Relações que azedam

Odeio estas relações afetivas/afetadas/amorosas que tendem a azedar. Verdade! E o que faz azedar na minha opinião são os excessos. Eles que fazem estragar tudo, sem que percebamos. Os excessos de preocupação, de controle, de vigilância, de cobrança, feitos por telefonemas e mensagens a qualquer hora, de explicações e justificativas desnecessárias, de pedidos de desculpas e de perdão em nome do amor, é que vão fagocitando a relação até ela congestionar e não conseguir mais respirar, por opressão, por falta de espaço para individualidade, por falta de tempo para se ter saudades, para reconhecer-se no sentimento, pelo fato da outra pessoa estar sempre presente a toda a hora com um espectro esmagador. Estas atitudes fabricam entre as pessoas um elo de dependência emocional ambíguo e que só é percebido mais tarde quando a relação desce pelo ralo e não tem mais volta.
É necessário certamente  algumas pitadas de tempero, para que se aprimorem os sabores na relação, mas muita gente se confunde nas dosagens, alterando para mais ou para menos o que poderia ter um gosto agradável.
É positivo dar e receber algum espaço, para que os  sentimentos sejam assimilados com naturalidade sem se perderem em atitudes pessoais que sufocam  e possibilitem  gerarem desconforto. É necessário compartilhar respeito as liberdades individuais que são intransferíveis e servem de combustível até mesmo para as almas apaixonadas. 
Mas o que se deve lembrar ainda, é que neste jogo de recíprocos sentimentos, não existe uma receita certa,  a melhor forma de acertar é ir experimentando sem invasões desnecessárias e respeitando os limites humanos.
Eu gostaria de dizer isto para aquele casal que vive ultrapassando seus próprios sinais vermelhos perto de mim e que nunca deixam cair a ficha. Quer dizer; na verdade eles ultrapassam o crédito de seus celulares por que sempre tem alguma coisa a dizerem um para outro, a toda hora e a todo o momento que respiram. Já estão vivendo numa simbiótica relação de cobranças desnecessárias e certamente não terão ouvidos para o que o mundo aqui fora tem a lhes falar.

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