Hábitos, trejeitos e expressões incorporadas.

Minha avó Valniria usava uma expressão, que minha mãe mais tarde também  passou a usar e hoje no piloto automático me veio à boca, quando levantei-me cedo e olhei pela janela para verificar a cara do tempo: "Cerração baixa, sol que raxa".  Fiquei pensando em como arrastamos essas culturas, hábitos e expressões dos outros  para nossa vida sem nos darmos por conta disto, é como um vicio que cai no nosso agrado e quando percebemos, parecem fazer parte de nós, sem nossa prévia  avaliação e ja saimos falando. 
De onde minha avó, por sua vez, teria tirado isto, de quem ela ouviu? Certamente de seus pais ou avós... 
Meu colega usou por meses a expressão "É a treva" e que também era utilizada por um personagem de novela da TV, quando se via diante de um fato que ela não aceitava e se desagradava e que eu em seguida também passei a utilizar criando um clima de humor entre as pessoas de minha relação. Desta forma, ficamos adotando inconscientemente ou não, hábitos alheios que consideramos engraçados ou que simplesmente nos identificamos sem entender bem a razão deste mecanismo. De onde vem isto, por quantas pessoas ja passaram antes de chegar até nos, calcificarem-se ou perderem o prazo de validade e serem substituidas por novas expressões? No final o que somos, a mescla de atitudes, trejeitos, olhares e pensamentos dos outros? Somos o que, muitos em um a partir de habitos alheios que adotamos?.. De qualquer forma errei a previsão do tempo, o dia continuou de cara feia e o sol não raxou!

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