PARATI

Meu passeio à Parati, ocorreu um dia após meu retorno de Cuba, aproveitando um restinho de dias que sobraram das férias de verão, entre (24/02 e 01/03/2012).
Me acompanharam nesta empreitada de prazeres os amigos: Rosane, Cristina e Beto, que também ficaram encantados com toda a beleza que dispõe o litoral carioca, em especial a vila de Trindade, onde ficamos hospedados por seis dias e postei aqui no Diário de Bordo.
Desta forma, separamos dois dias para conhecer a cidade histórica Parati,  localizada à 30 km de onde estávamos e realizar um dos diversos passeios de barco que disponibilizam as agencias de turismo local.
Em primeiro lugar, Parati é um show de cores e estando por lá, eu ficava me perguntando quando é que ela fica mais bonita; se de dia sob a claridade do Sol, com suas casas com fachadas coloridas e barcos ancorados em sua baia de águas verdes, ou de noite, quando as luzes de seus lampiões se acendiam para enche-la ainda mais de poesia e suas ruas de pedra transformam-se em becos alagados e cheios de reflexos e sombras.


Parati é cheia de encantos e sem duvidas uma viagem ao passado, cuja a rica cultura ficou impregnado nas ruas de pedras e faxadas de arquitetura colonial. 
Diante da Igreja de Santa Rita, temos a sensação de estarmos vendo uma pintura cuja a tela em tamanho natural, parece estar exposta magicamente diante da praça, transformando todo aquele ambiente num clima de romantismos e introspecção. 
Em cada cantinho respira-se cultura, beleza e nos conta historias que a cada momento é acrecida de um pequeno detalhe que esqueceu de ser contado, um ponto, um paragrafo a mais
A origem de seu nome vem do termo tupi, homônimo que significa "peixe branco" (referindo-se a uma espécie de tainha, que ainda existe na região). Ao longo dos anos, a grafia teria mudado de Pira'ty para Paraty e finalmente, Parati.


Conforme nos informou um dos guias da cidade, Parati diferencia-se das outras cidades coloniais do Brasil, por ter sido planejada pela corte europeia que via nela uma cidade de grande importância portuária, desta forma, tudo foi planejado no sentido de protege-la de possíveis invasões, definindo sua estrutura arquitetônica, onde seriam sua ruas, igrejas, praças, câmera, cadeia, fortes e áreas residencias. 


Todas as construções das moradias eram regulamentadas por lei, podendo pagar com multa ou prisão, quem desobedecesse as determinações. As casas foram construídas acima do nível da rua por causa da invasão das águas das marés, previstas para entrar através de ductos e limpar a cidade, principalmente dos estrumes de cavalos, burros de cargas que constantemente passavam pela cidade e também da própria população que não possuía esgoto e desprezava seus dejetos na rua. 


Atualmente estas mesmas ruas estreitas e fechadas por grossas correntes, para impedir a circulação de veículos, contam com dezenas de bares, museus, atelies, cachaçarias, pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e operadoras de turismo, oferecendo passeios não só em seu centro histórico, mas por recantos paradisíacos e dando a sensação de estarmos num lugar magico e repleto de encantos. Parati adquiriu hoje o privilegio de possuir uma agenda cheia de eventos o ano todo, fazendo de seu atrativo principal que é o turismo, uma das cidades mais procuradas do litoral carioca por brasileiros e estrangeiros.


Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1958, o Centro Histórico de Parati tem o charme de ser um monumento vivo, dedicado à gastronomia e às artes. Em poucas horas, a história do Brasil colonial pode ser revelada nos detalhes de suas ruas, praças, igrejas, casarios coloridos, num city tour guiado ou não, revelando influencias árabes, europeias, maçônicas e indígenas. 


Na parte histórica da cidade é proibido o trafego de veículos, objetivando é claro, a preservação dos calçamentos cujas as pedras já foram alteradas de posição, em função da implantação de redes elétricas subterrâneas e de esgotos. 
Conhecido como pé de moleque, o calçamento com pedras irregulares começou em Parati no seculo XVIII, feito por mãos de crianças escravas, no auge da efervescência causada pelo ciclo do ouro e mais tarde pelo ciclo do café. As pedras eram necessárias porque as tropas de mulas, carregadas com ouro ou café, provocavam grandes atoleiros nos dias de chuva e nuvens de poeiras nos dias de sol.
Parati conta atualmente com eventos permanentes como: O Carnaval, o Festival da Pinga a Festa Literária Internacional de Parati,  Reveillon, Festa do Divino, Semana Santa, Festa de São Pedro, Festa de Santa Rita, Festa de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, Festa de Nossa Senhora dos Remédios, Procissão de Corpus Christi, Oficina de Idéias, entre outros, tornando suas ruas, bares e restaurantes movimentados diariamente.



Há também diversos roteiros pela Baía de Parati, sempre com paradas para o mergulho e banho de mar. O mais tradicional circula pelas ilhas próximas e pelas praias Vermelha e da Lula à R$ 25,00. O barco possui serviço de bordo com almoço, lanches, bebidas, musica ao vivo e um bufe de frutas que é servido de cortesia.


Alguns lugares interessantes para se conhecer nas imediações da cidade:
Sobrado dos Bonecos e Passos da Paixão - localizado à Rua Tenente Francisco António, nele se destaca o beiral em telhas de louça. 
Cadeia Pública: Atualmente, sedia a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes do município. 
Igreja de Santa Rita de Cássia.
Rua do Fogo: É uma das poucas ruas da cidade que conserva o seu primitivo nome. 
Rua Dona Geralda: Geralda Maria da Silva nasceu em Parati em 1807. Benemérita, herdou de seu pai grande fortuna, que a lenda local associa à descoberta de um tesouro de piratas.
Mercado do Peixe: Localiza-se à beira-mar, comercializando verduras e frutas.
Rua da Praia: Comunica o Mercado do Peixe à beira do rio Perequê-Açu. Em determinadas luas, é inundada pelas águas da maré alta, que refletem o seu casario, espetáculo que atrai a atenção dos turistas.
Rua Fresca: Outrora denominada Rua das Dores (por abrigar a Igreja de Nossa Senhora das Dores), Rua Alegre e Rua do Mar, nela, se destaca o Sobrado dos Orleans e Bragança, próximo à Igreja de Nossa Senhora das Dores.
Igreja de Nossa Senhora das Dores
Praça do Imperador.
Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios
Sobrados coloniais.
Forte Defensor Perpétuo e Casa da Pólvora: O forte abriga o Centro de Artes e Tradições Populares de Parati.
Capela da Generosa: Localiza-se no Beco do Propósito, à margem do Rio Perequê-Açu, onde morreu afogado Teodoro, um ex-escravo liberto, que ali se atreveu a pescar em uma sexta-feira santa. Em memória do fato, uma senhora de nome Maria Generosa, aí, fez erguer a capela, sob a invocação da Santa Cruz, que recebeu o nome da benfeitora.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Oratório de Santa Cruz das Almas: Também conhecido como Oratório de Santa Cruz dos Enforcados, localiza-se no antigo caminho para o pelourinho.
Bom para dar cabo final a esta postagem, Paraty é o tipo de lugar que parece agregar praticamente tudo  que o interesse turístico procura: Praias limpas, de águas claras e temperatura ideal para diferentes esportes e lazer, montanhas com exuberante mata nativa repleta de trilhas e cachoeiras, muitos polos históricos e culturais, aliada a vasta opção gastronômica local e internacional e simpatia dos moradores. Paraty é também um dos poucos lugares que consegue agregar muita agitação dada a sua agenda de acontecimentos culturais sempre lotada e ao mesmo tempo resguardar alguns recantos isolados para o puro descanso e contemplação da natureza.

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