivamente e apontou para alguns itens do cardápio também emitindo som de animais:
O garçom: -Béééééé? Cabrito foi o que entendemos.
Nós: -Non! Sacudimos a cabeça de forma negativa
O garçom: -Qué, qué, qué? Pato foi o que entendemos.
Nós: -Non! Sacudimos de novo a cabeça de forma negativa.
O garçom: -Buuuuuu!? Disse fazendo duas aspas com os dedos, sobre a cabeça.
Nós: -Sim! Yes! confirmamos positivamente com os dois polegares.
Aprendemos neste dia a trancos e barrancos, que não somos globalizados e que não só a mimica, mas também o uso da Onomatopeia, podem matar a fome de indivíduos, que não dominam outros idiomas num pais distante.


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