Entre fases e fezes


Foram apenas 72 horas de plantões para que a ficha caísse e eu percebesse estar de volta a dura realidade dos dias, que parecem estar do mesmo jeito que deixei, com a mesma rotina absurda e incomoda, parecendo estar me aguardando do retorno das férias.
É curioso perceber que nos arrastamos longos meses com esses entraves provocados pelo trabalho e problemas pessoais de toda a ordem, até tirarmos alguns dias de merecido descanso; Levamos  algum tempo a nos adaptarmos ao novo modelo de vida relaxado, com os problemas sendo postos de lado e em busca de coisas que nos dão alegria e prazer...Estes dias maravilhosos passam tão rápido que quando percebemos, acabaram...
Na volta, as mesmas caras feias, os mesmos problemas crônicos, os mesmos nós não desatados...
Hoje pela manhã (no termino do plantão), assistindo uma entrevista de uma jovem na TV que falava sobre sua reabilitação física e emocional após ter ficado tetraplégica, recebi uma dose terapêutica de ânimo que eu talvez estivesse precisando.  
Entre tantas coisas que ela falou na sua entrevista, algumas frases ditas, ficaram na minha cabeça servindo-me como uma verdadeira lição de adaptação as controvérsias da vida e é bom ouvir isto.
_Eu não nasci tetraplégica, entrei caminhando no hospital para uma consulta e sai  algumas semanas depois, numa cadeira de roda!..
_A cada momento de aceitação a minha nova condição de vida, fui aprendendo a valorizar as pequenas coisas que antes não valorizava, por simplesmente não dar importância para elas. Hoje sei da importância que deve-se dar a cada dia e não tentar viver o passado que se foi e o futuro que é incerto!..
_Nossa vida é cheia de altos e baixos e somos pressionados a aceitar a "ditadura da felicidade". Não acho que deva ser assim. Precisamos é viver com intensidade cada momento apresentado. Afinal vivemos entre fases e fezes!..

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