Primeira manhã de 2008

Hoje pulei cedo da cama e me debrucei no parapeito da janela para ver o primeiro dia de 2008. Quando olhei para a rua percebi que nada havia mudado a minha volta. E que aquela cena, de levantar-se, ir até a janela tinha se repetido muitas vezes na minha vida em fragmentos de dias, meses, anos atrás.
Em algum lugar li a idéia de Nietzche sobre o eterno retorno, ou seja,
que todos os acontecimentos da vida de cada um, e da história da humanidade, irão repetir-se inúmeras vezes; que tudo o que acontece já aconteceu antes e irá se repetir. Porém o escritor Milan Kundera em seu romance, "A insustentável Leveza do Ser" nega esta idéia, dizendo que o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, e que a ausência total de fardo faz com que os movimentos humanos sejam tão livres e leves quanto insignificantes. O que escolher então? Se é que podemos escolher: O peso ou a leveza? Será que podemos decidir?
Desconfio que fizemos parte de uma equação complexa que não sei para que serve e pra onde nos levará.

Comentários

  1. Sua sensibilidade é tão grande, que suas colocações servem para qualquer pessoa, não que eu ache voce uma pessoa comum... mas são abrangestes, continues escrevendo.

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  2. Luís,


    Belíssimo esse teu texto de 2008!

    Também agradeço pela publicação do meu poema MUDE aqui no blog, em 12/12/2007.

    Pena que você disse que é de Clarice Lispector...

    Não é.

    O livro "Mude" acaba de ser lançado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra - e está à venda nas grandes livrarias.


    Abraços, flores, estrelas...

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